Caso de estupro coletivo de Deli em 2012

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Caso de estupro coletivo de Deli em 2012
Hora c. 21:00h
Data 16 de dezembro de 2012 (2012-12-16); 11 anos, 4 meses e 10 dias atrás
Local Deli, Índia
Participantes Jyoti Singh Pandey, indivíduo não-identificado (amigo de Jyoti Pandey), indivíduo não-identificado (menor de idade); Mukesh Singh, Vinay Sharma, Pawan Gupta, Ram Singh e Akshay Thakur
Mortes 2 (Jyoti Singh e Ram Singh)

O caso de estupro coletivo em Deli envolveu um estupro e assassinato que ocorreu em 16 de dezembro de 2012, em Munirka, um bairro localizado na parte sul de Nova Deli, onde uma estudante de medicina,[1] de 23 anos, foi espancada e estuprada por um grupo em um ônibus, no qual viajava com um amigo. Havia outros seis no ônibus, incluindo o motorista, que também estuprou a jovem. Como consequência, a mesma veio a falecer dias após ser violentada.

O fato[editar | editar código-fonte]

Na noite de 16 de dezembro de 2012, por volta das 21 horas, a estudante Jyoti Singh Pandey, de 23 anos, foi ao cinema com um amigo, para assistir ao filme Life of Pi. No retorno para casa, decidiram pegar um ônibus. No interior do veículo, outros cinco homens (um deles, menor de idade) e o próprio motorista atacaram o casal, agredindo com uma barra de ferro o jovem que acompanhava Jyoti Pandey, até que o mesmo viesse a desmaiar. Em seguida, os homens estupraram a jovem e a agrediram, de modo que a mesma também desmaiou. Em seguida, Jyoti e seu amigo, ambos desacordados, foram lançados para fora do ônibus ainda em movimento. Devido a seus graves ferimentos, a jovem faleceu no hospital, dias depois do ocorrido.[2][3]

Consequências[editar | editar código-fonte]

O fato gerou uma cobertura nacional e internacional generalizada, vindo a ser condenado por grupos de feministas, tanto na Índia como no exterior. Também foram registrados protestos contra o governo da Índia e, em particular, contra o governo de Nova Deli por não proporcionar segurança adequada às mulheres. Em tais ocasiões, milhares de manifestantes entraram em choque com as forças de segurança. Em outras cidades da Índia também foram registrados protestos semelhantes.

Todos os envolvidos no crime foram presos e acusados de estupro e assassinato. Em 11 de março de 2013, o condutor do ônibus, Ram Singh, que também se encontrava detido, cometeu suicídio na prisão. Foi divulgado que Singh se enforcou; contudo, seu advogado e sua família sempre sustentaram que ele foi assassinado e deixaram claro que o mesmo vinha recebendo seguidas ameaças de morte por parte dos guardas e de outros detentos.[4][5] Os demais acusados foram julgados e, considerados culpados por agressão, estupro, assassinato e roubo, foram posteriormente condenados.[6]

O estupro e morte de Jyoti causaram comoção mundial e a população indiana, em várias regiões do país, saiu às ruas para clamar por justiça. Desta forma, protestos se espalharam por diversas cidades da Índia, sendo que o mais violento deles ocorreu em Nova Deli, terminando com um morto e mais de cem 100 feridos. Como consequência, o governo indiano enrijeceu as leis relativas aos crimes sexuais.[7]

Em novembro de 2013, três dos quatro acusados foram executados, todos eles por enforcamento. O quarto acusado, que tinha dezessete anos de idade na data do crime, foi julgado por um tribunal de menores e condenado a uma pena de três anos de reclusão em um reformatório. A execução dos condenados se deu em 20 de março de 2020.[8]

Em 2015, foi produzido um documentário britânico, batizado como A Filha da Índia, que descreve o crime e a prisão dos envolvidos. No documentário é dito que os responsáveis pelo crime alegaram que se viram no direito de atacar a moça porque “nenhuma mulher decente estaria na rua àquela hora da noite”.[3]

Referências