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Cautes e Cautopates

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(Redirecionado de Cautes e Cautópates)
Grupo escultório representando, da esquerda para a direita, Cautopates, Mitras sacrificando um touro e Cautes.
Descoberta no Mitreu de Sídon e atualmente no Louvre, em Paris.

Cautes e Cautopates são os dois tocheiros ou luminários frequentemente representados ladeando o deus Mitras nas imagens romanas antigas mitraicas conhecidas como "tauroctonia", o sacrifício ritual de um touro. Cautes aponta sua tocha acesa para cima enquanto Cautopates aponta a sua, também acesa, para baixo.

Interpretação

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Na iconografia mitraica, Mitras representa o sol propriamente dito ou uma divindade próxima do deus Hélio ou de Sol Invicto ("sol invencível"), com que Mitras está jantando. Os servos Cautes e Cautopates supostamente representariam ou o nascer e o pôr-do-sol respectivamente[1] ou, talvez, os equinócios da primavera e do outono[2] ou ainda os nodos orbitais ascendente (primavera) e descendente (outono) na esfera celeste. Outra interpretação possível é que Cautopates seria a morte e Cautes, uma nova vida[3].

Representações artísticas

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Relevo em mármore de uma cena de tauroctonia mitraica do Capitólio, Roma, Itália, da figura do culto romano de Mitra sacrificando um touro

Ambos são representados em escala menor que Mitras para enfatizar a importância do deus e ambos usam vestes persas, principalmente barrete frígio, enfatizando as supostas origens orientais do culto[4].

Cautes segura uma tocha acesa apontada para cima enquanto Cautopates segura outra, também acesa, mas apontada para baixo[5]. Cautopates geralmente aparece à esquerda, mas nem sempre. Existem vários exemplares onde ambos estão com as pernas cruzadas, mas também não é uma obrigatoriedade.

Referências

  1. Manfred Clauss, The Roman cult of Mithras, tr. R. Gordon, Edinburgh University Press (2000) p.95-6.
  2. Ulansey, David (1991). The Origins of the Mithraic Mysteries: Cosmology and Salvation in the Ancient World (em inglês). [S.l.: s.n.] .
  3. Manfred Clauss, The Roman cult of Mithras, p.97.
  4. Cumont, Franz. Oriental Religions in Roman Paganism (1911)
  5. Manfred Claus, The Roman cult of Mithras, tr. Richard Gordon. Edinburgh University Press (2000) p.95; p. 49; fig. 9)

Ligações externas

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