Caio Júlio Julo (cônsul em 447 a.C.)

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 Nota: Para outros significados, veja Caio Júlio Julo.
Caio Júlio Julo
Cônsul da República Romana
Consulado 451 a.C. (decênviro)
447 a.C.
435 a.C.
434 a.C.?

Caio Júlio Julo (em latim: Gaius Iulius Iullus) foi um político da gente Júlia nos primeiros anos da República Romana eleito cônsul por duas vezes, em 447 e 435 a.C., com Marco Gegânio Macerino e Lúcio Vergínio Tricosto respectivamente. Foi também decênviro no Primeiro Decenvirato, em 451 a.C. É possível ainda que tenha sido cônsul uma terceira vez em 434 a.C., mas as fontes, segundo Lívio, são contraditórias.

Supõe se que Caio Júlio seja filho de Caio Júlio Julo, cônsul em 482 a.C.

Decenvirato[editar | editar código-fonte]

Caio Júlio foi eleito em 451 a.C. para compor o Primeiro Decenvirato, que elaborou a "Lei das Dez Tábuas", que seria completada no decenvirato seguinte resultando na Lei das Doze Tábuas.

Primeiro consulado (447 a.C.)[editar | editar código-fonte]

Foi eleito para a posição de cônsul pela primeira vez em 447 a.C. com Marco Gegânio Macerino. Durante seu mandato, mediou as disputas entre os tribunos da plebe e os jovens nobres, sem se comprometer, porém, com uma ou outra posição, conseguindo evitar que a plebe adiasse ou impedisse os trabalhos, lembrando que a discórdia interna daria mais oportunidades aos inimigos de Roma, colocando o Estado em perigo. Desta forma garantiu a harmonia suficiente à política romana[1].

Segundo consulado (435 a.C.)[editar | editar código-fonte]

Caio Júlio foi reeleito em 435 a.C., desta vez com Lúcio Vergínio Tricosto, e teve que enfrentar uma terrível epidemia em Roma e nas redondezas, uma invasão dos fidenos e outra dos veios, unidos contra uma Roma já no limite de suas forças. Os invasores ultrapassaram o rio Aniene e acamparam perto da Porta Colina. Júlio posicionou suas tropas na margem e nas muralhas enquanto Vergínio consultava o Senado, que elegeu como ditador Quinto Servílio Prisco, que derrotou e expulsou os atacantes do território romano[2].

Terceiro consulado?[editar | editar código-fonte]

Lívio nota que as fontes são contraditórios sobre um terceiro mandato de Caio Júlio Julo em 434 a.C., ano no qual Mamerco Emílio Mamercino foi nomeado ditador pela segunda vez; Licínio Macro reporta como cônsules em 434 a.C. Caio Júlio e Lúcio Vergínio Tricosto, enquanto Quinto Tuberão e Valério Antias reportam como tribunos consulares Marco Mânlio Capitolino e Quinto Sulpício Camerino Pretextato[3].

Ver também[editar | editar código-fonte]

Decênviro da República Romana
Precedido por:
Ápio Cláudio Crasso Inregilense Sabino

com Tito Genúcio Augurino

Caio Júlio Julo
451 a.C.

com Primeiro Decenvirato

Sucedido por:
Segundo Decenvirato
Cônsul da República Romana
Precedido por:
Lárcio (ou Espúrio) Hermínio Coritinesano

com Tito Vergínio Tricosto Celimontano

Marco Gegânio Macerino
447 a.C.

com Caio Júlio Julo

Sucedido por:
Tito Quíncio Capitolino Barbato IV

com Agripa Fúrio Medulino Fuso

Precedido por:
Marco Cornélio Maluginense

com Lúcio Papírio Crasso II

Caio Júlio Julo II
435 a.C.

com Lúcio Vergínio Tricosto

Sucedido por:
Caio Júlio Julo III[4]
ou Marco Mânlio Capitolino[5]

com Lúcio Vergínio Tricosto II[4]
ou Quinto Sulpício Camerino Pretextato[5]

Precedido por:
Caio Júlio Julo II

com Lúcio Vergínio Tricosto

Caio Júlio Julo III[4]
434 a.C.

com Lúcio Vergínio Tricosto II[4]

Sucedido por:
Marco Fábio Vibulano

com Lúcio Sérgio Fidenato
com Marco Fólio Flacinador


Referências

  1. Lívio, "Ab Urbe Condita" III, 4, 65
  2. Lívio, "Ab Urbe Condita" IV, 21,22
  3. Lívio, "Ab Urbe Condita" IV, 23.
  4. a b c d Segundo Licínio Macro, anotado por Lívio.
  5. a b Segundo Quinto Tuberão e Valério Antias, anotado por Lívio.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]