Saltar para o conteúdo

Renato Kehl: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Jefferson055 (discussão | contribs)
Linha 45: Linha 45:
== Referências indicadas ==
== Referências indicadas ==


*CARVALHO, Leonardo Dallacqua de. A eugenia no humor da Revista Ilustrada Careta: raça e cor no Governo Provisório (1930-1934). 2014. 315 f. Dissertação (Mestrado em História). – Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Assis, 2014.
*CARVALHO, Leonardo Dallacqua de. A eugenia no humor da Revista Ilustrada Careta: raça e cor no Governo Provisório (1930-1934). 2014. 315 f. Dissertação (Mestrado em História). – Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Assis, 2014. [http://www.athena.biblioteca.unesp.br/exlibris/bd/cathedra/06-03-2015/000814895.pdf]
*SOUZA, Vanderlei Sebastião de. A política biológica como projeto: a “eugenia negativa” e a construção da nacionalidade na trajetória de Renato Kehl (1917-1932). Dissertação de Mestrado (História das Ciências), Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, 2006. (http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do?select_action=&co_autor=11135)
*SOUZA, Vanderlei Sebastião de. A política biológica como projeto: a “eugenia negativa” e a construção da nacionalidade na trajetória de Renato Kehl (1917-1932). Dissertação de Mestrado (História das Ciências), Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, 2006. (http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do?select_action=&co_autor=11135)
*STEPAN, Nancy. “A Eugenia no Brasil – 1917 a 1940”. In: HOCHMAN, Gilberto. & ARMUS, Diego (orgs). Cuidar, Controlar, Curar: ensaios históricos sobre saúde e doença na América Latina e Caribe. Rio de Janeiro: Ed.Fiocruz. p. 331-391, 2004.
*STEPAN, Nancy. “A Eugenia no Brasil – 1917 a 1940”. In: HOCHMAN, Gilberto. & ARMUS, Diego (orgs). Cuidar, Controlar, Curar: ensaios históricos sobre saúde e doença na América Latina e Caribe. Rio de Janeiro: Ed.Fiocruz. p. 331-391, 2004.

Revisão das 23h51min de 9 de março de 2015

Renato Kehl

Renato Kehl (Limeira, São Paulo, 1889, Rio de Janeiro, 1974) foi médico, escritor e um influente eugenista brasileiro de início do século XX.


Histórico

Formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1915, Renato Kehl atuou no início de sua carreira no Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP), realizando atividades voltadas para o saneamento rural e a Educação higiênica e sanitária. A parti do final dos anos 1920, tornaria-se empresário da indústria farmacêutica, destacando-se como Diretor da Bayer no Brasil, multinacional alemã que atuava em diferentes regiões do mundo. Seu nome ficaria mais conhecido pela incansável dedicação à Eugenia, a quem chamava de "a religião da humanidade". Para o escritor Monteiro Lobato, com quem mantinha uma estreita amizade e consideráveis afinidades intelectuais, Kehl deveria ser considerado o "pai da eugenia no Brasil", tendo em vista seu empenho na organização do movimento eugênico brasileiro.[1]


Renato Kehl e a eugenia no Brasil

A adesão de Renato Kehl às ideias formuladas por Francis Galton, o fundador da doutrina eugênica, possibilitou que sua trajetória fosse dedicada à organização do Movimento Eugênico Brasileiro, especialmente entre as décadas de 1910 a 1930, período em que as teorias raciais e as discussões em torno da nacionalidade brasileira estruturavam a maneira com que viajantes, escritores, intelectuais e cientistas interpretavam o Brasil.

Em 1918, com a colaboração de um grupo de médicos brasileiros, fundou a Sociedade Eugênica de São Paulo, instituição que contou com mais de uma centena de associados, entre eles Arnaldo Vieira de Carvalho, Afrânio Peixoto, Artur Neiva, Vital Brazil, Belisário Penna, Juliano Moreira, entre outras importantes lideranças intelectuais da época. Uma década depois criou o Boletim de Eugenia, periódico que circulou entre 1929 e 1934 e que se notabilizou pela vulgarização das medidas eugênicas entre os brasileiros. Nesse mesmo período, além de colaborar com a organização do Primeiro Congresso Brasileiro de Eugenia, realizado no Rio de Janeiro, em 1929, também fundou a Comissão Central Brasileira de Eugenia, que tinha como objetivo auxiliar o governo brasileiro em assuntos relacionados ao melhoramento eugênico do país.[2]

Entre os anos 1910 e 1930, Renato Kehl publicou mais de uma dezena de livros sobre eugenia, com destaque para "Lições de Eugenia" (1929) e "Sexo e civilização - aparas eugênicas" (1933), obras que se caracterizariam pela maior aproximação do autor em direção à 'eugenia negativa', um modelo radical de eugenia que se caracterizava pela defesa de medidas extremas, como a esterilização eugênica dos "degenerados", o controle matrimonial e reprodutivo e a seleção racial dos imigrantes. Durante os anos 1930, sua adesão a essa eugenia mais radical levou o eugenista brasileiro a elogiar publicamente a política eugênica nazista lançada na Alemanha por Adolf Hitler.[3]

Principais obras publicadas nos anos 1920 e 1930

  • Eugenia e medicina social. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1920.
  • Melhoremos e prolonguemos a vida: a valorização eugênica do homem. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1923.
  • A cura da fealdade. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves; 1923.
  • Como escolher um bom marido. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1924.
  • Como escolher uma boa esposa. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1924.
  • Bíblia de Saúde. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1926.
  • Formulário de beleza – fórmulas escolhidas. Rio de Janeiro: Editora Livraria Francisco Alves, 1927.
  • Lições de eugenia. Rio de Janeiro; Livraria Francisco Alves, 1929.
  • Sexo e civilização: aparas eugênicas. Rio de Janeiro : Livraria Francisco Alves, 1933.
  • Por que sou eugenista? 30 anos de campanha eugênica. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1937.


Referências indicadas

  • CARVALHO, Leonardo Dallacqua de. A eugenia no humor da Revista Ilustrada Careta: raça e cor no Governo Provisório (1930-1934). 2014. 315 f. Dissertação (Mestrado em História). – Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Assis, 2014. [1]
  • SOUZA, Vanderlei Sebastião de. A política biológica como projeto: a “eugenia negativa” e a construção da nacionalidade na trajetória de Renato Kehl (1917-1932). Dissertação de Mestrado (História das Ciências), Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, 2006. (http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do?select_action=&co_autor=11135)
  • STEPAN, Nancy. “A Eugenia no Brasil – 1917 a 1940”. In: HOCHMAN, Gilberto. & ARMUS, Diego (orgs). Cuidar, Controlar, Curar: ensaios históricos sobre saúde e doença na América Latina e Caribe. Rio de Janeiro: Ed.Fiocruz. p. 331-391, 2004.


Referências

  1. Correspondência de Monteiro Lobato a Renato Kehl. São Paulo, 1929.
  2. Neste sentido, alguns estudos mostraram o diálogo da eugenia de Kehl e diversos intelectuais no cenário político nacional. Sobre isso ver: CARVALHO, Leonardo Dallacqua de. A eugenia no humor da Revista Ilustrada Careta: raça e cor no Governo Provisório (1930-1934). 2014. 315 f. Dissertação (Mestrado em História). – Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Assis, 2014.
  3. sobre a trajetória e as ideias de Renato Kehl ver SOUZA, Vanderlei Sebastião de. A política biológica como projeto: a “eugenia negativa” e a construção da nacionalidade na trajetória de Renato Kehl (1917-1932). Dissertação de Mestrado (História das Ciências), Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, 2006.