Síndrome de Cotard: diferenças entre revisões

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A '''Síndrome de Cotard''' também chamada de '''delírio de Cotard''', '''síndrome do cadáver ambulante'''<ref>{{citar web|url=http://www.infoescola.com/doencas/sindrome-de-cotard/|título=InfoEscola|autor=|data=|publicado=|acessodata=9/6/2012}}</ref>, '''delírio niilista''' ou '''delírio de negação''' é uma [[síndrome]] rara de fundo [[psicologia|psicológico]] na qual a pessoa acredita estar morta, não reagindo a estímulos exteriores nem a outras pessoas. Também pode acreditar que está com seus órgãos internos podres, apodrecendo ou que foram retirados. <ref>{{citar web|url=http://redepsicologia.com/sindrome-de-cotard|título=Rede de Psicologia|autor=|data=|publicado=|acessodata=9/6/2012}}</ref>
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Em 1880, o [[neurologista]] [[Jules Cotard]] descreveu a condição como ''Le délire des négations'' ("O Delírio da Negação"), uma síndrome psiquiátrica de severidade variada. Um caso leve é ​​caracterizado por desespero e auto-aversão, enquanto um caso grave é caracterizado por delírios intensos de negação e [[Depressão nervosa|depressão]] psiquiátrica crônica.<ref>{{WhoNamedIt|synd|2552|Cotard's syndrome}}</ref><ref>{{cite journal |author1=Berrios G.E. |author2=Luque R. | year = 1999 | title = Cotard's 'On Hypochondriacal Delusions in a Severe form of Anxious Melancholia | url = | journal = History of Psychiatry | volume = 10 | issue = | pages = 269–278 | doi=10.1177/0957154x9901003806}}</ref> O caso da "Mademoiselle X" descreve uma mulher que negou a existência de partes de seu corpo e de sua necessidade de comer. Ela disse que estava condenada à danação eterna e, portanto, não podia morrer de morte natural. No decorrer do sofrimento de "O Delírio da Negação", a "Mademoiselle X" morreu de fome.
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A ilusão de Cotard não é mencionada no [[Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais]] (DSM)<ref>{{cite journal | author = Debruyne H. | date = Jun 2009 | title = Cotard's syndrome: a review | url = | journal = Curr Psychiatry Rep. | volume = 11 | issue = 3| pages = 197–202 | pmid = 19470281 | doi=10.1007/s11920-009-0031-z|display-authors=etal}}</ref> ou na décima edição da [[Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde]] (CID-10) da [[Organização Mundial da Saúde]].<ref>{{cite journal | author = Debruyne Hans | year = 2011 | title = Cotard's Syndrome | url =https://www.researchgate.net/publication/234082044_Cotard's_syndrome | journal = Mind & Brain | volume = 2 | issue = | page = |display-authors=etal}}</ref>
Geralmente o tratamento envolve o uso de [[antidepressivo]]s com sessões de eletroconvulsoterapia.

Pode estar relacionada à [[Síndrome de Capgras]].


==Sinais e sintomas ==
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O sintoma central na síndrome de Cotard é o delírio de negação. Aqueles que sofrem desta doença muitas vezes negam sua própria existência ou que uma certa parte do seu corpo exista. A síndrome de Cotard costuma ter três etapas distintas. Na primeira etapa - Germinação - os pacientes sofrem crises de depressão psicótica e sintomas hipocondríacos. A segunda etapa - Florescimento- é caracterizada pelo desenvolvimento completo e explosivo da síndrome e os delírios de negação. A terceira etapa - Crônica - é caracterizada por delírios graves e depressão crônica.<ref>Yarnada, K., Katsuragi, S. and Fujii, I. (1999). [http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1600-0447.1999.tb10884.x/abstract "A case study of Cotard's syndrome: stages and diagnosis"]. In: ''Acta Psychiatrica Scandinavica'', 100: 396–398</ref>
O sintoma central na síndrome de Cotard é o delírio de negação. Aqueles que sofrem desta doença muitas vezes negam sua própria existência ou que uma certa parte do seu corpo exista. A síndrome de Cotard costuma ter três etapas distintas. Na primeira etapa - Germinação - os pacientes sofrem crises de depressão psicótica e sintomas hipocondríacos. A segunda etapa - Florescimento- é caracterizada pelo desenvolvimento completo e explosivo da síndrome e os delírios de negação. A terceira etapa - Crônica - é caracterizada por delírios graves e depressão crônica.<ref>Yarnada, K., Katsuragi, S. and Fujii, I. (1999). [http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1600-0447.1999.tb10884.x/abstract "A case study of Cotard's syndrome: stages and diagnosis"]. In: ''Acta Psychiatrica Scandinavica'', 100: 396–398</ref>


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==Bibliografia==

===Bibliografia===
* Kudlur, S., George, S. & Jaimon, M. (2007). "An overview of the neurological correlates of Cotard syndrome". In: ''Eur. J. Psychiat''., 21 (2):99–116.
* Kudlur, S., George, S. & Jaimon, M. (2007). "An overview of the neurological correlates of Cotard syndrome". In: ''Eur. J. Psychiat''., 21 (2):99–116.
* Nicolato, Rodrigo et al. "Síndrome de Cotard associada ao uso de ecstasy" (2007). In:''J. bras. psiquiatr.'', 56 (1).
* Nicolato, Rodrigo et al. "Síndrome de Cotard associada ao uso de ecstasy" (2007). In:''J. bras. psiquiatr.'', 56 (1).


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[[Categoria:Síndromes|Cotard]]
[[Categoria:Síndromes|Cotard]]

Revisão das 08h10min de 21 de dezembro de 2017

Síndrome de Cotard
Especialidade psiquiatria, psicologia
Classificação e recursos externos
CID-10 F22
CID-9 297.1
eMedicine emerg/
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Síndrome de Cotard, também chamada de delírio de Cotard, síndrome do cadáver ambulante[1], delírio niilista ou delírio de negação, é uma doença mental rara em que a pessoa afetada detém a crença delirante de que ela já está morta, não existe, está em putrefação ou que perdeu seu sangue ou órgãos internos.[2] A análise estatística de cem pacientes indica que a negação da auto-existência é um sintoma presente em 69% dos casos de síndrome de Cotard; ainda que, paradoxalmente, 55% dos pacientes apresentam delírios de imortalidade.[3]

Em 1880, o neurologista Jules Cotard descreveu a condição como Le délire des négations ("O Delírio da Negação"), uma síndrome psiquiátrica de severidade variada. Um caso leve é ​​caracterizado por desespero e auto-aversão, enquanto um caso grave é caracterizado por delírios intensos de negação e depressão psiquiátrica crônica.[4][5] O caso da "Mademoiselle X" descreve uma mulher que negou a existência de partes de seu corpo e de sua necessidade de comer. Ela disse que estava condenada à danação eterna e, portanto, não podia morrer de morte natural. No decorrer do sofrimento de "O Delírio da Negação", a "Mademoiselle X" morreu de fome.

A ilusão de Cotard não é mencionada no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM)[6] ou na décima edição da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID-10) da Organização Mundial da Saúde.[7]

Sinais e sintomas

O sintoma central na síndrome de Cotard é o delírio de negação. Aqueles que sofrem desta doença muitas vezes negam sua própria existência ou que uma certa parte do seu corpo exista. A síndrome de Cotard costuma ter três etapas distintas. Na primeira etapa - Germinação - os pacientes sofrem crises de depressão psicótica e sintomas hipocondríacos. A segunda etapa - Florescimento- é caracterizada pelo desenvolvimento completo e explosivo da síndrome e os delírios de negação. A terceira etapa - Crônica - é caracterizada por delírios graves e depressão crônica.[8]

Referências

  1. «InfoEscola». Consultado em 9 de junho de 2012 
  2. Berrios G.E.; Luque R. (1995). «Cotard's delusion or syndrome?.». Comprehensive Psychiatry. 36: 218–223. doi:10.1016/0010-440x(95)90085-a 
  3. Berrios G.E.; Luque R. (1995). «Cotard Syndrome: Clinical Analysis of 100 Cases». Acta Psychiatrica Scandinavica. 91: 185–188. PMID 7625193. doi:10.1111/j.1600-0447.1995.tb09764.x 
  4. Cotard's syndrome (em inglês) no Who Named It?
  5. Berrios G.E.; Luque R. (1999). «Cotard's 'On Hypochondriacal Delusions in a Severe form of Anxious Melancholia». History of Psychiatry. 10: 269–278. doi:10.1177/0957154x9901003806 
  6. Debruyne H.; et al. (Jun 2009). «Cotard's syndrome: a review». Curr Psychiatry Rep. 11 (3): 197–202. PMID 19470281. doi:10.1007/s11920-009-0031-z 
  7. Debruyne Hans; et al. (2011). «Cotard's Syndrome». Mind & Brain. 2 
  8. Yarnada, K., Katsuragi, S. and Fujii, I. (1999). "A case study of Cotard's syndrome: stages and diagnosis". In: Acta Psychiatrica Scandinavica, 100: 396–398

Bibliografia

  • Kudlur, S., George, S. & Jaimon, M. (2007). "An overview of the neurological correlates of Cotard syndrome". In: Eur. J. Psychiat., 21 (2):99–116.
  • Nicolato, Rodrigo et al. "Síndrome de Cotard associada ao uso de ecstasy" (2007). In:J. bras. psiquiatr., 56 (1).
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