Batalha de Messines (1917)

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Batalha de Messines (1917)
Primeira Guerra Mundial

Mapa da batalha com a situação da frente em 7 de Junho e respectivas operações até 14 de Junho.
Data 7-14 de Junho de 1917
Local Flandres Ocidental, Bélgica
Desfecho Vitória britânica
Beligerantes
Reino Unido Império Britânico Império Alemão Império Alemão
Comandantes
Reino Unido Douglas Haig
Reino Unido Herbert Plumer
Império Alemão Rodolfo da Baviera
Império Alemão Friedrich Bertram Sixt von Armin
Forças
Segundo exército: 12 divisões[1]
num total de 216 000 homens
XIX Corpo: 5 divisões[2]
num total de 126 000 homens
Baixas
24 562 baixas de 1 a 12 de Junho[3] 25 000[4]

A Batalha de Messines (7–14 Junho de 1917) consistiu numa ofensiva coordenada pelo Segundo Exército britânicoi, sob o comando do general Herbert Plumer, na Frente Ocidental perto da vila de Mesen, na região belga da Flandres Ocidental, durante a Primeira Guerra Mundial. A Ofensiva Nivelle, em Abril e Maio, não conseguiu atingir os seus principais objectivos, desmoralizando as tropas francesas e alterando a estratégia anglo-francesa para 1917. A ofensiva em Messines forçou o Exército Alemão a mobilizar as suas reservas das frentes de Arras e Aisne para a Flandres, o que retirou alguma pressão sobre o Exército Francês. O objectivo táctico do ataque em Messines era a captura das defesas alemãs posicionadas na colina - que se estendiam desde Ploegsteert ("Plugstreet") Wood, a sul, até Messines, e de Wytschaete a Mt. Sorrel - para expulsar o Quarto Exército alemão das zonas altas de Ypres. A colina seria o local de coordenação das defesas britânicas e das áreas de retagurada a norte, a partir de onde os britânicos pretendiam lançar a "Operação do Norte", e avançar até à colina de Passchendaele e, depois, capturar a costa belga até à fronteira holandesa.

O Segundo Exército era constituído por cinco corpos, dos quais três fizeram parte do ataque, e dois permaneceram no flanco norte, afastados da acção principal; outro corpo encontrava-se disponível no "Quartel-General de Reservas" (‘’GHQ reserve’’). As divisões do Quarto Exército alemão Gruppe Wijtschate controlavam a colina, mais tarde reforçada por uma divisão de Gruppe Ypern.[nota 1] A batalha começou com a detonação de 19 minas, que destruíram as defesas frontais alemãs, seguida de fogo de barragem numa extensão de 640 m, o que permitiu às tropas de ataque controlar a colina com o apoio de tanques, patrulhas a cavalo e aeronaves. A eficácia das minas, barragem em bombardeamentos britânicos, evoluiu positivamente com os avanços das sondagens da artilharia, detecção do inimigo com a ajuda de very-lights e centralização das operações de artilharia a partir do quartel-general do Segundo Exército. Os ataques entre os dias 8 e 14 de Junho fizeram avançar a nova linha da frente para além da linha (Oosttaverne) Sehnen alemã. A Batalha de Messines representou o prelúdio para a muito maior campanha da Terceira Batalha de Ypres, cujo bombardeamento preliminar teve início a 11 de Julho de 1917.

Notas

  1. As forças britânicas em acção eram o II Corpo Anzac com a 3.ª Divisão australiana; Divisão Neozelandêsa, 25.ª Divisão e 4.ª Divisão australiana de reserva; IX Corpo com as 36.ª, 16.ª e 19.ª Divisões, e a 11.ª Divisão de reserva; X Corpo com as 41.ª, 47.ª e 23.ª Divisões e 24.ª Divisão de reserva. O XIV Corpo estava no "GHQ reserve" com os Guardas, 1.ª, 8.ª e 32.ª Divisões, e 30.ª, 55.ª, 39.ª e 38.ª Divisões do II Corpo e o VIII Corpo, não envolvido na ofensiva principal, defendia o flanco norte efectuando ataques de teste a 8 de Junho.[5]. O Gruppe Wijtschate (IX Corpo de Reserva) controlava a colina com as 204.ª, 35.ª, 2.ª, 3.ª (Bávara) (substituiu a 40.ª Divisão quando o ataque britânico teve início) e 4.ª (Bávara) Divisões, apoiadas pela 7.ª Divisão e pela 1.ª Divisão de Guardas de Reserva como divisões de Eingreif ("contrataque").[6] A 24.ª Divisão Saxónica tinha sido substituída a 5 de Junho, e foi afastada quando o ataque britânico começou; a 11.ª Divisão de Reserva da Gruppe Ypern chegou a 8 de Junho.[7]

Referências

  1. Wolff 1958, p. 95.
  2. Wolff 1958, p. 98.
  3. Edmonds 1948, pp. 87–88.
  4. Groom 2002, p. 169.
  5. Edmonds 1948, p. 417 & 107.
  6. Sheldon 2007, p. 40.
  7. Edmonds 1948, p. 85.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

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