Revista feminina (género de revista): diferenças entre revisões

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História, escopo, no Brasil - History of women's magazines
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'''Revistas femininas''' são [[revista]]s cujas matérias, artigos e publicidade focam as [[mulher]]es.
'''Revistas femininas''' são [[revista]]s cujas matérias, artigos e pu­blicidade focam as [[mulher]]es. No Brasil, as publicações dedicadas exclusivamente ao público feminino começaram a serem criadas na primeira metade do século XIX, um período em que muitas mulheres ainda eram analfabetas.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Lima|primeiro=Sandra Lúcia Lopes|data=2009-12-03|titulo=IMPRENSA FEMININA, REVISTA FEMININA. A IMPRENSA FEMININA NO BRASIL|jornal=Projeto História : Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História|volume=35|numero=2|issn=2176-2767|url=https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/view/2219|idioma=pt}}</ref> A imprensa feminina aborda temas sempre relacionados ao mundo feminino, caracterizado pela expressão de sentimentos, domesticidade e a esfera particular, da casa e da família. Os temas mais comuns são a maternidade, família, casamento e sexo.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Swain|primeiro=Tania Navarro|data=Julho de 2001|titulo=Feminismo e recortes do tempo presente: mulheres em revistas "femininas"|jornal=São Paulo em Perspectiva|volume=15|numero=3|paginas=67–81|issn=0102-8839|doi=10.1590/S0102-88392001000300010|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0102-88392001000300010&lng=en&nrm=iso&tlng=es|acessadoem=24 de setembro de 2017}}</ref>


== Escopo ==
Os produtos jornalísticos para as mulheres foram criados na Europa. A primeira publicação de forma regular é a Ladies' Mercury, originada na Inglaterra, em 1693. No final do século XVIII, circulavam algumas publicações femininas sobre literatura, conselhos e horóscopo em países como a Itália e a Alemanha. Os materiais exclusivos sobre moda para as mulheres começaram a ser produzidos a partir de 1800. A imprensa feminina teve grande destaque na França, desde o século XVIII. As revistas se desenvolveram nos Estados Unidos, com o exemplo da publicação da Ladies Magazine, criada em 1828.<ref>Braga, Adriana. "Corpo e Mídia: fragmentos históricos da imprensa feminina no Brasil." ''ENCONTRO NACIONAL DA REDE ALFREDO DE CARVALHO'' 1 (2003).</ref>
A imprensa feminina aborda temas sempre relacionados ao mundo feminino, caracterizado pela expressão de sentimentos, domesticidade e a esfera particular, da casa e da família.<ref>{{Citar periódico |url=https://periodicos.ufpb.br/index.php/rteo/article/view/26282 |titulo=IMPRENSA FEMININA: IMAGENS E CONTEÚDOS PARA O FEMININO NAS CAPAS DA REVISTA QUERIDA |data=2015 |acessodata=2021-05-16 |jornal=Revista Temas em Educação |ultimo=Sabino |primeiro=Raquel do Nascimento |paginas=177–188 |lingua=pt |issn=2359-7003}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://www.revistas.usp.br/epigrafe/article/view/165256 |titulo=A imprensa feminina e a emancipação da mulher: uma análise do periódico O Sexo Feminino (Rio de Janeiro – 1889) |data=2020-08-10 |acessodata=2021-05-16 |jornal=Epígrafe |número=1 |ultimo=Menegatt |primeiro=Karen |paginas=56–82 |lingua=pt |doi=10.11606/issn.2318-8855.v9i1p56-82 |issn=2318-8855}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/614 |titulo=A imprensa feminina no Rio de Janeiro, anos 20: um sistema de informação cultural |data=1995 |acessodata=2021-05-16 |jornal=Ciência da Informação |número=1 |ultimo=Carvalho |primeiro=Kátia de |lingua=pt |issn=1518-8353}}</ref> Os temas mais comuns são a maternidade, família, casamento e sexo.<ref>{{Citar periódico |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0102-88392001000300010&lng=en&nrm=iso&tlng=es |titulo=Feminismo e recortes do tempo presente: mulheres em revistas "femininas" |data=Julho de 2001 |acessadoem=24 de setembro de 2017 |jornal=São Paulo em Perspectiva |numero=3 |ultimo=Swain |primeiro=Tania Navarro |paginas=67–81 |doi=10.1590/S0102-88392001000300010 |issn=0102-8839 |volume=15}}</ref>

== História ==
Em 1693, foi publicada a primeira edição da primeira revista feminina da Grã-Bretanha, ''The Ladies 'Mercury''.<ref>{{Citar web |url=http://www.theguardian.com/books/2008/dec/20/women-pressandpublishing |titulo=Women's magazines down the ages |data=2008-12-20 |acessodata=2021-05-16 |website=[[the Guardian]] |lingua=en}}</ref> No ano de 1857, a primeira revista feminina em [[língua guzerate]], ''Streebodh'', foi criada por ativistas sociais Parsi.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=FYDviPFeoSAC&pg=PT88&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|título=Shaping Of Modern Gujarat|ultimo=Yagnik|primeiro=Achyut|data=2005-08-24|editora=Penguin UK|lingua=en}}</ref>

Em 1892, a primeira revista feminina do [[Egito]], e de fato de todos os países [[mundo árabe]]. A ''Al Fatat'', foi criada por Hind Nawfal.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=-dM4hPlxMw8C&pg=PA639&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|título=Islam in the World Today: A Handbook of Politics, Religion, Culture, and Society|ultimo=Ende|primeiro=Werner|ultimo2=Steinbach|primeiro2=Udo|data=2011-12-15|editora=Cornell University Press|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=CXHHAAAAQBAJ&pg=PA114&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|título=Literature, Gender, and Nation-Building in Nineteenth-Century Egypt: The Life and Works of `A'isha Taymur|ultimo=Hatem|primeiro=M.|data=2011-04-11|editora=Springer|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=FYDviPFeoSAC&pg=PT88&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|título=Shaping Of Modern Gujarat|ultimo=Yagnik|primeiro=Achyut|data=2005-08-24|editora=Penguin UK|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=R2G7DWLbFdAC&pg=PT46&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|título=Egypt Awakening in the Early Twentieth Century: Mayy Ziyadah’s Intellectual Circles|ultimo=Khaldi|primeiro=B.|data=2012-12-23|editora=Springer|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=QWrIAAAAQBAJ&pg=PA58&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|título=Creating the New Egyptian Woman: Consumerism, Education, and National Identity, 1863-1922|ultimo=Russell|primeiro=M.|data=2004-11-12|editora=Springer|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar livro|url=http://archive.org/details/womeninegyptianp00sull|título=Women in Egyptian public life|ultimo=Sullivan|primeiro=Earl L.|data=1986|editora=Syracuse, N.Y. : Syracuse University Press|outros=Internet Archive}}</ref>

No período anterior à [[Guerra Civil Americana]], ''Godey's Lady's Book'' foi uma revista feminina dos [[Estados Unidos]] que obteve a maior circulação do gênero.<ref>{{Citar web |url=http://onlinebooks.library.upenn.edu/webbin/serial?id=godeylady |titulo=Godey's Lady's Book archives |acessodata=2021-05-16 |website=Upennn}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=hXmKkyGelowC&pg=PA75&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|título=Voices of the Marketplace: American Thought and Culture, 1830-1860|ultimo=Rose|primeiro=Anne C.|data=2004|editora=Rowman & Littlefield|lingua=en}}</ref> Sua circulação aumentou de 70.000 na década de 1840 para 150.000 em 1860.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books/about/Popular_Religious_Magazines_of_the_Unite.html?id=plYYAAAAIAAJ|título=Popular Religious Magazines of the United States|ultimo=Fackler|primeiro=Mark|ultimo2=Lippy|primeiro2=Charles H.|data=1995|editora=Greenwood Press|lingua=en}}</ref>

Em 1919, [[Mabel Malherbe]] da [[África do Sul]] fundou a primeira revista feminina africana, que foi chamada ''Die Boerevrou''.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=YgzGqNhLY1UC&pg=PA254&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|título=Women Marching Into the 21st Century: Wathint' Abafazi, Wathint' Imbokodo|data=2000|editora=HSRC Press|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=2OoIDAAAQBAJ&pg=PA108&lpg=PA108&dq=Mabel+Malherbe+Die+Boerevrou&source=bl&ots=_yXfvIJyEH&sig=ACfU3U2rAlawi8rT2dK31SDf1Xs9cqHshQ&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwjczNmkiM3wAhUeGrkGHVK3AEYQ6AEwEHoECBEQAw|título=The Emergence of the South African Metropolis: Cities and Identities in the Twentieth Century|ultimo=Bickford-Smith|primeiro=Vivian|data=2016-05-16|editora=Cambridge University Press|lingua=en}}</ref>

Publicada de 1934 a 1945, a ''NS-Frauen-Warte'', a revista [[nazista]] para mulheres, tinha o status de única revista aprovada pelo partido para mulheres e servia para fins de propaganda, apoiando principalmente o papel de dona de casa e mãe como exemplar.<ref>{{Citar web |url=https://research.calvin.edu/german-propaganda-archive/fw.htm |titulo=The NS Frauen Warte |acessodata=2021-05-16 |website=Calvin University}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://germanhistorydocs.ghi-dc.org/sub_image.cfm?image_id=2039 |titulo=GHDI - Image |acessodata=2021-05-16 |website=German History Docs}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.ub.uni-heidelberg.de/Englisch/helios/digi/nsfrauenwarte.html |titulo=Heidelberg University Library: NS-Frauenwarte: Paper of the National Socialist Women's League |acessodata=2021-05-16 |website=Universitätsbibliothek Heidelberg}}</ref>

Em 1952, a primeira revista feminina de língua inglesa no [[Sri Lanka]] foi fundada e publicada por Sita Jaywardana. Chamada ''Mulher do Sri Lanka'', tinha como slogan "A revista feminina premiada do Sri Lanka".<ref name=":0">{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=i2AObmt7Z8wC&pg=PA108&lpg=PA108&dq=Ceylon+Woman+magazine+Sita+Jaywardana&source=bl&ots=kPbjjljl6Y&sig=ACfU3U34QB00t3wXiaH29DeHy-cu9Jhbcg&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwjf5oe-ic3wAhXSD7kGHXkyDrIQ6AEwEnoECBUQAw|título=Embodied Violence: Communalising Female Sexuality in South Asia|ultimo=Alwis|primeiro=Malathi de|data=1996-11|editora=Zed Books|lingua=en}}</ref> Cobria moda, eventos sociais e contos.<ref name=":0" /> A revista ajudou a lançar uma geração de designers e artistas.<ref name=":0" /> A revista também fez um desfile anual de moda e várias outras atividades culturais para arrecadar dinheiro para causas sociais.<ref name=":0" />

No ano de 1963, o livro de Betty Friedan, ''[[A Mística Feminina|The Feminine Mystique]]'', foi publicado; é amplamente reconhecido como o início do feminismo de segunda onda nos Estados Unidos.<ref>{{Citar web |url=https://www.britannica.com/topic/The-Feminine-Mystique |titulo=The Feminine Mystique {{!}} Summary, Significance, & Facts |acessodata=2021-05-16 |website=Encyclopedia Britannica |lingua=en}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=eygiAi9bDyoC&pg=PA29&dq=feminine+mystique+february+19+1963&redir_esc=y#v=onepage&q=feminine%20mystique%20february%2019%201963&f=false|título=Motherhood Misconceived: Representing the Maternal in U.S. Films|ultimo=Addison|primeiro=Heather|ultimo2=Goodwin-Kelly|primeiro2=Mary Kate|ultimo3=Roth|primeiro3=Elaine|data=2009-10-09|editora=State University of New York Press|lingua=en}}</ref> No segundo capítulo do livro, Friedan afirmou que as decisões editoriais relativas às revistas femininas da época eram tomadas principalmente por homens, que insistiam em histórias e artigos que mostravam as mulheres como donas de casa felizes ou carreiristas infelizes, criando assim a "mística feminina" - a ideia de que as mulheres se realizavam naturalmente ao se dedicarem a ser donas de casa e mães. Friedan também afirmou que isso estava em contraste com a década de 1930, época em que as revistas femininas frequentemente apresentavam heroínas confiantes e independentes, muitas das quais estavam envolvidas em carreiras.<ref>{{Citar periódico |url=https://doi.org/10.1007/978-1-137-05068-7_7 |titulo=Critiques of the Women’s Magazines, 1946–1960 |data=1998 |acessodata=2021-05-16 |publicado=Palgrave Macmillan US |ultimo=Walker |primeiro=Nancy A. |editor-sobrenome=Walker |editor-nome=Nancy A. |series=The Bedford Series in History and Culture |local=New York |paginas=228–261 |lingua=en |doi=10.1007/978-1-137-05068-7_7 |isbn=978-1-137-05068-7}}</ref> No entanto, a historiadora [[Joanne Meyerowitz]] argumentou (em "Além da Mística Feminina: Uma Reavaliação da Cultura de Massa do Pós-guerra, 1946-1958," Journal of American History 79, março de 1993) que muitas das revistas e artigos contemporâneos do período não classificavam as mulheres apenas em casa, como Friedan afirmou, mas na verdade apoiava as noções de empregos de meio período ou período integral para mulheres que buscavam seguir uma carreira em vez de ser dona de casa.<ref name=":1">{{Citar periódico |url=https://www.jstor.org/stable/2080212 |titulo=Beyond the Feminine Mystique: A Reassessment of Postwar Mass Culture, 1946- 1958 |data=1993 |acessodata=2021-05-16 |jornal=The Journal of American History |número=4 |ultimo=Meyerowitz |primeiro=Joanne |paginas=1455–1482 |doi=10.2307/2080212 |issn=0021-8723}}</ref>No entanto, esses artigos ainda enfatizam a importância de manter a imagem tradicional da feminilidade.<ref name=":1" />

Em 1992, foi criada a primeira revista feminina em inglês a ser publicada no [[Nordeste da Índia|Nordeste da]] [[Índia]], Eastern Panorama.<ref>{{Citar web |url=https://www.magzter.com/share/mag/3773 |titulo=Eastern Panorama Magazine - Get your Digital Subscription. |acessodata=2021-05-16 |website=Magzter |lingua=en}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://web.archive.org/web/20141210103656/http://www.assamspider.com/resources/2559-Eastern-Panorama-Magazine-Online-Edition.aspx |titulo=Eastern Panorama Magazine Online Edition |data=2014-12-10 |acessodata=2021-05-16 |website=web.archive.org}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://assamtimes.org/node/5431 |titulo=Eastern Panorama condoles the demise of Bhupenda |data=2011-11-10 |acessodata=2021-05-16 |website=Assam Times |lingua=en}}</ref>

A ''Satree Sarn Magazine'' foi a primeira revista feminina da [[Tailândia]].<ref>{{Citar web |url=http://www.ipsnews.net/1996/03/thailand-women-oldest-womens-magazine-succumbs-to-cash-crunch/ |titulo=THAILAND-WOMEN: Oldest Women's Magazine Succumbs to Cash Crunch |data=1996-03-05 |acessodata=2021-05-16 |website=Inter Press Service}}</ref>

== No Brasil ==
No Brasil, as publicações dedicadas exclusivamente ao público feminino começaram a serem criadas na primeira metade do século XIX, um período em que muitas mulheres ainda eram analfabetas.<ref>{{Citar periódico |url=https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/view/2219 |titulo=IMPRENSA FEMININA, REVISTA FEMININA. A IMPRENSA FEMININA NO BRASIL |data=2009-12-03 |jornal=Projeto História : Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História |numero=2 |ultimo=Lima |primeiro=Sandra Lúcia Lopes |idioma=pt |issn=2176-2767 |volume=35}}</ref> Revistas como a [[Claudia (revista)|Claudia]], [[Casa & Jardim]], [[Amiga (revista)|Amiga]], [[Boa Forma]], [[Glamour]], [[Marie Claire]], [[Capricho]] e[[Cosmopolitan (Brasil)|Cosmopolitan]] são algumas das inúmeras revistas que possuem como objetivo atingir o público feminino.<ref>{{Citar web |url=https://casaclaudia.abril.com.br/profissionais/profissionais-falam-sobre-sua-relacao-com-casa-claudia/ |titulo=Profissionais falam sobre sua relação com CASA CLAUDIA |acessodata=2021-05-16 |website=CASA CLAUDIA |publicado=[[Editora Abril]] |lingua=en-US}}</ref><ref>{{citar web |ultimo=Borges |primeiro=Juliana |url=https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/156630/000900618.pdf?sequence=1&isAllowed=y |titulo=O retrato da mulher nas revistas femininas: uma análise da imagem construída pela revista Claudia |data=2018 |acessodata=15/05/2021 |publicado=[[Universidade Estadual Paulista]]}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://www.scielosp.org/article/icse/2009.v13n30/07-16/ |titulo=Saúde da mulher na imprensa brasileira: análise da qualidade científica nas revistas semanais |data=2009-09 |acessodata=2021-05-16 |jornal=Interface - Comunicação, Saúde, Educação |ultimo=Oliveira |primeiro=Mariella Silva de |ultimo2=Paiva |primeiro2=Lucia Helena Costa |paginas=07–16 |lingua=pt |issn=1414-3283 |ultimo3=Costa |primeiro3=José Vilton |ultimo4=Pinto-Neto |primeiro4=Aarão Mendes}}</ref>


== Ligações externas ==
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Femina (dezembro de 1915).

Revistas femininas são revistas cujas matérias, artigos e publicidade focam as mulheres.

Escopo

A imprensa feminina aborda temas sempre relacionados ao mundo feminino, caracterizado pela expressão de sentimentos, domesticidade e a esfera particular, da casa e da família.[1][2][3] Os temas mais comuns são a maternidade, família, casamento e sexo.[4]

História

Em 1693, foi publicada a primeira edição da primeira revista feminina da Grã-Bretanha, The Ladies 'Mercury.[5] No ano de 1857, a primeira revista feminina em língua guzerate, Streebodh, foi criada por ativistas sociais Parsi.[6]

Em 1892, a primeira revista feminina do Egito, e de fato de todos os países mundo árabe. A Al Fatat, foi criada por Hind Nawfal.[7][8][9][10][11][12]

No período anterior à Guerra Civil Americana, Godey's Lady's Book foi uma revista feminina dos Estados Unidos que obteve a maior circulação do gênero.[13][14] Sua circulação aumentou de 70.000 na década de 1840 para 150.000 em 1860.[15]

Em 1919, Mabel Malherbe da África do Sul fundou a primeira revista feminina africana, que foi chamada Die Boerevrou.[16][17]

Publicada de 1934 a 1945, a NS-Frauen-Warte, a revista nazista para mulheres, tinha o status de única revista aprovada pelo partido para mulheres e servia para fins de propaganda, apoiando principalmente o papel de dona de casa e mãe como exemplar.[18][19][20]

Em 1952, a primeira revista feminina de língua inglesa no Sri Lanka foi fundada e publicada por Sita Jaywardana. Chamada Mulher do Sri Lanka, tinha como slogan "A revista feminina premiada do Sri Lanka".[21] Cobria moda, eventos sociais e contos.[21] A revista ajudou a lançar uma geração de designers e artistas.[21] A revista também fez um desfile anual de moda e várias outras atividades culturais para arrecadar dinheiro para causas sociais.[21]

No ano de 1963, o livro de Betty Friedan, The Feminine Mystique, foi publicado; é amplamente reconhecido como o início do feminismo de segunda onda nos Estados Unidos.[22][23] No segundo capítulo do livro, Friedan afirmou que as decisões editoriais relativas às revistas femininas da época eram tomadas principalmente por homens, que insistiam em histórias e artigos que mostravam as mulheres como donas de casa felizes ou carreiristas infelizes, criando assim a "mística feminina" - a ideia de que as mulheres se realizavam naturalmente ao se dedicarem a ser donas de casa e mães. Friedan também afirmou que isso estava em contraste com a década de 1930, época em que as revistas femininas frequentemente apresentavam heroínas confiantes e independentes, muitas das quais estavam envolvidas em carreiras.[24] No entanto, a historiadora Joanne Meyerowitz argumentou (em "Além da Mística Feminina: Uma Reavaliação da Cultura de Massa do Pós-guerra, 1946-1958," Journal of American History 79, março de 1993) que muitas das revistas e artigos contemporâneos do período não classificavam as mulheres apenas em casa, como Friedan afirmou, mas na verdade apoiava as noções de empregos de meio período ou período integral para mulheres que buscavam seguir uma carreira em vez de ser dona de casa.[25]No entanto, esses artigos ainda enfatizam a importância de manter a imagem tradicional da feminilidade.[25]

Em 1992, foi criada a primeira revista feminina em inglês a ser publicada no Nordeste da Índia, Eastern Panorama.[26][27][28]

A Satree Sarn Magazine foi a primeira revista feminina da Tailândia.[29]

No Brasil

No Brasil, as publicações dedicadas exclusivamente ao público feminino começaram a serem criadas na primeira metade do século XIX, um período em que muitas mulheres ainda eram analfabetas.[30] Revistas como a Claudia, Casa & Jardim, Amiga, Boa Forma, Glamour, Marie Claire, Capricho eCosmopolitan são algumas das inúmeras revistas que possuem como objetivo atingir o público feminino.[31][32][33]

Ligações externas

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Referências

  1. Sabino, Raquel do Nascimento (2015). «IMPRENSA FEMININA: IMAGENS E CONTEÚDOS PARA O FEMININO NAS CAPAS DA REVISTA QUERIDA». Revista Temas em Educação: 177–188. ISSN 2359-7003. Consultado em 16 de maio de 2021 
  2. Menegatt, Karen (10 de agosto de 2020). «A imprensa feminina e a emancipação da mulher: uma análise do periódico O Sexo Feminino (Rio de Janeiro – 1889)». Epígrafe (1): 56–82. ISSN 2318-8855. doi:10.11606/issn.2318-8855.v9i1p56-82. Consultado em 16 de maio de 2021 
  3. Carvalho, Kátia de (1995). «A imprensa feminina no Rio de Janeiro, anos 20: um sistema de informação cultural». Ciência da Informação (1). ISSN 1518-8353. Consultado em 16 de maio de 2021 
  4. Swain, Tania Navarro (Julho de 2001). «Feminismo e recortes do tempo presente: mulheres em revistas "femininas"». São Paulo em Perspectiva. 15 (3): 67–81. ISSN 0102-8839. doi:10.1590/S0102-88392001000300010. Consultado em 24 de setembro de 2017 
  5. «Women's magazines down the ages». the Guardian (em inglês). 20 de dezembro de 2008. Consultado em 16 de maio de 2021 
  6. Yagnik, Achyut (24 de agosto de 2005). Shaping Of Modern Gujarat (em inglês). [S.l.]: Penguin UK 
  7. Ende, Werner; Steinbach, Udo (15 de dezembro de 2011). Islam in the World Today: A Handbook of Politics, Religion, Culture, and Society (em inglês). [S.l.]: Cornell University Press 
  8. Hatem, M. (11 de abril de 2011). Literature, Gender, and Nation-Building in Nineteenth-Century Egypt: The Life and Works of `A'isha Taymur (em inglês). [S.l.]: Springer 
  9. Yagnik, Achyut (24 de agosto de 2005). Shaping Of Modern Gujarat (em inglês). [S.l.]: Penguin UK 
  10. Khaldi, B. (23 de dezembro de 2012). Egypt Awakening in the Early Twentieth Century: Mayy Ziyadah’s Intellectual Circles (em inglês). [S.l.]: Springer 
  11. Russell, M. (12 de novembro de 2004). Creating the New Egyptian Woman: Consumerism, Education, and National Identity, 1863-1922 (em inglês). [S.l.]: Springer 
  12. Sullivan, Earl L. (1986). Women in Egyptian public life. Internet Archive. [S.l.]: Syracuse, N.Y. : Syracuse University Press 
  13. «Godey's Lady's Book archives». Upennn. Consultado em 16 de maio de 2021 
  14. Rose, Anne C. (2004). Voices of the Marketplace: American Thought and Culture, 1830-1860 (em inglês). [S.l.]: Rowman & Littlefield 
  15. Fackler, Mark; Lippy, Charles H. (1995). Popular Religious Magazines of the United States (em inglês). [S.l.]: Greenwood Press 
  16. Women Marching Into the 21st Century: Wathint' Abafazi, Wathint' Imbokodo (em inglês). [S.l.]: HSRC Press. 2000 
  17. Bickford-Smith, Vivian (16 de maio de 2016). The Emergence of the South African Metropolis: Cities and Identities in the Twentieth Century (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press 
  18. «The NS Frauen Warte». Calvin University. Consultado em 16 de maio de 2021 
  19. «GHDI - Image». German History Docs. Consultado em 16 de maio de 2021 
  20. «Heidelberg University Library: NS-Frauenwarte: Paper of the National Socialist Women's League». Universitätsbibliothek Heidelberg. Consultado em 16 de maio de 2021 
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