João-escamoso

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Estado de conservação
Espécie em perigo
Em perigo (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Família: Furnariidae
Género: Cranioleuca
Espécie: C. muelleri
Nome binomial
Cranioleuca muelleri
Hellmayr, 1911
Distribuição geográfica

O joão-escamoso (Cranioleuca muelleri) é uma espécie de ave da família Furnariidae. É endêmica do Brasil, onde ocorre nos estados do Amapá, Amazonas e Pará. Habita matas de várzea e pântanos subtropicais ou tropicais.[2]

Descrição[editar | editar código-fonte]

O joão-escamoso é uma ave distinta, com o ventre com aparência escamosa, uma lista supraciliar pálida, partes superiores marrom-escuras, e coroa, asas e cauda castanhas. A cauda é graduada, com rectrizes basalmente enrijecidos e pontiagudos nas pontas. O peito e o ventre são castanho-amarelados muito claros; as penas da garganta, do peito e da barriga possuem bordas oliva escuro, criando uma aparência semelhante a escamas.[2][3] Possui em média 14–15 cm.[2]

Distribuição e habitat[editar | editar código-fonte]

O joão-escamoso é endêmico do leste do rio Amazonas no Brasil, variando do extremo leste do Amazonas, leste ao sul do Amapá até a Ilha Mexiana no Pará.[1] Habita a floresta tropical húmida, restrita à vegetação rasteira e ao meio das matas de várzea brasileiras (que são sazonalmente inundadas). Varia de elevação de 0–200 m.[1][2]

Dieta[editar | editar código-fonte]

Sua dieta consiste principalmente em artrópodes. Geralmente se alimenta aos pares, às vezes com bandos de espécies mistas, em busca de insetos.[2]

Estado de conservação[editar | editar código-fonte]

O joão-escamoso foi classificado como em perigo pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). É uma espécie pouco conhecida e aparentemente incomum,[2] e sua população provavelmente é relativamente pequena. Com base em um modelo de desmatamento futuro na bacia amazônica,[4] esta espécie deverá perder cerca de metade de seu habitat disponível ao longo de três gerações, o que levará a um declínio de até 50% em sua população.[2] A principal ameaça a esta espécie é o desmatamento e a fragmentação de habitat.[1]

Referências

  1. a b c d BirdLife International (2016). «Cranioleuca muelleri». Lista Vermelha da IUCN de espécies ameaçadas da UICN 2024 (em inglês). ISSN 2307-8235 
  2. a b c d e f g Remsen, Jr., J. V.; Sharpe, C.J. (2020). «Scaled Spinetail (Cranioleuca muelleri)». In: del Hoyo, J.; Elliott, A.; Sargatal, J.; Christie, D. A.; de Juana, L. Birds of the World (em inglês). Ithaca, NY: Cornell Lab of Ornithology. doi:10.2173/bow.scaspi1.01 
  3. Ridgely, Robert S.; Tudor, Guy (2009). Field Guide to the Songbirds of South America: The Passerines (em inglês). Austin, TX: University of Texas Press. ISBN 978-0-292-71748-0 
  4. Soares-Filho, B. S.; Nepstad, D. C.; Curran, L. M.; Cerqueira, G. C.; Garcia, R. A.; Ramos, C. A.; Voll, E.; McDonald, A.; Lefebvre, P.; Schlesinger, P. (março de 2006). «Modelling conservation in the Amazon basin». Nature (em inglês). 440 (7083): 520–523. ISSN 0028-0836. doi:10.1038/nature04389. Consultado em 30 de novembro de 2020 
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