Adelino Joaquim Pereira Soares de Castro

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Adelino Joaquim Pereira Soares de Castro
Adelino Joaquim Pereira Soares de Castro
Soares de Castro na inauguração do Museu Nacional de Etnografia de Nampula, com Francisco Craveiro Lopes e Raul Ventura
Soares de Castro
Nascimento 17 de janeiro de 1913
Alvaredo, Melgaço, Portugal
Morte ?
Lisboa, Portugal
Nacionalidade Português
Cidadania Português
Ocupação jornalista, escritor, etnógrafo e investigador
Principais trabalhos Os Achirimas: ensaio etnográfico

Adelino Joaquim Pereira Soares de Castro (Alvaredo, 17 de janeiro de 1913Lisboa, ?), foi um jornalista, escritor, etnógrafo e investigador português, que passou parte da sua vida em Moçambique, onde exerceu funções administrativas em vários pontos do país. Foi também um dos principais colaboradores e impulsionadores do Museu Nacional de Etnografia de Nampula e autor de numerosos trabalhos sobre etnografia moçambicana. Assinava as obras apenas como Soares de Castro.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascido a 17 de janeiro de 1913 em Alvaredo, concelho de Melgaço, Adelino Joaquim Pereira Soares de Castro era filho de Adelino José Pereira, professor primário, natural de Castro Laboreiro, e de Rosalina Soares de Castro, natural de Alvaredo, ambos oriundos de famílias modestas de Melgaço.[2][3]

Com apenas 16 anos de idade, em 1929, enquanto se encontrava de férias escolares, começou a colaborar no jornal semanário republicano independente da terra “Notícias de Melgaço", e apenas dois anos depois, em 1931, embarcou para Lourenço Marques, Moçambique, onde continuou a trabalhar na área do jornalismo, para além de ter desempenhado alguns cargos administrativos na antiga colónia portuguesa ao longo dos anos.

Em 1956, após ter escrito vários livros e ensaios no campo do estudo da etnografia moçambicana,[4][5] tornou-se no principal impulsionador do único museu nacional de Moçambique não localizado em Maputo, o antigo Museu Comandante Eugénio Ferreira de Almeida, actual Museu Nacional de Etnografia de Nampula, que tinha como objetivo mostrar «as artes e costumes indígenas», através de uma exposição que revelava o «mundo de expressões de um povo, o seu sentido estético e a sua aptidão criadora».[6]

Faleceu em Lisboa, sem deixar descendência.[3]

Obras[editar | editar código-fonte]

  • Pinturas rupestres do Niassa (artigo) - Lourenço Marques: Boletim da Sociedade de Estudos de Moçambique, Nº 41, 1940
  • Os Achirimas: ensaio etnográfico - Lourenço Marques: Imprensa Nacional de Moçambique, 1941[7]
  • Os Lómoè no Larde: alguns apontamentos de Soares de Castro - Lourenço Marques: Boletim Geral das Colónias, nº 304, 1950
  • Os Lómuès do Larde - Lourenço Marques: Sociedade de Estudos de Moçambique, 1952
  • O funcionamento de uma Escola Agrícola no Larde - Lourenço Marques: Sociedade de Estudos de Moçambique, 1953
  • Resenha histórica do Larde - Lourenço Marques: Boletim da Sociedade de Estudos de Moçambique, Ano XXIV, n.º 86, 1954[8][9]
  • Pinturas Ruprestes do Niassa - Lourenço Marques: Boletim da Sociedade de Estudos de Moçambique, Ano XXVI, n.º 98, 1956
  • Folclore indígena no norte da província (artigo) - Paralelo 20 (1954-1961), nº 2, 1957
  • Apontamentos para a história de uma jovem cidade - Boletim do Museu de Nampula - vol 1, 1960[10]
  • Breves considerações sobre "Maimo" do distrito de Moçambique - Boletim do Museu de Nampula - vol 1, 1960[11]
  • A pré-história de entre Ligonha e Rovuma - Boletim do Museu de Nampula - vol 2, 1961[12]
  • A cerâmica gentílica no Norte de Moçambique - Boletim do Museu de Nampula - vol 2, 1961[13]
  • Tatuagens, mutilações, adornos e vestuário no País da Macuana - Boletim do Museu de Nampula - vol 2, 1961[14]
  • Artes plásticas no norte de Moçambique - Boletim do Museu de Nampula - vol 2, 1961
  • Plano de recolha e catalogação da filosofia sentenciosa e do folclore dos negros de Moçambique - Boletim do Museu de Nampula - vol 2, 1961

Referê[editar | editar código-fonte]

  1. Grande enciclopédia portuguesa e brasileira: ilustrada com cêrca de 15.000 gravuras e 400 estampas a côres. [S.l.]: Editorial Enciclopédia. 1959 
  2. Rocha, Joaquim A. «Escritores Melgacenses». Melgaço, Minha Terra 
  3. a b «PEREIRA, Adelino Joaquim». Arquivo Municipal de Melgaço. 19 de setembro de 2021 
  4. Pereira, Alberto Feliciano Marques (1966). A arte e a natureza em Moçanbique: A arte em Moçambique. [S.l.: s.n.] 
  5. Moser, Gerald Max Joseph (1970). A Tentative Portuguese-African Bibliography: Portuguese Literature in Africa and African Literature in the Portuguese Language. [S.l.]: Pennsylvania State University Libraries 
  6. Vaz Milheiro, Ana. «Museu Nacional de Etnografia de Nampula». Heritage of Portuguese Influence/ Património de Influência Portuguesa — HPIP 
  7. Schönberger, Gerhard (2002). Mosambikanische Literatur portugiesischer Sprache: Entstehung und Probleme einer Nationalliteratur (em alemão). [S.l.]: DEE, Domus Editoria Europaea 
  8. Lisboa, Sociedade de Geografia de (1973). Boletim da Sociedade de geographia de Lisboa. [S.l.: s.n.] 
  9. Lisboa, Sociedade de Geografia de (1972). Boletim. [S.l.: s.n.] 
  10. Castro, Soares de (1960). Apontamentos para a história de uma jovem cidade (em inglês). [S.l.]: "Boletim do Museu de Nampula 
  11. Castro, Soares de (1960). Breves consideraçöes sobre "Maimo" do distrito de Moçambique (em inglês). [S.l.]: Boletim do Museu de Nampula 
  12. Castro, Soares de (1961). A pré-história de entre Ligonha e Rovuma (em inglês). [S.l.: s.n.] 
  13. Castro, Soares de (1961). A cerâmica gentílica no norte de Moçambique (em inglês). [S.l.]: Boletim do Museu de Nampula 
  14. Castro, Soares de (1961). Tatuagem, mutilaçöes, adornos e vestuário no país da Macuana (em inglês). [S.l.]: Boletim do Museu de Nampula 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]