Zona de Interesse (Auschwitz)

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Mapa da zona de interesse do KZ Auschwitz (1941)

Zona de Interesse ou Área de Interesse do Campo de Concentração de Auschwitz (em alemão: Interessengebiet des KZ Auschwitz) era a denominação dada pelas forças de ocupação nazistas à área que circundava o complexo de Auschwitz, na Polônia ocupada. Era restrita à Schutzstaffel (SS) e subordinada à administração do campo principal.

O maior complexo de campos de concentração do estado nazista foi construído nessa área, que era protegida do mundo exterior. A Área de Interesse localizava-se ao sul da confluência dos rios Soła e Vístula, perto da cidade de Oświęcim (Auschwitz), e era parcialmente delimitada por esses rios. Cobria cerca de 40 km² e abrigava o campo principal do complexo de Auschwitz, Auschwitz-Birkenau, instalações da SS, oficinas e atividades agrícolas do campo principal e seus subcampos. A Área de Interesse existiu oficialmente entre o final de maio de 1941 e a liberação do campo de Auschwitz, pelo Exército Vermelho, no final de janeiro de 1945, durante a ofensiva no Vistula–Oder.

A Zona de Interesse de Auschwitz foi criada em 1941, como uma zona de exclusão, mediante o confisco das terras agrícolas situadas ao redor do campo. [1][2]

Sua criação tinha como objetivo remover a população polonesa dessas áreas e tomar posse de suas terras agrícolas, que passariam a ser exploradas economicamente mediante o emprego de trabalho forçado dos prisioneiros do campo, com a venda de produtos agrícolas revertendo em benefício da SS. Além disso, a Zona de Interesse destinava-se a reduzir o contato com a população da região. Pretendia-se também criar ali pelo menos duas aldeias-modelo destinadas ao treinamento de agricultores alemães. [3][2]

Na ficção[editar | editar código-fonte]

O escritor britânico Martin Amis deu ao seu romance de 2014 o título de A Zona de Interesse. Trata-se de uma versão ficcional da vida do comandante do campo, Rudolf Höß, e sua família, entre os anos de 1941 e 1943, na Zona de Interesse do Campo de Auschwitz. Mais tarde, Jonathan Glazer inspirou-se no vagamente no romance de Amis para realizar seu filme homônimo de 2023, no qual destaca a banalidade idílica da vida da família Höß - dedicada ao cultivo de seu pomar, seu jardim e sua horta, à sombra do epicentro do Holocausto.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Strzelecka, Irena; Setkiewicz, Piotr (2000). «The Construction, Expansion and Development of the Camp and its Branches». In: Długoborski, Wacław; Piper, Franciszek. Auschwitz, 1940–1945. Central Issues in the History of the Camp. I: The Establishment and Organization of the Camp. Oświęcim: Auschwitz-Birkenau State Museum. pp. 72–73. ISBN 978-8385047872. OCLC 874340863 
  2. a b «Map of the Auschwitz Interest Zone». The University of British Columbia: Auschwitz Academic Guide. 2021. Cópia arquivada em 11 de março de 2024 
  3. Węgrzyn, Łukasz (janeiro de 2015). «Granice nazistowskich obozów koncentracyjnych i zagłady na terenie okupowanej Polski». Studia z Geografii Politycznej i Historycznej. 4. 280 páginas. doi:10.18778/2300-0562.04.11. Cópia arquivada (PDF) em 18 de junho de 2022