Alberto Garre

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Alberto Garre
Alberto Garre
Alberto Garre em 2014.
Presidente da Região de Múrcia
Período 10 de abril de 20143 de julho de 2015
Antecessor(a) Ramón Luis Valcárcel
Sucessor(a) Pedro Antonio Sánchez
Deputado nas Cortes Gerais
por Múrcia
Período 2 de abril de 200426 de junho de 2011
Deputado na Assembleia Regional de Múrcia
pela circunscrição n.º 2
Período 26 de junho de 201118 de junho de 2015
Período 28 de maio de 19912 de abril de 2004
Dados pessoais
Nome completo Alberto Garre López
Nascimento 10 de fevereiro de 1952 (72 anos)
Torre-Pacheco, Espanha
Nacionalidade espanhol
Alma mater Universidade de Múrcia
Partido Partido Popular (até 2017)
Somos Región (2018-2019)

Alberto Garre López (Torre-Pacheco, 10 de fevereiro de 1952) é um político espanhol, presidente da Comunidade Autônoma da Região de Múrcia, de 2014 a 2015.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Alberto Garre nasceu na pedanía de Balsicas, em Torre-Pacheco, cidade onde seu pai trabalhava como farmacêutico. Aos 18 meses, ele ficou órfão depois que sua mãe morreu em um acidente.[2]

Depois de terminar o liceu no Colégio Loreto em Santiago de la Ribera (San Javier), estudou Direito na Universidade de Múrcia e, depois de formado, começou a exercer a advocacia.[2]

Trajetória política[editar | editar código-fonte]

O início de sua carreira política deu-se em Torre-Pacheco, seu município natal, onde foi eleito vereador em 1987,[3] tendo sido até 1995 porta-voz do agrupamento municipal do Partido Popular, que nesses anos era oposição na Câmara Municipal.[4]

Em 1991, foi eleito deputado na Assembleia Regional de Múrcia pela circunscrição eleitoral n.º 2, quando atuou como secretário segundo da mesa da Câmara.[4] Em 1995, o Partido Popular chegou ao governo da Região de Múrcia, tornando-se então porta-voz do seu grupo parlamentar na Assembleia Regional, cargo que ocuparia por pouco mais de dois mandatos, até o ano 2004, quando foi eleito deputado por Múrcia no Congresso da Espanha.[5]

Ele permaneceu no Congresso dos Deputados por duas legislaturas, ambas com o PP na oposição. Em 2008, já como deputado, decidiu quebrar a disciplina de voto do grupo popular na votação da reforma do Estatuto de Autonomia de Castela-Mancha, juntamente com outro deputado murciano, Arsenio Pacheco, por entender que ela violava os interesses da Região de Murcia em termos hídricos ao tentar pôr fim na obra do Transvase Tejo-Segura.[6][2]

Em 2011, retornou à política regional, novamente como membro da Assembleia Regional, onde foi eleito vice-presidente primeiro. Presidente local do PP de Torre Pacheco, em 2012 ele também foi nomeado presidente do Comitê de Direitos e Garantias do Partido Popular da Região de Murcia e presidente do PP de Torre-Pacheco.[7]

Presidente da Região de Múrcia[editar | editar código-fonte]

Em 2014, após a renúncia de Ramón Luis Valcárcel ao cargo de Presidente da Região de Murcia para integrar o Parlamento Europeu, a Junta Executiva Regional do Partido Popular o elegeu "por aclamação" em 12 de março como sucessor de Valcárcel.[8] Após obter o apoio da Assembleia Regional no debate da investidura, ele tomou posse em 10 de abril de 2014.[9]

Entre suas ações como Presidente da Comunidade Autônoma da Região de Murcia, promoveu a limitação dos mandatos dos Presidentes a 8 anos[10] e a Lei de Transparência.[11] Desbloqueou o contrato com a concessionária do Aeroporto Internacional da Região de Múrcia, por não cumprimento, e deu início ao procedimento para a adjudicação de um novo contrato. Estabeleceu com empregadores e sindicatos um Pacto para o Emprego, e promoveu o Decreto sobre a Seca com o Ministério da Agricultura.[12]

Em julho de 2015, e após as eleições regionais em maio, ele foi substituído na presidência por Pedro Antonio Sánchez, que havia feito parte de seu governo como Secretário da Educação.[13][14]

Carreira política pós-presidência[editar | editar código-fonte]

Em março de 2017, desligou-se do Partido Popular, acusando seus líderes de encobrir casos de corrupção e de permitir que Pedro Antonio Sánchez fosse reeleito como chefe do PP regional, apesar de estar sob investigação no caso Auditorio.[15] Ele enviou uma carta ao presidente do partido, Mariano Rajoy, destacando sua insatisfação com a falta de ação sobre corrupção e a marginalização da Região de Murcia, especialmente em termos de financiamento e de recursos hídricos.

Em maio de 2017, criou a Plataforma Cívica Região de Múrcia, com o objetivo de realizar uma análise da situação política, econômica e social da comunidade murciana, e como primeiro passo para a construção de um novo partido.[16][17]

Em 12 de dezembro de 2017, anunciou que transformaria sua Plataforma Cívica em um partido político regionalista.[18] Em 2018, fundou oficialmente o Somos Región, um novo partido político regenerativo, de centro social e reformista.[19]

Em 4 de setembro de 2019, anunciou sua demissão como presidente do Somos Región e sua retirada da vida política, após os maus resultados que seu novo partido obteve nas eleições regionais, nas quais não obteve representação na Assembleia Regional.[20][21]

Referências

  1. «Alberto Garre, expresidente de Murcia, deja el PP por la "inacción" de Rajoy ante la corrupción» (em espanhol). El País. 24 de março de 2017. Consultado em 29 de agosto de 2021 
  2. a b c «Destino San Esteban» (em espanhol). La Verdad. 16 de março de 2014. Consultado em 29 de agosto de 2021 
  3. GALINDO, Jesús. «A Alberto Garre le ha faltado tiempo». Murcia Economía. Consultado em 29 de agosto de 2021 
  4. a b «Valcárcel propone a Alberto Garre como nuevo presidente de la Región de Murcia» (em espanhol). ABC. 12 de março de 2014. Consultado em 29 de agosto de 2021 
  5. «Valcárcel propone al diputado regional Alberto Garre como nuevo presidente de Murcia» (em espanhol). El Mundo. 11 de março de 2014. Consultado em 29 de agosto de 2021 
  6. «Dos diputados del PP rompen la disciplina de voto por el Estatuto de Castilla-La Mancha» (em espanhol). El País. 14 de outubro de 2008. Consultado em 29 de agosto de 2021 
  7. «Garre dejará de presidir el PP pachequero» (em espanhol). La Opinión de Murcia. 7 de junho de 2015. Consultado em 29 de agosto de 2021 
  8. «El PP de Murcia propone por aclamación a Alberto Garre como sucesor de Valcárcel» (em espanhol). El Mundo. 12 de março de 2014 
  9. «Toma de posesión de Alberto Garre. Web de la Comunidad Autónoma de la Región de Murcia» (em espanhol). Consultado em 5 de maio de 2014. Cópia arquivada em 5 de maio de 2014 
  10. «Murcia aprueba limitar los mandatos del presidente regional tras 20 años de gobierno de Valcárcel» (em espanhol). El Diario. 13 de novembro de 2014. Consultado em 29 de agosto de 2021 
  11. «Alberto Garre dimite como presidente de Somos Región» (em espanhol). La Verdad. 4 de setembro de 2019. Consultado em 29 de agosto de 2021 
  12. «Garre destaca la disposición de Agricultura para aprobar el Decreto de sequía» (em espanhol). ABC. 25 de fevereiro de 2015. Consultado em 29 de agosto de 2021 
  13. «Pedro Antonio Sánchez será el candidato del PP a la Presidencia de la Comunidad» (em espanhol). Europa Press. 5 de março de 2015. Consultado em 29 de agosto de 2021 
  14. «Pedro Antonio Sánchez, investido presidente de la Región de Murcia con el apoyo de PP y C's» (em espanhol). Europa Press. 30 de junho de 2015. Consultado em 29 de agosto de 2021 
  15. «El expresidente de Murcia Alberto Garre deja el PP y acusa a Rajoy de «inacción ante la corrupción»» (em espanhol). ABC. 24 de março de 2017. Consultado em 4 de abril de 2017 
  16. «El expresidente Garre lanza una plataforma que podría convertirse en formación política» (em espanhol). El Diario. 25 de maio de 2017. Consultado em 28 de agosto de 2021 
  17. «Somos Región: el nuevo partido de Alberto Garre» (em espanhol). El Diario. 23 de janeiro de 2018. Consultado em 28 de agosto de 2021 
  18. «Alberto Garre anuncia la creación de su partido político en febrero» (em espanhol). El Diario. 12 de dezembro de 2017. Consultado em 28 de agosto de 2021 
  19. «El partido político de Alberto Garre se llamará Somos Región» (em espanhol). La Verdad. 23 de janeiro de 2018. Consultado em 29 de agosto de 2021 
  20. «Garre abandona la política y aboca a Somos Región a la desaparición» (em espanhol). La Verdad. 5 de setembro de 2019. Consultado em 28 de agosto de 2021 
  21. «Alberto Garre se retira de la política y abandona su cargo como presidente de Somos Región» (em espanhol). Europa Press. 4 de setembro de 2019. Consultado em 28 de agosto de 2021