Estação Ferroviária de Coruche

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Coruche
Estação de Coruche, em 2009
Estação de Coruche, em 2009
Linha(s): L. V. Novas (PK 31,600)
Coordenadas:
Mapa
38° 57′ 01,22″ N, 8° 32′ 26,86″ O
Município: border link=CorucheCoruche
Serviços: sem serviços
Conexões: 901 914 921 926
Equipamentos: Acesso para pessoas de mobilidade reduzida
Inauguração: 15 de Janeiro de 1904 (há 120 anos)
Website:

A Estação Ferroviária de Coruche é uma interface encerrada da Linha de Vendas Novas, que servia a localidade de Coruche, no distrito de Santarém, em Portugal.

Estação de Coruche, em 2009

Descrição[editar | editar código-fonte]

Localização e acessos[editar | editar código-fonte]

Esta interface situa-se junto à povoação de Coruche, tendo acesso pela Largo da Estação Ferroviária, na Estrada Nacional 114-3.[1]

Vias de circulação e plataformas[editar | editar código-fonte]

Segundo o Directório da Rede 2012, lançado pela Rede Ferroviária Nacional em 6 de Janeiro de 2011, a estação ferroviária de Coruche possuía duas vias de circulação, com 508 e 468 m de comprimento, e duas plataformas, que tinham 15 e 25 cm de altura, e 84 e 40 m de extensão.[2]

Rede proposta pelos engenheiros Wattier e Rumball para as linhas no Sul de Portugal, na Década de 1850. Rumball propôs que a linha de Lisboa a Badajoz devia atravessar o Rio Tejo junto ao Carregado, e seguir o Sorraia por Coruche

História[editar | editar código-fonte]

Planeamento e construção[editar | editar código-fonte]

Nos primórdios dos caminhos de ferro em Portugal, projectou-se que Santarém fosse o centro de uma rede de comunicações ferroviárias, tendo sido proposta uma linha que ligasse aquela localidade à Linha do Alentejo, passando por Coruche.[3]

Estação de Coruche em obras, em 1903

Em Agosto de 1902, já se tinha determinado quais as estações e apeadeiros a construir no projecto da Linha de Vendas Novas, tendo sido programada a construção da estação de Coruche, cerca do quilómetro 32.[4] Em Abril de 1903, a estação estava quase construída,[5] e em Agosto as obras estavam muito avançadas, com a via já assente.[6] A estação foi solenemente inaugurada em Agosto,[7] embora a linha só tenha aberto à exploração em 15 de Janeiro de 1904.[8]

Em 1913, a estação estava ligada à vila de Coruche por um serviço de diligências.[9]

Ligação projectada à Linha do Sorraia[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Linha do Sorraia

Em Janeiro de 1899, foi aberto um inquérito administrativo, para a apreciação do público sobre os projectos ferroviários dos Planos das Redes Complementares ao Norte do Mondego e Sul do Tejo, incluindo a Linha do Vale do Sorraia, de via estreita, que deveria ligar Coruche a Estremoz via Mora.[10] Em 15 de Julho de 1903, o Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria publicou as bases para o concurso da Linha de Portalegre e o seu Ramal de Avis, entre Fronteira e Avis, que seria considerado como o primeiro troço da Linha do Sorraia.[11] Em 1905, foi estudado o troço entre Mora e Coruche da Linha do Sorraia, tendo sido confirmado que o local de entroncamento teria de ser na Estação de Quinta Grande, uma vez que se revelou impossível fazer a ligação directamente à Estação de Coruche.[12] Depois de várias dificuldades, um decreto de 27 de Junho de 1907 ordenou a supressão do projecto do Ramal de Avis.[13]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Coruche - Linha de Vendas Novas». Infraestruturas de Portugal. Consultado em 28 de Abril de 2017 
  2. «Quadro resumo das características da infra-estrutura». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 70-85 
  3. SOUSA, José Fernando de (16 de Dezembro de 1939). «Santarém: Passado e Presente» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 51 (1248). p. 527-528. Consultado em 27 de Janeiro de 2015 
  4. «Construcção da Linha de Vendas Novas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (351). 1 de Agosto de 1902. p. 225-226. Consultado em 27 de Janeiro de 2015 
  5. «Linhas Portuguezas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (368). 16 de Abril de 1903. p. 136. Consultado em 27 de Janeiro de 2015 
  6. «Linhas Portuguezas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (375). 1 de Agosto de 1903. p. 260. Consultado em 27 de Janeiro de 2015 
  7. «Linhas Portuguezas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (376). 16 de Agosto de 1903. p. 288. Consultado em 27 de Janeiro de 2015 
  8. «Companhia Real» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 17 (426). 16 de Setembro de 1905. p. 283. Consultado em 27 de Janeiro de 2015 
  9. «Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 6 de Março de 2018 
  10. «Há 50 anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 61 (1466). 16 de Janeiro de 1949. p. 112. Consultado em 27 de Janeiro de 2015 
  11. «Parte Official» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (375). 1 de Agosto de 1903. p. 263-271. Consultado em 27 de Janeiro de 2015 
  12. «Linhas Portuguezas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 18 (427). 1 de Outubro de 1905. p. 298-299. Consultado em 27 de Janeiro de 2015 
  13. SOUSA, José Fernando de (1 de Fevereiro de 1937). «Abertura do novo troço da Linha de Portalegre» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 49 (1179). p. 75-77. Consultado em 27 de Janeiro de 2015 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre a Estação de Coruche

Leitura recomendada[editar | editar código-fonte]

  • Pouca terra... pouca terra...: cem anos do comboio em Coruche 1904-2004. Coruche: Associação para o Estudo e Defesa do Património Cultural e Natural do Concelho de Coruche. 2004. 31 páginas 
  • FRANCISCO, Domingos; PAIVA, Ana (2004). O caminho de ferro em Coruche: exposição comemorativa do centenário da linha Setil-Vendas Novas, 1904-2004. Coruche: Câmara Municipal de Coruche. 99 páginas. ISBN 972-98829-5-9 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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