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Quinta das Machadas: diferenças entre revisões

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A '''Quinta das Machadas''' é uma quinta situada na Estradas das Machadas, no concelho de [[Setúbal]].
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A Quinta das Machadas (hoje reduzida a 8 hectares) era uma grande e importante propriedade e [[Morgado|morgadio]] em Setúbal, grande produtor de [[Citrus × sinensis|laranjas]], com mais de 6000 laranjeiras (grande parte para exportação), [[vinha]] e [[Oliveira|olival]].
== Localização ==
A '''Quinta das Machadas''', está situada em Setúbal, na estrada das Machadas que liga Setúbal a Palmela.


== História ==
== História ==
A quinta é constituída por duas áreas distintas, a das Machadas de Baixo e a das Machadas de Cima<ref name="SOARES">SOARES, Joaquina; TAVARES DA SILVA, Carlos. ''Quinta de Setúbal: Valores Culturais''. Setúbal: Centro de Estudos e Defesa do Património Histórico do Distrito de Setúbal, 195, pg. 17.</ref>.
É uma quinta seiscentista, que foi pertença da família Botelho de Moraes Sarmento, Guarda Mores do Sal de Setúbal (de Jure e Herdade), desde cerca de 1615 até 1816. A quinta das Machadas pertenceu à Ordem de Santiago, tendo sido seu primeiro proprietário Diogo Botelho de Moraes Sarmento, 1º Guarda-Mor do Sal de Setúbal, Comendador da Ordem de Santiago, Comendador da Ordem de Cristo, Fidalgo da Casa Real, etc. Alguns dos membros desta família, nomeadamente Heytor Botelho de Moraes Sarmento, 2º Guarda Mor do Sal de Setúbal, estão ai enterrados, na capela, e com o Hábito de Santiago.


A área das Machadas de Baixo remonta ao final do século XVII ou inícios do século XVIII.
Esteve cerca de 200 anos na família Botelho de Moraes Sarmento, tendo sido vendida em 1816 por outro Diogo Botelho de Moraes Sarmento, 5º Guarda -Mor do Sal de Setúbal a Jacob Frederico Torlades, (indivíduo de Hamburgo ligado ao comércio marítimo) e sogro de Carlos O’Neill, antepassado da família O’Neill, seus actuais proprietários.


A quinta teve como seu primeiro proprietário{{carece de fontes}} Diogo Botelho de Moraes Sarmento, 1.º Guarda-Mor do Sal de Setúbal, Comendador da [[Ordem de Santiago]], Comendador da [[Ordem de Cristo]], Fidalgo da Casa Real.
A antiga Quinta das Machadas (hoje está reduzida a 8 ) era uma grande e importante propriedade e Morgadio em Setúbal, além de grande produtor de laranjas,com mais de 6.000 laranjeiras (grande parte para exportação), vinha e olival. Possui uma bonita casa (solar) ao gosto pombalino.


Esteve cerca de 200 anos na família Botelho de Moraes Sarmento, tendo sido vendida por Diogo Botelho de Moraes Sarmento, 5.º Guarda-Mor do Sal de Setúbal, a Jacob Frederico Torlades<ref>De Hamburgo ligado ao comércio marítimo, naturalizado português em 23 de julho de 1781.</ref>, que construi a zona residencial das Machadas de Cima<ref name="SOARES" />.
Hoje em dia o seu jardim possui linhas clássicas e organização geométrica, com lagos, bancos e silhares de azulejo. O tanque de rega é enriquecido com esculturas visto integrar uma "zona de lazer". Na residência salienta-se a fachada ocidental com silhares de azulejos e os frescos de uma das salas, ao estilo D. Maria I. Nessa fachada encontra-se também o brasão da família O'Neill (que substituiu o brasão dos Botelho de Moraes Sarmento) que ai o colocou após adquirir a quinta. Encontra-se ainda na propriedade uma lápide comemorando a estadia aí de D. João VI, em 1825.


A quinta passou, pelo casamento da filha de Jacob Henrique Torlades, Ana João Torlades, com Carlos O'Neill, para a família O'Neill. Nesta altura foi colocado, sobre a porta da fachada ocidental, o brasão desta família<ref>Anuário da Nobreza de Portugal, III, 2006, Tomo III, pg. 1392.</ref><ref name="SOARES" />.
==Senhores da Quinta das Machadas==
''Família Botelho de Moraes Sarmento (1615 – 1816)''


==A casa, o jardim e a zona de lazer==
* Diogo Botelho de Moraes Sarmento (I) – 1º Guarda-Mor do Sal de Setúbal
Possui uma bonita casa (solar) ao gosto pombalino.
* Heytor Botelho de Moraes Sarmento (I) – 2º Guarda-Mor do Sal de Setúbal
* Diogo Botelho de Moraes Sarmento (II) – 3º Guarda-Mor do Sal de Setúbal
* Heytor Botelho de Moraes Sarmento (II) – 4º Guarda-Mor do Sal de Setúbal
* Diogo Botelho de Moraes Sarmento (III) – 5º Guarda-Mor do Sal de Setúbal


Na residência salienta-se a fachada ocidental com silhares de azulejos e os frescos de uma das salas, ao estilo D. Maria I.
''Família O’Neill (1816 – )''


O jardim possui linhas clássicas e organização geométrica, com lagos, bancos e silhares de azulejo de padrão do período pombalino.
* Carlos O´Neill
* José Maria O´Neill
* Jorge Torlades O’Neill (I)
* Jorge Torlades O’Neill (II)
* Hugo Jorge O´Neill
* Jorge Maria O´Neill
* Hugo Ricciardi O'Neill


Na zona de exploração agrícola existe uma zona de lazer que integra um poço, uma fonte com embrechados, tanque e bancos revestidos com azulejos azuis e brancos do século XVIII.
{{Referências}}


O tanque é decorado com dois medalhões com as efígies do casal fundador. No interior do tanque pode ver-se uma estátua de [[Neptuno (mitologia)|Neptuno]].
* Chancelaria de Filipe III (IV) ;
* ANTT, Chancelaria de Dom Afonso VI ;
* ANTT - Registo Geral de Mercês de D. José I ;
* Memória das Famílias de Setúbal - por Gregório de Freitas (1792) - § Botelhos ;
* ADS – Óbitos, Santa Maria da Graça ;
* Arquivos da Misericórdia de Setúbal ;
* BNL, Genealogias Manuscritas, Reservados ;
* Famílias de Trás-os-Montes de Francisco Xavier de Moraes Sarmento ;
* Carta de Armas concedidas em 1745 a Heytor Botelho de Moraes Sarmento , 4º Guarda Mor do Sal de Setúbal ;
* ANTT - Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações ;
* Roteiro das Marinas do Sado ;
* “Amigos da Dinamarca” por Pedro O’Neill Teixeira ;
* ADS – Inventário de bens de Diogo Botelho Morais Sarmento (III), 5º Guarda-Mor do Sal de Setúbal ;
* Anuário da Nobreza de Portugal – § Botelho de Moraes Sarmento ;


O tanque de rega da área de exploração agrícola é enriquecido com esculturas pois integra uma zona de lazer<ref name="SOARES" />.

==A visita de D. João VI==
[[João VI de Portugal|D. João VI]] visitou a quinta em 1825.

Os proprietários colocaram uma lápide a assinlat o facto:
:«O Senhor Rey D. João VI, acompanhado pelas Sereníssimas Senhoras Infantas D. Isabel Maria e D. Maria D'Assumpção e da corte, foi recebido e hospedado n'esta casa por seu proprietário Carlos O'Neill.
:Aos XXV de Maio de MDCCCXXV»<ref name="SOARES" /><ref>Cf. ADÃO, Cabral. «Sua Magestade El-Rei D. João VI visita a Quinta das Machadas» in ''Flores do Rio Azul'', Setúbal: Tipografia Simões, 1953, pp. 69-74.</ref><ref name="SOARES" />.

{{Referências}}


[[Categoria:Quintas de Portugal]]
[[Categoria:Quintas de Portugal]]

Revisão das 18h22min de 27 de agosto de 2015

A Quinta das Machadas é uma quinta situada na Estradas das Machadas, no concelho de Setúbal.

A Quinta das Machadas (hoje reduzida a 8 hectares) era uma grande e importante propriedade e morgadio em Setúbal, grande produtor de laranjas, com mais de 6000 laranjeiras (grande parte para exportação), vinha e olival.

História

A quinta é constituída por duas áreas distintas, a das Machadas de Baixo e a das Machadas de Cima[1].

A área das Machadas de Baixo remonta ao final do século XVII ou inícios do século XVIII.

A quinta teve como seu primeiro proprietário[carece de fontes?] Diogo Botelho de Moraes Sarmento, 1.º Guarda-Mor do Sal de Setúbal, Comendador da Ordem de Santiago, Comendador da Ordem de Cristo, Fidalgo da Casa Real.

Esteve cerca de 200 anos na família Botelho de Moraes Sarmento, tendo sido vendida por Diogo Botelho de Moraes Sarmento, 5.º Guarda-Mor do Sal de Setúbal, a Jacob Frederico Torlades[2], que construi a zona residencial das Machadas de Cima[1].

A quinta passou, pelo casamento da filha de Jacob Henrique Torlades, Ana João Torlades, com Carlos O'Neill, para a família O'Neill. Nesta altura foi colocado, sobre a porta da fachada ocidental, o brasão desta família[3][1].

A casa, o jardim e a zona de lazer

Possui uma bonita casa (solar) ao gosto pombalino.

Na residência salienta-se a fachada ocidental com silhares de azulejos e os frescos de uma das salas, ao estilo D. Maria I.

O jardim possui linhas clássicas e organização geométrica, com lagos, bancos e silhares de azulejo de padrão do período pombalino.

Na zona de exploração agrícola existe uma zona de lazer que integra um poço, uma fonte com embrechados, tanque e bancos revestidos com azulejos azuis e brancos do século XVIII.

O tanque é decorado com dois medalhões com as efígies do casal fundador. No interior do tanque pode ver-se uma estátua de Neptuno.

O tanque de rega da área de exploração agrícola é enriquecido com esculturas pois integra uma zona de lazer[1].

A visita de D. João VI

D. João VI visitou a quinta em 1825.

Os proprietários colocaram uma lápide a assinlat o facto:

«O Senhor Rey D. João VI, acompanhado pelas Sereníssimas Senhoras Infantas D. Isabel Maria e D. Maria D'Assumpção e da corte, foi recebido e hospedado n'esta casa por seu proprietário Carlos O'Neill.
Aos XXV de Maio de MDCCCXXV»[1][4][1].

Referências

  1. a b c d e f SOARES, Joaquina; TAVARES DA SILVA, Carlos. Quinta de Setúbal: Valores Culturais. Setúbal: Centro de Estudos e Defesa do Património Histórico do Distrito de Setúbal, 195, pg. 17.
  2. De Hamburgo ligado ao comércio marítimo, naturalizado português em 23 de julho de 1781.
  3. Anuário da Nobreza de Portugal, III, 2006, Tomo III, pg. 1392.
  4. Cf. ADÃO, Cabral. «Sua Magestade El-Rei D. João VI visita a Quinta das Machadas» in Flores do Rio Azul, Setúbal: Tipografia Simões, 1953, pp. 69-74.