Fonoaudiólogo: diferenças entre revisões
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Uma das possibilidades de intervenção no âmbito da reabilitação auditiva é o [[implante coclear]], que é um conjunto formado por uma unidade externa de processamento da [[fala]] e por uma unidade interna implantada cirurgicamente na parte interna da orelha, no osso da mastóide. Este método tem como função assumir a função das [[células ciliadas]], transferindo o sinal para o nervo auditivo e possibilitando o restabelecimento de sensações auditivas em indivíduos com perdas auditivas mais acentuadas.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.scielo.br/j/ptp/a/hrH9zwbN9ypK8V7rYGxBw8s/?lang=pt |título=Implante coclear em crianças: a visão dos pais |data=2010-09 |acessodata=2023-05-23 |periódico=Psicologia: Teoria e Pesquisa |ultimo=Yamanaka |primeiro=Daniela Aparecida Rissi |ultimo2=Silva |primeiro2=Roberto Benedito de Paiva e |paginas=465–473 |lingua=pt |doi=10.1590/S0102-37722010000300009 |issn=0102-3772 |ultimo3=Zanolli |primeiro3=Maria de Lurdes |ultimo4=Silva |primeiro4=Angélica Bronzatto de Paiva e}}</ref> |
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A Portaria Nº 2.776, de 18 de Dezembro de 2014, publicada pelo Ministério da Saúde, define os profissionais que devem compor a equipe técnica básica necessária para o programa de implante coclear, dentre eles, está o fonoaudiólogo.<ref>{{citar web|url=https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/prt2776_18_12_2014.html|titulo=MINISTÉRIO DA SAÚDE - PORTARIA Nº 2.776|data=18 de Dezembro de 2014|acessodata=23 de Maio de 2023|website=MINISTÉRIO DA SAÚDE}}</ref> Após a realização de uma avaliação otorrinolaringológica completa, o fonoaudiólogo recebe o candidato, realizando a avaliação audiológica e de linguagem oral, com o objetivo de avaliar se o candidato possui os critérios necessários para a realização do implante, posteriormente o encaminhando aos demais profissionais envolvidos no programa. Ao final das etapas pré-cirúrgicas e [[Cirurgia|cirúrgicas]], o candidato é atendido periodicamente pelo fonoaudiólogo, nesse momento, o profissional faz a ativação e o ajuste dos [[Elétrodo|eletrodos]] e treinamento das habilidades auditivas, buscando o desenvolvimento da [[leitura]] de fala e aquisição de [[linguagem]]. Dentro da equipe envolvida com candidatos a implante coclear, a presença do fonoaudiólogo é fundamental para a correta adaptação e funcionalidade da habilitação/reabilitação.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.scielo.br/j/rcefac/a/8TZQ45HKFyhGWQLBf37vQdb/?lang=pt |título=Conhecimento dos fonoaudiólogos de Porto Alegre sobre a atuação fonoaudiológica no implante coclear |data=2011-04 |acessodata=2023-05-23 |periódico=Revista CEFAC |ultimo=Sleifer |primeiro=Pricila |ultimo2=Fernandes |primeiro2=Vanessa Américo |paginas=259–270 |lingua=pt |doi=10.1590/S1516-18462010005000106 |issn=1516-1846}}</ref> |
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=== Fonoaudiólogo Audiologista na Saúde do Trabalhador === |
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Segundo a resolução n° 693 do CFFa, de 03 de março de 2023 o Fonoaudiólogo é um profissional regulamentado para a avaliação e acompanhamento da audição de empregados e servidores que estejam expostos a [[níveis de pressão sonora]] elevados, [[Ototoxicidade|agentes agressivos à saúde auditiva]]. Além disso, tem competência para implantar, monitorar, assessorar, supervisionar e coordenar [[Programas de Conservação Auditiva]] no campo da [[Saúde do trabalhador|Saúde do Trabalhador]].<ref>{{citar web|url=https://www.fonoaudiologia.org.br/resolucoes/resolucoes_html/CFFa_N_693_23.htm|titulo=RESOLUÇÃO CFFa Nº 693|data=3 de março de 2023|acessodata=24 de maio de 2023|website=Conselho Federal de Fonoaudiologia}}</ref> |
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Os Programas de Prevenção de Perdas Auditivas (PPPA) na Saúde do Trabalhador propostos pelo fonoaudiólogo devem incluir monitoramento do [[ruído]], monitoramento audiométrico, estimulação do uso de [[proteção auditiva]], treinamento e educação dos trabalhadores, além de examinar a eficiência de suas aplicações, se pautando em legislações nacionais e internacionais.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.scielo.br/j/jsbf/a/gtTqxH75fr4vrfcdsGbfKtt/?lang=pt |título=Verificação da efetividade de uma ação educativa sobre proteção auditiva para trabalhadores expostos a ruído |data=2011-03 |acessodata=2023-05-24 |periódico=Jornal da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia |ultimo=Rocha |primeiro=Clayton Henrique |ultimo2=Santos |primeiro2=Livia Haisa Damha |paginas=38–43 |lingua=pt |doi=10.1590/S2179-64912011000100010 |issn=2179-6491 |ultimo3=Moreira |primeiro3=Renata Rodrigues |ultimo4=Neves-Lobo |primeiro4=Ivone Ferreira |ultimo5=Samelli |primeiro5=Alessandra Giannella}}</ref>{{Referências}} |
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Revisão das 13h33min de 24 de maio de 2023
O fonoaudiólogo é um profissional de saúde, com graduação plena em Fonoaudiologia, que atua de forma autônoma e independente nos setores público e privado. É responsável pela promoção da saúde, prevenção, avaliação e diagnóstico, orientação, terapia (habilitação e reabilitação) e aperfeiçoamento dos aspectos fonoaudiológicos da função auditiva periférica e central, da função vestibular, da linguagem oral e escrita, da voz, da fluência, da articulação da fala e dos sistemas miofuncional, orofacial, cervical e de deglutição. Exerce também atividades de ensino, pesquisa e administrativas.[1]
No Brasil, há algumas décadas, os fonoaudiólogos era chamados de logopedas, sendo que em alguns idiomas ainda se utiliza tal designação, como em espanhol[2] e sueco[3], por exemplo.
A fonoaudiologia possui um total de 14 especialidades reconhecidas pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia, sendo elas: Audiologia, Linguagem, Motricidade Orofacial, Saúde Coletiva, Voz, Disfagia, Fonoaudiologia Educacional, Gerontologia, Fonoaudiologia Neurofuncional, Fonoaudiologia do Trabalho, Neuropsicologia, Fluência, Perícia Fonoaudiológica e Fonoaudiologia Hospitalar[4].
Na área de saúde mental, trata de distúrbios cognitivo-comunicativos[5], na Neuropsicologia[6] atua no tratamento e no gerenciamento de distúrbios da comunicação afetados pela cognição e pelo funcionamento cerebral, na [7]Fonoaudiologia Educacional é uma área de atuação que visa promover ações de educação dirigidas à comunidade escolar em diferentes ciclos de vida, levando em consideração a realidade socioeducacional dos envolvidos,[8] fonoaudiologia educacional.
Audiologia
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/6f/Audiogram.jpg/220px-Audiogram.jpg)
Na área de audiologia, o fonoaudiólogo é o profissional habilitado para realizar a avaliação, o diagnóstico e o tratamento de crianças, adultos e idosos com problemas de audição e equilíbrio. São encarregados da seleção e adaptação de próteses auditivas, participam das equipes de implante coclear. Estes fonoaudiólogos, denominados audiologistas, também realizam monitoramento intraoperativo, desenham, implantam e implementam programas de conservação auditiva, bem como de programas de triagem auditiva neonatal. Além disso, são profissionais de reabilitação por meio de terapias e ou treinamento para intervenção nos distúrbios de audição periféricos e ou centrais.[9]
Executam a avaliação audiológica, que tem como objetivo principal determinar a integridade do sistema auditivo, além de identificar tipo, grau e configuração da perda auditiva em cada orelha.[10] Quando em adultos, está consiste na determinação dos limiares por via aérea e por via óssea, limiar de reconhecimento da fala (LRF) e índice de reconhecimento de fala (IRF). A execução desses testes, juntamente com a imitanciometria e emissões otoacústicas, permite avaliar quantitativa e qualitativamente a audição, podendo demonstrar a necessidade de exames complementares e estabelecer condutas clínicas ou cirúrgicas.[11]
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/96/Hearing_aid_20080620.jpg/220px-Hearing_aid_20080620.jpg)
Reabilitação Auditiva
No campo da reabilitação auditiva, conforme a resolução RESOLUÇÃO CFFa nº 591, de 05 de novembro de 2020, o fonoaudiólogo é responsável pela realização dos procedimentos de seleção, indicação, adaptação, verificação e avaliação de resultados, além da orientação, aconselhamento e acompanhamento de usuários que utilizam AASI (Aparelho de Amplificação Sonora Individual), prótese auditiva ancorada no osso ou prótese de orelha média.[12] Para proporcionar ao paciente uma experiência positiva na reabilitação auditiva, o fonoaudiólogo deve seguir parâmetros reconhecidos que visam nortear suas tomadas de decisão. Diversas associações e academias de audiologia produziram protocolos para este fim, destacando o papel do profissional da Fonoaudiologia neste processo e deixando explícita a necessidade de competências de conhecimento técnico-científico em todas as suas decisões. Contudo, é necessário que exista a colaboração entre o fonoaudiólogo e o médico otorrinolaringologista , que realiza a avaliação do paciente, para a investigação e estabelecimento do diagnóstico prévio do candidato ao uso de aparelhos auditivos.[9]
Implante Coclear
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/50/Blausen_0244_CochlearImplant_01.png/220px-Blausen_0244_CochlearImplant_01.png)
Uma das possibilidades de intervenção no âmbito da reabilitação auditiva é o implante coclear, que é um conjunto formado por uma unidade externa de processamento da fala e por uma unidade interna implantada cirurgicamente na parte interna da orelha, no osso da mastóide. Este método tem como função assumir a função das células ciliadas, transferindo o sinal para o nervo auditivo e possibilitando o restabelecimento de sensações auditivas em indivíduos com perdas auditivas mais acentuadas.[13]
A Portaria Nº 2.776, de 18 de Dezembro de 2014, publicada pelo Ministério da Saúde, define os profissionais que devem compor a equipe técnica básica necessária para o programa de implante coclear, dentre eles, está o fonoaudiólogo.[14] Após a realização de uma avaliação otorrinolaringológica completa, o fonoaudiólogo recebe o candidato, realizando a avaliação audiológica e de linguagem oral, com o objetivo de avaliar se o candidato possui os critérios necessários para a realização do implante, posteriormente o encaminhando aos demais profissionais envolvidos no programa. Ao final das etapas pré-cirúrgicas e cirúrgicas, o candidato é atendido periodicamente pelo fonoaudiólogo, nesse momento, o profissional faz a ativação e o ajuste dos eletrodos e treinamento das habilidades auditivas, buscando o desenvolvimento da leitura de fala e aquisição de linguagem. Dentro da equipe envolvida com candidatos a implante coclear, a presença do fonoaudiólogo é fundamental para a correta adaptação e funcionalidade da habilitação/reabilitação.[15]
Fonoaudiólogo Audiologista na Saúde do Trabalhador
Segundo a resolução n° 693 do CFFa, de 03 de março de 2023 o Fonoaudiólogo é um profissional regulamentado para a avaliação e acompanhamento da audição de empregados e servidores que estejam expostos a níveis de pressão sonora elevados, agentes agressivos à saúde auditiva. Além disso, tem competência para implantar, monitorar, assessorar, supervisionar e coordenar Programas de Conservação Auditiva no campo da Saúde do Trabalhador.[16]
Os Programas de Prevenção de Perdas Auditivas (PPPA) na Saúde do Trabalhador propostos pelo fonoaudiólogo devem incluir monitoramento do ruído, monitoramento audiométrico, estimulação do uso de proteção auditiva, treinamento e educação dos trabalhadores, além de examinar a eficiência de suas aplicações, se pautando em legislações nacionais e internacionais.[17]
Referências
- ↑ «Fonoaudiologia - Fono SP». www.fonosp.org.br. Consultado em 1 de julho de 2019
- ↑ Parra, ROSA MARIA PONS (2007). Manual de Logopedia. Murcia: DIEGO MARIN. 506 páginas. ISBN 9788484255017
- ↑ Hartelius, Lena (2007). Logopedi. Lund: Studentlitteratur AB
- ↑ «Fonoaudiologia - Fono SP». www.fonosp.org.br. Consultado em 4 de setembro de 2021
- ↑ RAMÍREZ, SARA; MATIZ, SORAYA (30 de Junho de 2019). «PAPEL DO FONOAUDIOLOGISTA NA ÁREA DE SAÚDE MENTAL: UMA EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL NO HOSPITAL MILITAR CENTRAL». PAPEL DO FONOAUDIOLOGISTA NA ÁREA DE SAÚDE MENTAL: UMA EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL NO HOSPITAL MILITAR CENTRAL. Consultado em 21 de Novembro de 2019
- ↑ http://repositorio.pucrs.br/dspace/bitstream/10923/9301/2/Neuropsicologia_como_especialidade_na_Fonoaudiologia_Consenso_de_Fonoaudiologos_Brasileiros.pdf
- ↑ Celeste, Letícia Corrêa; Zanoni, Graziela; Queiroga, Bianca; Alves, Luciana Mendonça; Celeste, Letícia Corrêa; Zanoni, Graziela; Queiroga, Bianca; Alves, Luciana Mendonça (9 de março de 2017). «Hearing and Speech Sciences in Educational Environment Mapping in Brazil: education, work and professional experience». CoDAS (em inglês). 29 (1). ISSN 2317-1782. doi:10.1590/2317-1782/20172016029. Consultado em 9 de dezembro de 2019
- ↑ Horizonte, Vectornet Desenvolvimento Web de Belo (2 de maio de 2014). «Fonoaudiologia do Trabalho». www.crefono6.org.br. Consultado em 9 de dezembro de 2019
- ↑ a b MARQUESAN, IRENE (2014). Tratado das Especialidades em Fonoaudiologia. Rio de Janeiro: EDITORA ROCA. p. 1407. ISBN 9788527726412
- ↑ «Guia de Orientações na Avaliação Audiológica Básica». CreFono 7. Consultado em 23 de maio de 2023
- ↑ FILHO, OTACÍLIO (2013). Novo tratado de fonoaudiologia. SÃO PAULO: EDITORA MANOLE. p. 131. ISBN 9788520452189
- ↑ «RESOLUÇÃO CFFa nº 591». Conselho Federal de Fonoaudiologia. 5 de Novembro de 2020. Consultado em 23 de maio de 2023
- ↑ Yamanaka, Daniela Aparecida Rissi; Silva, Roberto Benedito de Paiva e; Zanolli, Maria de Lurdes; Silva, Angélica Bronzatto de Paiva e (setembro de 2010). «Implante coclear em crianças: a visão dos pais». Psicologia: Teoria e Pesquisa: 465–473. ISSN 0102-3772. doi:10.1590/S0102-37722010000300009. Consultado em 23 de maio de 2023
- ↑ «MINISTÉRIO DA SAÚDE - PORTARIA Nº 2.776». MINISTÉRIO DA SAÚDE. 18 de Dezembro de 2014. Consultado em 23 de Maio de 2023
- ↑ Sleifer, Pricila; Fernandes, Vanessa Américo (abril de 2011). «Conhecimento dos fonoaudiólogos de Porto Alegre sobre a atuação fonoaudiológica no implante coclear». Revista CEFAC: 259–270. ISSN 1516-1846. doi:10.1590/S1516-18462010005000106. Consultado em 23 de maio de 2023
- ↑ «RESOLUÇÃO CFFa Nº 693». Conselho Federal de Fonoaudiologia. 3 de março de 2023. Consultado em 24 de maio de 2023
- ↑ Rocha, Clayton Henrique; Santos, Livia Haisa Damha; Moreira, Renata Rodrigues; Neves-Lobo, Ivone Ferreira; Samelli, Alessandra Giannella (março de 2011). «Verificação da efetividade de uma ação educativa sobre proteção auditiva para trabalhadores expostos a ruído». Jornal da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia: 38–43. ISSN 2179-6491. doi:10.1590/S2179-64912011000100010. Consultado em 24 de maio de 2023