Anna Lins

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Anna Lins
Nascimento Por volta de 1555
Olinda, Capitania de Pernambuco, Brasil Colônia
Morte Ano desconhecido
Capitania de Pernambuco
Nacionalidade Portugal Portugal
Progenitores Mãe: Felipa Roiz
Pai: Roderich Linz
Cônjuge Bartolomeu Ledo

Anna Lins é uma das primeiras caboclas conhecidas da História do Brasil e foi uma das principais denunciantes de cristãos-novos por ocasião da vinda da Inquisição ao Brasil Colônia entre 1593 e 1595.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Fruto da união do comerciante alemão Roderich Linz com sua então escrava indígena Felipa Roiz, a existência de Anna Lins, uma das primeiras teuto-brasileiras, é registrada em documentos inquisitoriais compilados pelo padre e inquisidor português Heitor Furtado de Mendonça.

Em 10 de novembro de 1593, Anna Lins comparece espontaneamente diante de Furtado de Mendonça como denunciante dos senhores de engenho Branca Dias e Diogo Fernandes Santiago. Declara ter "trinta e oito anos, pouco mais ou menos" e se anuncia como esposa de Bartolomeu Ledo. Por ter sido aluna de Branca Dias em sua juventude, Anna Lins descreve os hábitos suspeitos que indicavam que a família de sua professora praticasse judaísmo ocultamente, dentre os quais o hábito de a família acusada não trabalhar aos sábados. Diz também ter testemunhado rejeição por parte do casal aos católicos e a Jesus, assim como supostas práticas mágicas.

Foi também denunciante de Bento Teixeira, acusando-o de hábitos religiosos proibidos à época.[2][3]

Suas denúncias levaram à prisão de Bento Teixeira e das filhas de Branca Dias e Diogo Fernandes, a saber: Andressa Jorge e Brites Fernandes

Referências

  1. «Anna Lins». Consultado em 31 de julho de 2020 
  2. Heitor Furtado de Mendonça. Denunciações e Confissões de Pernambuco: 1593-1595 (Governo do Estado de Pernambuco, 1984). [S.l.: s.n.] 
  3. Janaína Guimarães da Fonseca e Silva (2012). «CRISTÃOS-NOVOS NOS NEGÓCIOS DO DA CAPITANIA DE PERNAMBUCO: relacionamentos, continuidades e rupturas nas redes de comércio entre os anos de 1580 e 1630» (PDF). Consultado em 31 de julho de 2020