Cristóvão Clávio
Cristóvão Clávio | |
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Nascimento | 25 de março de 1538 Bamberg |
Morte | 2 de fevereiro de 1612 (73 anos) Roma, Itália |
Nacionalidade | Alemão |
Cristóvão Clávio (Bamberg, 25 de março de 1538 — Roma, 2 de fevereiro de 1612) foi um sábio e matemático jesuíta alemão. Seu nome é grafado de diversas maneiras: Christoph Clau, Christopher Clau, Christophorus Clavius ou Christopher Clavius.
Biografia
Clávio estudou no colégio dos jesuítas em Coimbra, entre 1556 e 1560, atraído certamente pela fama do filósofo Pedro da Fonseca.
Pode admitir-se que nesses anos tenha conhecido Pedro Nunes, mas é seguro afirmar-se que nunca foi seu discípulo.
Foi um dos maiores responsáveis pela difusão da obra de Pedro Nunes na Europa.
Como admirador incondicional do matemático português, Clávio cita-o em várias das suas obras, sempre em termos elogiosos. Para o jesuíta alemão, Nunes foi "summo ingenio", "geometriae scientissimus", "nullo hac nostra aetate in Mathematicis inferior" [inferior a nenhum outro em matemática no nosso tempo].
Enquanto chefe de fila dos matemáticos jesuítas, a admiração de Clávio por Pedro Nunes transmitiu-se também aos discípulos do jesuíta, entrando assim nos colégios e na abundante produção científica da Companhia de Jesus.
Obra
Clávio deixou uma abundante produção matemática. Escreveu sobre um leque de temas muito amplo, em obras que foram editadas várias vezes :
Enquanto matemático, redigiu, em 1574, uma versão latina dos Elementos de Euclides, que incluiu muitos elementos resultates das suas pesquisas. Esta versão ficou a ser uma versão de base para todos os matemáticos do Renascimento, como Descartes e Leibniz.
Clávio foi o autor de um livro de Álgebra (Roma, 1608), onde foram introduzidos pela primeira vez em Itália os símbolos « + » et « - ». Foi igualmente o primeiro a utilizar o ponto decimal.
Adversário de Nicolau Copérnico, Clávio teve grande importância na reforma do calendário gregoriano, o que fez dele o inimigo de vários matemáticos, como François Viète. Este último, numa série de satiras como o Adversus C. Clavium expostulatio, acusou Clávio de se ter enganado a propósito do significado do trabalho de seu antecessor junto do papa Gregório XIII, o matemático Aloysius Lilius.
Clavius foi chamado o Euclides do século XVI. O seu nome foi dado à cratera Clavius, a segunda maior da face visível da lua.
Obras do padre Clávio
- Explicação do calendário gregoriano (Roma, 1603)
- Comentários sobre Euclides, 1574.
- Tratado de Gnomonica, 1581.
Bibliografia
- Sabine Rommevaux, Clavius, une clé pour Euclide au XVI ème siècle. Paris, J. Vrin, 2005. (Mathesis). ISBN 2-7116-1787-4.
- Pierre Thuillier, Les Jésuites ont-ils été des pionniers de la science? (1988), in D'Archimède à Einstein, Livre de Poche, coll. Biblio-Essais n°4237. ISBN 2-253-94237-5
Fonte parcial
- Bouillet note
- Bibliotéca Nacional de Portugal