Dako

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Dako
Dako
subsidiária
Slogan Você ainda melhor
Atividade Eletrodomésticos
Fundação 1935 (89 anos) em São Paulo, SP
Fundador(es) Joaquim Gabriel Penteado
Sede Pato Branco, Paraná, Brasil
Proprietário(s) Atlas Eletrodomésticos
Produtos Fogões
Website oficial dako.com.br

Dako é uma marca de eletrodomésticos, atualmente pertencente a Atlas. Fundada em 16 de novembro de 1935, foi, no passado, uma empresa brasileira fabricante de fogões domésticos, seu produto mais lembrado e pelo qual foi premiada por anos no Top of Mind, além de outros eletrodomésticos.[1][2]

Após se fundir a operação brasileira da GE em 1996 e ser vendida ao grupo mexicano Mabe em 2004, a Dako, junto com a Mabe, teve a falência decretada pela justiça em 2016.[3] No mesmo ano, a sueca AB Electrolux comprou a marca, repassou a Dako para a Atlas Eletrodomésticos no ano seguinte.[4]

Histórico[editar | editar código-fonte]

Fundação[editar | editar código-fonte]

Joaquim Gabriel Penteado adquire em 16 de novembro de 1935, uma fábrica paulista de fogões do italiano Heitor Dácomo. Deste primeiro proprietário vem o nome Dako. Penteado cria a Sociedade Dako do Brasil, que mantinha no início uma produção mensal de 35 fogões a carvão, os fogões Piloto.[5]

Crescimento e consolidação[editar | editar código-fonte]

Em 1941, a produção passava de quarenta fogões, e com a criação da Companhia Siderúrgica Nacional em 1946, a dependência dos manufaturados estrangeiros diminui, permitindo ampliar a produção. Em 1947, a Dako se muda para Campinas e começa a fazer fogões populares à lenha. Estes fogões e o Piloto serviam também de aquecedor.[5]

Indústria e Comércio Dako do Brasil S.A., em Campinas (1974)

No fim da década, surgem os primeiros fogões elétricos da Dako. A crise energética da década seguinte levou a produção de um fogão de querosene adaptado a realidade nacional, com o controle do fluxo do combustível com gotas, o que levou o fogão a ficar conhecido como pinga-pinga. Foi um grande sucesso, e a Dako passou a produzir cem fogões por dia.[5][6]

Também na década seguinte, o GLP passa a ser produzido pela Petrobrás, e a Dako passa a produzir fogões adaptados ao gás de cozinha, como ficou conhecido. Em 1957, a produção era de 7500 fogões por mês, logo chegando a dez mil. O fogão Palace Hotel, lançado em 1959, ganhou fama rapidamente pela qualidade.[5]

A empresa continuou crescendo pelas décadas seguintes, ganhando fama e lançando novos produtos: os fogões Vedete (1965), a segunda versão do Palace Hotel (1970), o Vedete Floral (1972) e o Comodore Palace Hotel (1979). O primeiro Palace Hotel deixa de ser produzido em 1978, com 42.000 fogões sendo produzidos ao mês.

Nos anos 1980, a Dako já era a maior indústria de fogões a gás da América Latina, mantendo-se relevante. Em 1990, inaugura um novo parque fabril de 130.000m² em Campinas. Nos anos seguintes, começa a produzir também depuradores e geladeiras.[7] Em 1995, o faturamento da Dako era de 248 milhões de dólares e 53,6 milhões de dólares de patrimônio líquido, tendo 32% de participação mercado nacional de fogões.[8]

GE e Mabe[editar | editar código-fonte]

Em 1996, a General Eletric (GE) do Brasil e a Dako fundiram suas operações. A família Penteado seguiu na nova fase da empresa.[8]

Em 2004, o grupo mexicano Mabe compra a Dako e assume a marca GE, colocando ambas no seu portfólio de marcas no Brasil e criando a operação brasileira Mabe Brasil. A Mabe também comprou a parte de eletrodomésticos da CCE e mais tarde compraria a concorrente da Dako, Continental.[9]

Em 2013, a Mabe Brasil entrou com pedido de recuperação judicial. Dois anos antes, os produtos da Continental já haviam parado de ser produzidos, e a situação financeira não melhorou com o tempo. Em 2016, a matriz mexicana entrou em crise e a filial brasileira foi declarada falida.[10]

Novo logo da marca, pertencente a Atlas Eletrodomésticos

Electrolux e Atlas[editar | editar código-fonte]

Com a falência da operação brasileira da Mabe, a empresa se retira do Brasil, e a Electrolux compra duas das marcas da empresa, a Dako e a Continental, em leilão homologado em outubro de 2016. Na época, a Electrolux pagou 70 milhões de reais pela propriedade intelectual. Tendo ficado com a Continental para usa-la de marca popular e reposicionar a marca Electrolux para produtos mais sofisticados, a marca Dako foi revendida para a empresa brasileira Atlas Eletrodomésticos em 2017, com um valor não revelado.[11][12][13]

Produtos[editar | editar código-fonte]

Os fogões sempre foram o principal produto da Dako, mas a empresa atuou em vários eletrodomésticos da chamada Linha Branca, como depuradores, geladeiras e fornos. Atualmente, a Dako produz apenas fornos, cooktops e fogões.[14][15]

A Atlas, dona da marca desde 2017, tem a intenção de voltar a marca Dako para seus fogões mais sofisticados, com a marca própria da empresa se voltando aos populares.[13]

Cultura popular[editar | editar código-fonte]

Dako é bom, um funk criado pelo DJ Márcio dos Santos e por MC Bolete em 2004, usa da fama da marca e de seus fogões para inspirar a letra de duplo sentido. Cantada por Tati Quebra-Barraco, irmã de Márcio, que a colocou em seu álbum Boladona, a música virou um sucesso e a Dako chegou a entrar em contato com os compositores, mas concluiu que a música não oferecia risco à marca, mas também preferiu não usa-la como jingle.[1]

Referências

  1. a b «Eletroeletrônico: Letra de Funk elogia Dako». /www1.folha.uol.com.br. Consultado em 4 de março de 2012 
  2. «Eletroeletrônico: Novidades em casa». 1.folha.uol.com.br. Consultado em 4 de março de 2012 
  3. Borlina Filho, Venceslau (15 de fevereiro de 2016). «Após Justiça decretar falência da Dako, trabalhadores ocupam fábricas em SP». Folha de S.Paulo. Consultado em 6 de dezembro de 2018 
  4. Reuters (19 de dezembro de 2017). «Cade aprova compra de marcas Dako pela Atlas Eletrodomésticos.». G1. Consultado em 6 de dezembro de 2018 
  5. a b c d «Dako». Portal do Eletrodoméstico. Consultado em 18 de março de 2021 
  6. «Fogão Dako (Querosene) - 1952». Propagandas Históricas. Consultado em 18 de março de 2021 
  7. «Dako (parte 2)». Portal do Eletrodoméstico. Consultado em 18 de março de 2021 
  8. a b «GE compra maior produtor de fogões». Folha de S. Paulo. 3 de novembro de 1996. Consultado em 18 de março de 2021 
  9. «Justiça aceita pedido de recuperação judicial feito pela Mabe Brasil». G1. 12 de maio de 2013. Consultado em 18 de março de 2021 
  10. «Em ação de R$ 1,1 bi, Justiça bloqueia bens de ex-donos da Dako e Continental». O Estado de São Paulo. 5 de abril de 2019. Consultado em 18 de março de 2021 
  11. «Marca de eletrodomésticos Continental volta ao mercado». Meio&Mensagem. 13 de janeiro de 2020. Consultado em 18 de março de 2021 
  12. «Atlas Eletrodomésticos adquire marca Dako». Atlas Eletrodomésticos. 5 de janeiro de 2018. Consultado em 18 de março de 2021 
  13. a b «Atlas quer Dako disputando segmento premium de fogões». Gazeta do Povo. 2 de março de 2021. Consultado em 18 de março de 2021 
  14. «Dako cria livro sobre história do fogão». Meio&Mensagem. 5 de novembro de 2015. Consultado em 18 de março de 2021 
  15. «Dako». Consultado em 18 de março de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


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