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Erva-de-passarinho: diferenças entre revisões

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'''Erva-de-passarinho''' é um termo genérico usado para denominar plantas [[Hemiparasitas|hemiparasitas]] pertencentes às [[Família (biologia)|famílias]] [[Loranthaceae]] e [[Santalaceae]], da [[Ordem_(biologia)|Ordem]] [[Santalales]].
'''Erva-de-passarinho''' (em inglês '''Mistletoe''') é um termo genérico usado no [[Brasil]] para denominar plantas [[Hemiparasitas|hemiparasitas]] das [[Família (biologia)|famílias]] [[Loranthaceae]] e [[Santalaceae]], da [[Ordem_(biologia)|Ordem]] [[Santalales]].


Este nome comum provavelmente tem origem na expressão guirarepoti (güirá repoti), da [[Língua tupi|Língua Tupi]]. Outro nome comum dado a estas plantas é '''enxerto-de-passarinho'''.
Este nome comum provavelmente se originou da expressão guirarepoti (güirá repoti), da [[Língua tupi|Língua Tupi]]. Outro nome comum brasileiro dado a estas plantas é '''enxerto-de-passarinho'''.


Essas expressões indicam que os índios brasileiros já conheciam as ervas-de-passarinho muito antes de serem descritas pela [[Taxonomia]] oficial, classificando-as de uma forma natural baseada em sua [[ecologia]].
Tais expressões indicam que os índios brasileiros já conheciam as ervas-de-passarinho muito antes de serem descritas pela [[Taxonomia]] oficial, classificando-as de uma forma natural, baseada na observação da sua [[ecologia]].


Guirarepoti significa, literalmente, excremento de pássaros. As ervas-de-passarinho são plantas cuja dispersão das sementes à partir da planta-mãe é feita por [[Frugívoro|aves frugívoras]] através de defecação ou regurgitação sobre as plantas hospedeiras.
Guirarepoti significa, literalmente, excremento de pássaros. As ervas-de-passarinho são plantas cuja dispersão das sementes à partir da planta-mãe é feita por [[Frugívoro|aves frugívoras]] através de defecação ou regurgitação sobre as plantas hospedeiras.


Os índios provavelmente observaram alguma [[espécie]] de [[Aves|ave]], como os [[Gaturamo|gaturamos]] do [[Género_(biologia)|gênero]] [[Euphonia]], defecando as pequenas sementes de alguma erva-de-passarinho como as do [[Género_(biologia)|gênero]] [[Phoradendron]]<ref>Cazetta,E., Galetti,M. (2007). Frugivoria e especificidade por hospedeiros na erva-de-passarinho Phoradendron rubrum (L.) Griseb (Viscaceae). Revista Brasileira de Botânica,30(2), 345–351. doi:10.1590/S0100-84042007000200017</ref>.
Os índios provavelmente observaram alguma [[espécie]] de [[Aves|ave]], como os [[Gaturamo|gaturamos]] do [[Género_(biologia)|gênero]] [[Euphonia]], defecando as pequenas sementes de alguma erva-de-passarinho como as do gênero [[Phoradendron]]<ref>Cazetta,E., Galetti,M. (2007). Frugivoria e especificidade por hospedeiros na erva-de-passarinho Phoradendron rubrum (L.) Griseb (Viscaceae). Revista Brasileira de Botânica,30(2), 345–351. doi:10.1590/S0100-84042007000200017</ref>.


As aves podem também dispersar as sementes das ervas-de-passarinho ao regurgitarem as sementes sobre os galhos dos hospedeiros, como ocorre nos [[Género_(biologia)|gêneros]] [[Struthanthus]]<ref>Guerra, T. J. de A. (2005). Componentes quantitativos e qualitativos da dispersão de sementes de Struthanthus flexicaulis (Loranthaceae) em uma área de campo rupestre no sudeste brasileiro. Rio Caro/UNESP: Pós-graduação em Biologia Vegetal (Dissertação de Mestrado). Disponível em http://www.athena.biblioteca.unesp.br/exlibris/bd/brc/33004137005P6/2005/guerra_tja_me_rcla.pdf</ref> e [[Psittacanthus]]<ref>Guerra, T. J. de A. (2010). História natural da erva-de-passarinho Psittacanthus robustus (Loranthaceae) em uma área de campo rupestre do sudeste brasileiro: interações com hospedeiras, dispersores e polinizadoras. Campinas/UNICAMP: Pós-graduação em Ecologia. (Tese de Doutorado). Disponível em http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?down=000782898</ref>.
As aves podem também dispersar as sementes das ervas-de-passarinho ao regurgitarem as sementes sobre os galhos dos hospedeiros, como ocorre nos gêneros [[Struthanthus]]<ref>Guerra, T. J. de A. (2005). Componentes quantitativos e qualitativos da dispersão de sementes de Struthanthus flexicaulis (Loranthaceae) em uma área de campo rupestre no sudeste brasileiro. Rio Caro/UNESP: Pós-graduação em Biologia Vegetal (Dissertação de Mestrado). Disponível em http://www.athena.biblioteca.unesp.br/exlibris/bd/brc/33004137005P6/2005/guerra_tja_me_rcla.pdf</ref> e [[Psittacanthus]]<ref>Guerra, T. J. de A. (2010). História natural da erva-de-passarinho Psittacanthus robustus (Loranthaceae) em uma área de campo rupestre do sudeste brasileiro: interações com hospedeiras, dispersores e polinizadoras. Campinas/UNICAMP: Pós-graduação em Ecologia. (Tese de Doutorado). Disponível em http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?down=000782898</ref>.


Ainda são pouco estudadas no Brasil, mas recentemente foi criado um grupo de pesquisa no [[Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico]] composto por jovens especialistas brasileiros, o Grupo de Pesquisa em Plantas Parasitas<ref>http://plsql1.cnpq.br/buscaoperacional/detalhegrupo.jsp?grupo=7490203U4BLX6E</ref>.
Ainda são pouco estudadas no Brasil, mas recentemente foi criado um grupo de pesquisa no CNPq,[[Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico]], composto por jovens especialistas brasileiros, o Grupo de Pesquisa em Plantas Parasitas.<ref>{{citar web|último=CNPq|título=Grupo de Pesquisa em Plantas Parasitas|url=http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/1783524124407512|acessodata=14 de Julho de 2014}}</ref> Este grupo tem produzido muitos resultados inéditos e bastante interessantes sobre as ervas-de-passarinho brasileiras. Em um artigo recente<ref>{{citar periódico|último=Arruda|primeiro=Rafael|coautores=Lunardelli, Caroline; Kitagawa, Clóvis; Caires, Claudenir Simões; Teodoro, Grazielle Sales & Mourão, Fabiana Alves|título=Two mistletoes are too many?: Interspecific occurrence of mistletoes on the same host tree|jornal=Acta Botanica Brasilica|ano=2013|volume=27|número=1|páginas=226-230|doi=10.1590/S0102-33062013000100021|url=http://ref.scielo.org/dzpdsg}}</ref> apresentam os primeiros registros de várias espécies de ervas-de-passarinho parasitando um único hospedeiro.


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Revisão das 02h57min de 14 de julho de 2014

Erva-de-passarinho (em inglês Mistletoe) é um termo genérico usado no Brasil para denominar plantas hemiparasitas das famílias Loranthaceae e Santalaceae, da Ordem Santalales.

Este nome comum provavelmente se originou da expressão guirarepoti (güirá repoti), da Língua Tupi. Outro nome comum brasileiro dado a estas plantas é enxerto-de-passarinho.

Tais expressões indicam que os índios brasileiros já conheciam as ervas-de-passarinho muito antes de serem descritas pela Taxonomia oficial, classificando-as de uma forma natural, baseada na observação da sua ecologia.

Guirarepoti significa, literalmente, excremento de pássaros. As ervas-de-passarinho são plantas cuja dispersão das sementes à partir da planta-mãe é feita por aves frugívoras através de defecação ou regurgitação sobre as plantas hospedeiras.

Os índios provavelmente observaram alguma espécie de ave, como os gaturamos do gênero Euphonia, defecando as pequenas sementes de alguma erva-de-passarinho como as do gênero Phoradendron[1].

As aves podem também dispersar as sementes das ervas-de-passarinho ao regurgitarem as sementes sobre os galhos dos hospedeiros, como ocorre nos gêneros Struthanthus[2] e Psittacanthus[3].

Ainda são pouco estudadas no Brasil, mas recentemente foi criado um grupo de pesquisa no CNPq,Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, composto por jovens especialistas brasileiros, o Grupo de Pesquisa em Plantas Parasitas.[4] Este grupo tem produzido muitos resultados inéditos e bastante interessantes sobre as ervas-de-passarinho brasileiras. Em um artigo recente[5] apresentam os primeiros registros de várias espécies de ervas-de-passarinho parasitando um único hospedeiro.

Referências

  1. Cazetta,E., Galetti,M. (2007). Frugivoria e especificidade por hospedeiros na erva-de-passarinho Phoradendron rubrum (L.) Griseb (Viscaceae). Revista Brasileira de Botânica,30(2), 345–351. doi:10.1590/S0100-84042007000200017
  2. Guerra, T. J. de A. (2005). Componentes quantitativos e qualitativos da dispersão de sementes de Struthanthus flexicaulis (Loranthaceae) em uma área de campo rupestre no sudeste brasileiro. Rio Caro/UNESP: Pós-graduação em Biologia Vegetal (Dissertação de Mestrado). Disponível em http://www.athena.biblioteca.unesp.br/exlibris/bd/brc/33004137005P6/2005/guerra_tja_me_rcla.pdf
  3. Guerra, T. J. de A. (2010). História natural da erva-de-passarinho Psittacanthus robustus (Loranthaceae) em uma área de campo rupestre do sudeste brasileiro: interações com hospedeiras, dispersores e polinizadoras. Campinas/UNICAMP: Pós-graduação em Ecologia. (Tese de Doutorado). Disponível em http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?down=000782898
  4. CNPq. «Grupo de Pesquisa em Plantas Parasitas». Consultado em 14 de Julho de 2014 
  5. Arruda, Rafael; Lunardelli, Caroline; Kitagawa, Clóvis; Caires, Claudenir Simões; Teodoro, Grazielle Sales & Mourão, Fabiana Alves (2013). «Two mistletoes are too many?: Interspecific occurrence of mistletoes on the same host tree». Acta Botanica Brasilica. 27 (1): 226-230. doi:10.1590/S0102-33062013000100021 
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