Grupo do Café Gelo: diferenças entre revisões

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[[Tertúlia]] heterogénea que reunia no [[Café Gelo]], juntando personalidades artísticas diversas como [[Manuel de Lima]], [[Luiz Pacheco]], [[Mário Cesariny]], [[Mário-Henrique Leiria]] [[Raul Leal]], [[António José Forte]], [[Ernesto Sampaio]], [[Herberto Helder]], [[José Escada]], [[René Bertholo]], [[Gonçalo Duarte]], [[João Rodrigues Vieira]], [[Helder Macedo]], [[Manuel de Castro]], [[António Barahona da Fonseca]] e outros, naquilo que se poderia considerar como uma segunda geração [[surrealista]].
[[Tertúlia]] heterogénea que reunia no [[Café Gelo]], juntando personalidades artísticas diversas como [[Manuel de Lima]], [[Luiz Pacheco]], [[Mário Cesariny]], [[Mário-Henrique Leiria]] [[Raul Leal]], [[António José Forte]], [[Ernesto Sampaio]], [[Herberto Helder]], [[José Escada]], [[René Bertholo]], [[Gonçalo Duarte]], [[João Rodrigues Vieira]], [[Helder Macedo]], [[Manuel de Castro]], [[António Barahona da Fonseca]], M e outros, naquilo que se poderia considerar como uma segunda geração [[surrealista]].


Na [[Lisboa]] do final dos anos 50, tentavam iniciar uma [[Vanguarda]] em termos europeus, para o que se socorriam das vanguardas de 1915, mas com um forte pendor nacional, esteticamente influenciados por [[Fernando Pessoa]] e [[Mário de Sá-Carneiro]] e pela herança [[Abjeccionismo|abjeccionista]] da primeira geração do surrealismo português, avançada por [[Pedro Oom]] e pelo malogrado [[António Maria Lisboa]]. Como testemunho dos seus esforços ficaram os três números da [[revista Pirâmide]]. O Grupo era igualmente fonte de uma irreverente oposição ao [[Estado Novo]], como o prova, entre outros, o episódio da [[Operação Papagaio]].
Na [[Lisboa]] do final dos anos 50, tentavam iniciar uma [[Vanguarda]] em termos europeus, para o que se socorriam das vanguardas de 1915, mas com um forte pendor nacional, esteticamente influenciados por [[Fernando Pessoa]] e [[Mário de Sá-Carneiro]] e pela herança [[Abjeccionismo|abjeccionista]] da primeira geração do surrealismo português, avançada por [[Pedro Oom]] e pelo malogrado [[António Maria Lisboa]]. Como testemunho dos seus esforços ficaram os três números da [[revista Pirâmide]]. O Grupo era igualmente fonte de uma irreverente oposição ao [[Estado Novo]], como o prova, entre outros, o episódio da [[Operação Papagaio]].

Revisão das 11h55min de 6 de julho de 2014

Tertúlia heterogénea que reunia no Café Gelo, juntando personalidades artísticas diversas como Manuel de Lima, Luiz Pacheco, Mário Cesariny, Mário-Henrique Leiria Raul Leal, António José Forte, Ernesto Sampaio, Herberto Helder, José Escada, René Bertholo, Gonçalo Duarte, João Rodrigues Vieira, Helder Macedo, Manuel de Castro, António Barahona da Fonseca, M e outros, naquilo que se poderia considerar como uma segunda geração surrealista.

Na Lisboa do final dos anos 50, tentavam iniciar uma Vanguarda em termos europeus, para o que se socorriam das vanguardas de 1915, mas com um forte pendor nacional, esteticamente influenciados por Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro e pela herança abjeccionista da primeira geração do surrealismo português, avançada por Pedro Oom e pelo malogrado António Maria Lisboa. Como testemunho dos seus esforços ficaram os três números da revista Pirâmide. O Grupo era igualmente fonte de uma irreverente oposição ao Estado Novo, como o prova, entre outros, o episódio da Operação Papagaio.

Seria porventura dessa oposição que resultou o fim do Grupo. No 1 de Maio de 1962 verificaram-se violentos confrontos no Rossio entre polícia de choque e manifestantes, e agentes da polícia entraram café adentro a bater a torto e a direito. Os clientes do café ripostaram lançando à cabeça dos agressores os açucareiros e vários dos escritores e artistas implicados no contra-ataque foram proibidos de voltar ao Café Gelo, tendo a PIDE proibido o proprietário do café de receber o Grupo, sob pena de ser obrigado a fechar o estabelecimento.

O âmbito do Grupo do Café Gelo será talvez melhor descrito pelas palavras de um dos seus membros:[1]

Um verdadeiro escândalo, que não era provocado por um manifesto, por um grupo com nome próprio, por uma revista, mas por um grupo iconoclasta e libertário onde se falava de tudo, até de literatura e artes, e de rosas também. Um grupo de franco-atiradores, é verdade; um grupo de poetas, sem dúvida. Que disparava ao acaso sobre a multidão, que inventava os seus infernos e paraísos, que usava a liberdade de expressão ora voando, morrendo, desaparecendo, escrevendo às vezes.

Referências

  1. FORTE, António José. Breve notícia, breve elogio do grupo do Café Gelo. Jornal de Letras e Artes, Lisboa, 18 fev. 1986

Ligações externas