António Holtreman

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António Holtreman
António Holtreman
Dados pessoais
Nome completo António Maria Ribeiro da Costa Holtreman
Nascimento 11 de agosto de 1812
Lisboa, Portugal
Morte 12 de abril de 1890 (77 anos)
Lisboa, Reino de Portugal Portugal
Nacionalidade Portugal Português
Progenitores Mãe: Narcisa Perpétua de Oliveira e Seabra
Pai: Manuel Ribeiro Holtreman
Alma mater Universidade de Coimbra
Cônjuge Maria da Piedade
Libânia Augusta das Neves e Melo
Parentesco Familia Holtreman
Partido Partido Histórico
Partido Progressista
Profissão Advogado e político

António Holtreman, (Lisboa, 18 Agosto 1812 - Lisboa, 12 Abril 1890), foi advogado e um abastado proprietário, pai do primeiro Visconde de Alvalade, Alfredo Augusto das Neves Holtreman. Liberal, responsável pela Gazeta dos Tribunais e um dos fundadores do Partido Histórico. Foi ainda vice-presidente da Associação dos Advogados em Lisboa e advogado de grandes casas aristocráticas, como a de Palmela ou a de Lafões.[1]

Família[editar | editar código-fonte]

Descendente por via masculina da família Holtreman, foi filho de Manuel Ribeiro Holtreman, Cavaleiro da Ordem de Santiago e de sua mulher Narcisa Perpétua de Oliveira e Seabra.[2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Foi secretário do governo civil de Santarém nomeado pelo ministro Passos Manuel, e foi eleito deputado por Alenquer nas eleições gerais que seguiram à revolução de 1851 (mai conhecida por Regeneração) que fez cair o ministério de Costa Cabral[3].

Frequentou durante um ano a Academia de Marinha e o curso de Física e Química que Mouzinho de Albuquerque regia no edifício da Moeda. Matriculou-se no primeiro ano de Filosofia da Universidade de Coimbra em 1827. Fechada a Universidade (durante 1828—1829) voltou a Lisboa e cursou o primeiro ano da Escola Médica. Quando a Universidade reabriu matricular-se no primeiro ano de Cânones e Leis que frequentou até 1831, ano em que tornou a fechar a Universidade.

Entusiasmando-se com o triunfo constitucional de 24 Julho de 1833, e animado pelas ideias liberais em que fora educado desde a infância, não pode fugir à tentação de tomar parte nas lutas da Liberdade e na noite desse mesmo dia partiu para Lisboa, onde chegou a 25, alistando-se no batalhão académico onde se conservou até a Convenção de Evoramonte, assinada em 26 de Maio de 1834, sendo nessa ocasião também extinto o batalhão académico. Desde fins de 1833 até princípios de 1834 exerceu interinamente o ofício de contador dos órfãos de Lisboa. Reabrindo a Universidade, nesse mesmo ano de 1834, voltou a matricular-se, frequentando a faculdade de Leis e Cânones, vindo a formar-se em 1836.

De regresso a Lisboa, triunfando a Revolução de Setembro, a favor da qual se manifestara, foi nomeado pelo ministro Passos Manuel, secretário do governo civil de Santarém. Demitiu-se depois deste lugar, estabelecendo banca de advogado em Santarém e transferindo-se em 1841 para Lisboa, onde até ao fim da vida continuou exercendo a mesma profissão. De sociedade com o seu colega dr. António Gil tomou ao dr. Francisco Inácio Pinheiro a propriedade da Gazeta dos Tribunais, tendo então mantido esta publicação durante 30 anos.

No período de 1841 a 1844, por causa da guerra civil, o governo perseguia a Imprensa que lhe era contrária e António Holtreman, reconhecido liberal, tomou-se um defensor dos jornais da oposição acusados de abuso de liberdade de imprensa, de que resultou ser preso em 1844 à ordem do ministério Costa Cabral, sendo encerrado no Limoeiro, passando depois para bordo do cúter “andorinha”, e conduzido ao castelo do Pico, no Funchal donde voltou em meados do mesmo ano.

Entregando-se à política, no Partido Histórico, em que sempre militara, foi eleito deputado por Alenquer nas eleições gerais que seguiram à revolução de 1851, que fez cair o ministério Costa Cabral. A sua atuação política foi brilhante, mas curta, pois a câmara foi dissolvida em 1852. António Holtreman abandonou definitivamente a política em 1856.

Foi advogado dos altos interesses do seu tempo e deu o seu valioso auxílio à elaboração do Código Comercial. Colaborou na Gazeta dos Tribunais e na Revista Universal.

Casamento e descendência[editar | editar código-fonte]

Casou em primeiras núpcias com Maria da Piedade de quem teve dois filhos:

  • António Holtreman
  • José Holtreman

E casou em 4 de Junho de 1836 em segundas núpcias com Libânia Augusta das Neves e Melo de quem teve 6 filhos e filhas:


Referências

  1. Dicionário Biográfico Parlamentar 1834-1910 vol. 2, Maria Filomena MÓNICA, Lisboa, Imprensa de Ciências Sociais e Assembleia da República, 2004-2005, pp. 439-441.
  2. "Nobreza de Portugal e do Brasil", Direcção de Afonso Eduardo Martins Zúquete, Editorial Enciclopédia, 2.ª Edição, Lisboa, 1989, Volume Segundo, p. 264
  3. Elogio historico do dr. Antonio Maria Ribeiro da Costa Holtreman, Manuel Veloso de Armelim Junior, Typographia Universal, Lisboa, 1990