Discussão:Hilário de Poitiers

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Último comentário: 26 de dezembro de 2010 de Jbribeiro1 no tópico Ajuda


Ajuda[editar código-fonte]

Tentei o quanto pude colocar o trecho abaixo dentro do texto e não consegui. Ele constava na versão anterior, muito desarrumada (veja aqui). Quem puder ajudar, fique à vontade.
Citação: Para Eni Orlando (apud Gonçalves 2009, p.20) o discurso religioso é aquele em que, fala a voz de Deus, pois a “linguagem (humana) é insuficiente para expressar suas propriedades” (Hilario. La Trinidad, II, 7). Havendo, portanto um desnível entre o locutor (Deus) e o ouvinte (homens). Tal assimetria aponta para a não reversibilidade desse tipo de discurso: o homem não pode colocar-se no ligar de Deus e vice-versa, de maneira que a relação de interlocução é dada de acordo com esta assimetria.

Aquele que narra em nome de Deus, não possui nenhuma autonomia, não pode modificar a mensagem de Deus. Existe uma ordem do discurso determinada pelos documentos sagrados, pelos dogmas, pela hierarquia, pela liturgia (Orlando apud Gonçalves, 2009 p.20). Havendo uma separação entre a significação divina e a linguagem humana, mantendo-se deste modo certa obscuridade nos textos sagrados que nunca são totalmente compreendidos. Pois “a mente humana com as forças naturais de sua inteligência não é capaz de compreender inteiramente a noção de nascimento eterno” (Hilário. La Trinidad, I, 34).

Tal obscuridade possibilitou diferentes interpretações dos textos bíblicos, mas tais entendimentos deveriam permanecer dentro de certos limites, caso contrário, constituíam se em transgressões (Orlando apud Gonçalves 2009, p.20). Uma vez que a interpretação da palavra de Deus é regulada, ela coloca-se em um processo de controle e hierarquização na tentativa de promover a monossemia, isto é, a busca de um sentido unívoco, que refuta outras interpretações (Orlando apud Gonçalves, 2009 p.20).

Na religião cristã os discursos possuíam um lugar importante. Estando no centro da religiosidade o dogma segundo o qual “o Deus verbo se fez carne” (Hilário. La Trinidad, I 11). Objetivando converter adeptos em todas as culturas e grupos sociais, os discursos cristãos se desenvolveram, apropriando-se tanto da herança Judaica, quanto do ambiente greco-romano, a fim de construir um discurso que detinham elementos tanto de continuidade, quanto de descontinuidade com os de seus contemporâneos (Cameron apud Gonçalves 2009, p. 32,33).

A ordem discursiva do De Trinitate expressa os interesses e as estratégias de lutas em que o bispo de Poitiers estava inserido, não constituindo assim, um esforço individual e isolado, mas se trata de um documento que nos possibilita colocar em contraposição a outros discursos, interesses e projetos, constituindo, portanto em teias discursivas que se ratificam a partir da pluralidade dos diferentes usos da autoridade da memória bíblica (Moraes, sd, p. 06)

José Luiz disc 00h24min de 26 de dezembro de 2010 (UTC)Responder