Aliança das Terras Altas e Ilhas

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Aliança das Terras Altas e Ilhas
Highlands and Islands Alliance
Càirdeas
Líder Lorraine Mann[1]
Fundação 1998
Registro 25 de fevereiro de 1999[1]
Dissolução 24 de agosto de 2004[1]
Ideologia Interesses das Terras Altas da Escócia
Membros (1999) 280[2]
País  Reino Unido
Política do Reino Unido

Partidos políticos

Eleições

A Aliança das Terras Altas e Ilhas (em inglês: Highlands and Islands Alliance; em gaélico escocês: Càirdeas, significando "amizade", "boa vontade" ou "aliança") foi um partido político criado para concorrer às primeiras eleições para o Parlamento Escocês. Concorreram apenas ao círculo eleitoral Highlands and Islands, mas não tiveram sucesso, tendo tido apenas 1,29% dos votos nesse círculo (0,1% no total do eleitorado escocês).[3]

História[editar | editar código-fonte]

Highlands and Islands, o único círculo eleitoral onde a Aliança das Terras Altas e Ilhas concorreu

A Aliança foi fundada em 1998[4] e apresentou-se às eleições de 1999 como pretendendo assegurar que o que eles descreviam como a voz distintiva da experiência das Terras Altas e Ilhas fosse ouvida[5], e que fossem eleitos deputados com espírito independente e com um historial de resolverem problemas prático. Também declararam que pretendiam garantir que a relação entre as comunidades e os seus deputados fosse "dinâmica e empoderadora", e propondo um sistema de "democracia comunitária", em que os deputados da Aliança consultariam diretamente os votantes via internet e votassem de acordo com as opiniões destes.[2] Embora afirmassem representar as Terras Altas, alguns rapidamente apontaram que a Aliança tinha poucas ou nenhumas políticas para a língua gaélica escocesa, além de algum reconhecimento simbólico.

Alguns dos candidatos tinham um passado de envolvimento em movimentos de protesto, como a cabeça-de-lista Lorraine Mann, ativista anti-resíduos nucleares, enquanto outros se envolveram na política na sequência do movimento contra as portagens na ponte da Ilha de Skye.[6] Em 1999 a Aliança teria cerca de 280 membros.[2]

A Aliança concorreu apenas ao círculo das Highlands and Islands para as eleições regionais de 1999, obtendo apenas 2.607 (1.29% do total dos votos nesse círculo).

A Aliança apresentou uma lista com paridade de sexos, e com a intenção que os deputados que fossem eleitos praticassem a partilha de tarefas, de forma que duas pessoas assumissem e partilhassem igualmente as responsabilidades de um representante.[7][6] Tal não foi inicialmente autorizado pelas autoridades eleitorais, mas após a Aliança levar a questão a um Tribunal Europeu (via advogados trabalhando pro bono) a lei foi alterada e todos os candidatos da HIA apresentaram-se com a intenção expressa de dividirem as tarefas.

A Aliança não concorreu às eleições gerais de 2001 nem às eleições escocesas de 2003, tendo sido "desregistada voluntariamente" em 2004.[1]

Programa[editar | editar código-fonte]

Entre as propostas apresentas pela Aliança em 1999, contavam-se;

  • os serviços básicos de saúde serem geridos de forma a que não fossem mais caros para os utentes que vivessem nas zonas mais remotas da Escócia[5]
  • diversificação dos investimento nas indústrias e criação de empregos sustentáveis[5]
  • criação de uma Política Agrícola Escocesa[5]
  • fim das portagens na Ponte de Skye, melhorias nos serviços de ferry e redução dos preços dos transportes públicos, considerando que os impostos sobre os combustíveis prejudicavam os habitantes das Terras Altas e Ilhas[5]
  • redistribuição das terras, criticando "o sistema feudal de propriedade do solo"[5]
  • mesmo acesso ao ensino pré-escolar nas zonas rurais que nas urbanas, limitar o fecho de escolas em zonas rurais e estudar a reabertura de algumas anteriormente fechadas[5]
  • defesa que o investimento dos fundos europeus fosse canalizado sobretudo para as comunidades mais esquecidas[5]
  • um banco para as Terras Altas[6]
  • uma companhia aérea propriedade da comunidade[6]
  • uma assembleia reunindo todos os deputados das Terras Altas (fossem representantes ao Parlamento Europeu, ao Parlamento britânico ou ao Parlamento da Escócia) para contactar diretamente com o público[6]
  • encorajar os supermercados a vender produtos locais[6]
  • gestão dos recursos piscatórios pelas comunidades costeiras[8]

Referências

  1. a b c d «Highlands and Islands Alliance - Càirdeas». The Electoral Commission (em inglês). Consultado em 11 de maio de 2017 
  2. a b c «The Highland road». Economist (em inglês). 25 de fevereiro de 1999. Consultado em 10 de maio de 2017 
  3. Leeke, Matthew; Cracknell, Richard (14 de maio de 2003). Scottish Parliament Elections: 1 May 2003 (PDF). Research Paper 03/46 (Relatório) (em inglês). House of Commons Library. p. 9. 23 páginas. Consultado em 10 de maio de 2017 
  4. Halfacree, Keith (2001). «Going 'back-to-the-land' again: extending the scope of counterurbanisation». Espace, populations, sociétés (em inglês). 19 (1): 164. doi:10.3406/espos.2001.1984. Consultado em 10 de maio de 2017 
  5. a b c d e f g h «Highlands and Islands Alliance». BBC News (em inglês). 14 de Abril de 1999 
  6. a b c d e f «Shouting is drowning the voice of the people, claims Alliance». The Herald (em inglês). Glasgow. 3 de maio de 1999. Consultado em 6 de abril de 2016 
  7. Ward, Lucy (26 de janeiro de 1999). «Putting New Labour's family-friendly policies to the test». The Guardian (em inglês). Consultado em 6 de abril de 2016 
  8. Thomson, David (2001). «Hebrides and the West Coast of Scotland: The Social and Cultural Importance of the Coastal Fishing Communities and their Contribution to Food Security». In: McGoodwin, James R. Understanding the Cultures of Fishing Communities. A Key to Fisheries Management and Food Security (em inglês) 401 ed. [S.l.]: Food and Agriculture Organization of the United Nations. p. 285. ISBN 9789251046067. ISSN 0429-9345. Consultado em 10 de maio de 2017