Batalha de Saba (2012)

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Batalha de Saba (2012)
Conflito na Líbia (2011–2014)
Data 25–31 de março de 2012
Local Sabha, Líbia
Desfecho Cessar fogo
  • Tropas do exército líbio chegam a Sabha para garantir a paz entre as tribos.
Beligerantes
tribo Abu Seif
tribo Awlad Sulayman
tribo Tubu Líbia Exército Líbio
Comandantes
Issa Abdelmajid Mansour
Ahmat Ely Galmai †
Líbia Yousef Mangoush
Líbia Col. Wanis Bukhamada
Líbia Abdurrahman Tawil
Líbia Col. Ali Dallah Gaidi
     

A Batalha de Saba de 2012 envolveu confrontos armados entre a tribo Tubu e as tribos árabes Abu Seif e Awlad Sulayman em Saba[1], uma cidade na região de Fezzan, Líbia. Aconteceu depois dos confrontos de fevereiro de 2012 em Cufra, que também envolveram os tubus. Issa Abdel Majit Monsur, chefe da tribo Tubu na Líbia, anunciou a reativação da Frente Tubu para Salvação da Líbia, um grupo de oposição que já estava ativo durante o governo de Muammar Gaddafi, e também anunciou a possibilidade de atividades separatistas. [2] Um cessar-fogo foi declarado, a partir de 1 de abril, quando a violência cessou. [3]

Desenvolvimento[editar | editar código-fonte]

Após a queda de Muammar Gaddafi, os tubus, que participaram ativamente da Primeira Guerra Civil Líbia, encontram-se em posições-chave no sul da Líbia. Os representantes de Saba no Conselho Nacional de Transição são tubus. No entanto, os tubus representam apenas 10 a 15% dos 150.000 habitantes da cidade de Saba, por isso tensões surgem com as tribos árabes.[4]

Em 26 de março, uma queixa foi apresentada por um tubu que teve seu veículo roubado. Uma reunião dos líderes milicianos é então organizada no antigo Palácio do Povo, mas a situação degenera entre os tubus e os árabes da tribo Ouled Suleiman. Um homem abre fogo e três tubus são mortos, incluindo um líder tribal, Ahmat Ely Galmai. A batalha torna-se generalizada. Os tubus são inicialmente repelidos e se retiram para o sul de Saba.[4]

Durante os combates, Issa Abdelmajid Mansour anuncia a reativação da Frente Tubu para Salvação da Líbia e acusa o Conselho Nacional de Transição de apoiar as tribos árabes.[5] [6] Os soldados do Exército Líbio - na verdade ex-rebeldes de Bengazi - são enviados ao local para pôr fim aos confrontos, mas ocupam apenas um posto de controle entre o aeroporto e o centro da cidade. Um cessar-fogo inicial é aceito pelas tribos em 28 de março, porém a violência continua no dia seguinte.[7] [4]

Em 29 de março, os tubus retornam e lançam um ataque surpresa no meio da noite. Os combates reiniciam, mas a água começa a se esgotar. Os tubus culpam os árabes por destruírem a usina de energia de Saba que fornece água para Murzuque e Al Qatrun. Em 31 de março, os dois lados, exaustos, concluem uma trégua.[4]

Segundo um médico da cidade, os combates de 26 e 27 de março deixaram 31 mortos e 123 feridos no lado árabe, enquanto Issa Abdelmajid Mansour, chefe dos tubus, relata a morte de 40 homens de sua tribo.[5] Em 31 de março, o ministro da Saúde declarou que a violência deixou 147 mortos e 395 feridos de ambos os lados.[8]

Referências

  1. «Tripoli Battles Shadowy Qaddafists While Tribal Rivals Fight Over Southern Libya». The Jamestown Foundation. In March 2012, three days of vicious fighting in Sabha that began as a dispute between the Tubu and the Arab Abu Seif and morphed into a battle between the Tubu and the Awlad Sulayman left 40 Tubu and 30 Arabs dead. 
  2. «Libya's Toubou tribal leader raises separatist bid». Al Arabiya. 27 de março de 2012 
  3. «UPDATE 2-Libyan PM visits scene of tribal clashes in desert». Reuters. 1 de abril de 2012 
  4. a b c d Christophe Boisbouvier, Libye : quand les Toubous se réveillent, Jeune Afrique, 6 de maio de 2012.
  5. a b Nouveaux affrontements intertribaux dans le sud libyen, Le Monde avec AFP, 27 de março de 2016.
  6. Vincent Duhem, Libye : le chef des Toubous dénonce un « nettoyage ethnique » au sud du pays, Jeune Afrique, 28 de março de 2012.
  7. Magharebia : Une paix fragile après le cessez-le-feu à Sabha
  8. Magharebia : Le gouvernement libyen annonce la fin des affrontements violents à Sabha