Cruz de Portugal

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Cruz de Portugal
Apresentação
Tipo
Estatuto patrimonial
Monumento Nacional (d)Visualizar e editar dados no Wikidata
Localização
Localização
Coordenadas
Mapa
 Nota: Se procura o emblema da Ordem de Cristo, veja Cruz da Ordem de Cristo.

A Cruz de Portugal é um monumento existente na cidade de Silves, distrito de Faro, Portugal, classificado como Monumento Nacional desde 1910[1][2][3].

Este nome também é utilizado para referenciar a Cruz da Ordem de Cristo.[carece de fontes?]

Descrição[editar | editar código-fonte]

Mede atualmente cerca de 3 metros de altura e o seu aspeto revela traços supostamente do estilo gótico florido e do estilo manuelino, num minucioso trabalho de decoração[1][2][3]. É feita em calcário branco-amarelado, pouco resistente e muito poroso, e possui grandes traços de erosão. Encontramos numa das faces um Cristo crucificado e na outra um Cristo descido da Cruz e nos braços de sua mãe, ou seja, uma pietá[1][2][3]. Encontra-se ladeada por uma construção feita de pedra e grades e com um alpendre que a protege, até um certo ponto, de vandalismo e de um clima menos próprio, feito em 1943 e depois refeito em 1953[3].

História e hipóteses[editar | editar código-fonte]

Situada atualmente em Silves, na estrada N124, na direcção a-São Bartolomeu de Messines, a Cruz de Portugal já se encontrou em vários outros locais dentro da cidade, como perto da Sé Catedral, no terreiro da Câmara, por volta de 1940. Em 1957 regressa para o local acima descrito, onde já havia estado antes. Sabe-se que em 1824, o município lhe dera a base de pedra calcária que ainda tem hoje dia e que o cruzeiro teria pelo menos o dobro da altura que hoje tem, destacando-se das casas e tendo sido um ponto de referência da cidade[3]

Pouco se sabe ao certo, ainda, sobre as origens deste cruzeiro. Segundo o relatório de análise técnica e geológica feito pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil a pedido da Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, o cruzeiro deverá remontar ao século XV e, de acordo com o estilo gótico flamejante usado, talvez ao último quartel desse século[1][2]. O facto de ser de um tipo de calcário não existente na região do Algarve, leva a crer que a cruz não tenha sido ali feita, e por isso, importada de outra região. O próprio nome do cruzeiro Cruz de Portugal leva alguns a pensar que poderá ter sido encomendada por portugueses e/ou para Portugal. Depois, os próprios elementos figurativos ali contidos não são muito recorrentes em Portugal, como a existência de uma Nossa Senhora da Piedade (pietá). O próprio estilo de gótico também não é recorrente neste país.

Devido à data de feitura da Cruz e aos elementos arquitectónicos e decorativos nela contidos, como a pietá e um Cristo crucificado, uma das hipóteses mais prováveis é que a Cruz de Portugal tenha sido doada à cidade por ocasião da visita de D. Manuel I em 1499, como agradecimento deste monarca pelo acolhimento na Sé Catedral dos restos mortais do rei D. João II, falecido em Alvor poucos anos antes, ali sepultado e trasladado para o Mosteiro da Batalha, onde ainda hoje se encontra. De facto, a existência daqueles elementos escultóricos, sugerem normalmente a morte e o acto piedoso de sepultar os mortos[3].

Na obra Portugal Antigo e Moderno[4], o autor Pinho Leal refere que os ingleses haviam querido levar a Cruz de Portugal consigo devido à sua beleza e valor artístico mas a população opôs-se vigorosamente pois sempre lhe haviam atribuído um grande significado religioso[4]. Com efeito era costume ver-se pessoas ajoelhadas diante da Cruz invocando a graça divina, e durante a altura da sexta-feira santa, rezariam em volta da mesma. A banda filarmónica silvense fazia, não raras vezes, concertos junto à própria Cruz de Portugal.

A Urbanização Cruz de Portugal, em Silves, tem este nome devido justamente à existência próxima daquele monumento.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d «Cópia arquivada». Consultado em 2 de agosto de 2014. Arquivado do original em 26 de fevereiro de 2014 
  2. a b c d «Cópia arquivada». Consultado em 2 de agosto de 2014. Arquivado do original em 8 de agosto de 2014 
  3. a b c d e f «Cruz de Portugal». Monumentos.gov.pt. 27 de julho de 2011. Consultado em 5 de março de 2018 
  4. a b Soares d'Azevedo Barbosa de Pinho Leal, Augusto; Ferreira, Pedro Augusto (1873). Portugal antigo e moderno; diccionario ... de todas as cidades, villas e freguezias de Portugal e de grande numero de aldeias. [S.l.]: Lisboa, Mattos Moreira. pp. 378–379. Consultado em 5 de março de 2018 
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Ligações externas[editar | editar código-fonte]