Concurso Público Nacional Unificado

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de CPNU)

O Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), também chamado de Concurso Nacional Unificado (CNU), é uma iniciativa do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos do Governo Federal do Brasil para centralizar e agilizar o processo de contratação de novos servidores públicos federais. O objetivo principal é realizar, de forma centralizada, exames de contratação para diversos cargos da administração federal, ampliando a oferta de locais de prova e permitindo o pleito a diferentes cargos em um só concurso. Planejado para ser realizado a cada dois anos, o concurso tem sua primeira edição em 2024. A adesão ao concurso por parte de cada órgão é voluntária. Por suas características, o concurso é ocasionalmente descrito como "Enem dos Concursos", em referência ao Exame Nacional do Ensino Médio.

Contexto[editar | editar código-fonte]

De acordo com o Painel Estatístico de Pessoal do Governo Federal, o Poder Executivo federal perdeu mais de 73 mil servidores entre 2016 e 2022, regredindo ao número de trabalhadores existente há 15 anos. Essa perda compromete a capacidade de resposta do Estado frente ao aumento da complexidade das demandas da sociedade em áreas trabalho-intensivas de atuação direta e indireta do governo.[1]

O CPNU visa reconstruir a força de trabalho dos órgãos públicos e aumentar a velocidade dos processos de contratação, centralizando em um único certame a seleção para diversas carreiras e entidades. Ao realizá-lo, o governo federal dispensa a necessidade de contratação de diferentes bancas organizadoras para aplicação de concursos variados ao longo do ano, otimizando recursos de aplicação e ampliando o número de cidades em que os exames podem ser aplicados.[1]

A primeira edição do concurso foi anunciada em 2023, com realização em 2024 e expectativa de 3 milhões de inscritos. Segundo Esther Dweck, ministra de Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, o ministério planeja realizar o concurso unificado a cada dois anos.[2]

Objetivos[editar | editar código-fonte]

O CPNU tem como principais objetivos declarados:[3][1]

  • Recompor a força de trabalho que presta serviços à população;
  • Centralizar o processo de contratação de servidores públicos federais;
  • Agilizar os processos de admissão de novos servidores;
  • Ampliar e democratizar o acesso da população às vagas públicas;
  • Selecionar perfis diversos, representativos da sociedade brasileira.

Em entrevista ao Correio Braziliense, a ministra Esther afirmou que o concurso era uma das etapas do processo de reforma administrativa do governo Lula.[4]

Estrutura[editar | editar código-fonte]

Inspirado no modelo do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o CPNU será realizado simultaneamente em diversas cidades, garantindo ampla concorrência. Um estudo provisório divulgado em agosto de 2013 previa a realização do exame em 180 cidades.[5] Por fim, o governo confirmou que o exame seria aplicado em 220 cidades.[3][6][7]

As provas serão aplicadas em um único dia, divididas em dois turnos de avaliações objetivas e discursivas.[3][8] Haverá conteúdos comuns sobre ética, administração pública e realidade brasileira, além de questões específicas para cada área.[1]

A execução ficará a cargo de uma estrutura de governança liderada pelo MGI,[necessário esclarecer] com apoio técnico de instituições como Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e Controladoria-Geral da União.[1]

A Cesgranrio será a primeira banca organizadora do Concurso Público Nacional Unificado.[9]

Vagas e blocos temáticos[editar | editar código-fonte]

Serão oferecidas 6640 vagas em 21 órgãos públicos federais, distribuídas em oito blocos temáticos:[3][7][8]

  • Infraestrutura, Exatas e Engenharias: 727 vagas
  • Tecnologia, Dados e Informação: 597 vagas
  • Ambiental, Agrário e Biológicas: 530 vagas
  • Trabalho e Saúde do Servidor: 971 vagas
  • Educação, Saúde, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos: 1016 vagas
  • Setores Econômicos e Regulação: 359 vagas
  • Gestão Governamental e Administração Pública: 1748 vagas
  • Nível Médio: 692 vagas

Os candidatos escolherão um único bloco no ato da inscrição e poderão concorrer a diferentes cargos dentro desse bloco.[10]

Inscrições[editar | editar código-fonte]

Apenas 24 horas após as aberturas das inscrições, no dia 20 de janeiro de 2024, 217 mil pessoas já haviam se inscrito.[4]

Referências

  1. a b c d e Cilair Rodrigues de Abreu; José Celso Cardoso Jr.; Roberto Pojo (28 de agosto de 2023). «Concurso Público Nacional Unificado: solução para a ampliação e a democratização do acesso da população brasileira às vagas públicas de âmbito federal». Estadão. Consultado em 22 de janeiro de 2024 
  2. Marcos Amorozo (17 de janeiro de 2024). «Governo quer "Enem dos Concursos" a cada dois anos, diz ministra da Gestão». CNN Brasil. Consultado em 27 de janeiro de 2024 
  3. a b c d «Tire suas dúvidas sobre o Concurso Nacional Unificado». Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. Consultado em 22 de janeiro de 2024 
  4. a b Denise Rothenburg; Ana Dubeux; Rosana Hessel (21 de janeiro de 2024). «Esther Dweck: 'A reforma administrativa que está no Congresso é punitiva'». Correio Braziliense. Consultado em 27 de janeiro de 2024 
  5. «Governo quer 'Enem' para concurso público, com provas em 180 cidades, diz ministra a jornal». O Globo. 25 de agosto de 2023. Consultado em 27 de janeiro de 2024 
  6. «Estão abertas as inscrições do Concurso Nacional Unificado». Agência Gov. Consultado em 22 de janeiro de 2024 
  7. a b «Concurso Nacional Unificado: veja cidades onde serão aplicadas as provas». O Globo. 19 de janeiro de 2024. Consultado em 22 de janeiro de 2024 
  8. a b «'Enem dos Concursos': como se inscrever no Concurso Público Nacional Unificado». BBC News Brasil. 10 de janeiro de 2024. Consultado em 22 de janeiro de 2024 
  9. «MGI define banca do CPNU de 2024.» 
  10. «Inscrições do Concurso Nacional Unificado são abertas: veja blocos e datas». UOL. 19 de janeiro de 2024. Consultado em 22 de janeiro de 2024 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]