Festas do Povo

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Festas do Povo
Património Cultural Imaterial da Humanidade
Festas do Povo
País(es) Portugal Portugal
Referência https://ich.unesco.org/en/RL/community-festivities-in-campo-maior-01604 01604
Região Europa e América do Norte
Inscrição 2021 (16.ª sessão)
Festas do Povo 2011 - Noite da Enramação

As Festas do Povo consistem na ornamentação das ruas de Campo Maior, maioritariamente no Centro Histórico; para o enfeite das ruas são usadas flores de papel e outros objectos em cartão e papel, feitos artesanalmente pela população. Estas festas são também sobejamente conhecidas como Festas dos Artistas ou Festas das Flores.

Em 2021 a UNESCO integrou as Festas do Povo de Campo Maior na lista de Património Cultural Imaterial da Humanidade.[1]


História e Origem[editar | editar código-fonte]

Flor de papel

A origem destas festas tem por base o culto a S. João Baptista, constituído padroeiro de Campo Maior desde o século XVI. Começando a tradição de decorar as ruas no ano de 1897. Este é o ano que marca o início das Festas do Povo.[2]

A origem das Festas do Povo como hoje é celebrada com as ruas ornamentadas, sobretudo o Centro Histórico, com flores de papel e outros objectos em cartão e papel, feitos pela população, está relacionada com a devoção a S. João Baptista, santo padroeiro da Vila de Campo Maior. Trata-se de um evento tradicional único, e que já alcançou uma notoriedade elevada a nível nacional e internacional.

É uma celebração que, por tradição, só acontece quando o povo quer, pois a sua realização depende do voluntariado e da força de vontade dos campomaiorenses. A preparação é feita rua a rua, sendo que o trabalho desenvolvido em cada uma delas fica em segredo, mesmo para amigos e familiares dos moradores, e só é dado a conhecer na noite da “enramação”.

As Festas do Povo adquiriram uma maior dimensão a partir de 1989 quando o número de visitantes das Festas do Povo duplicou, sendo que a edição de 2011 contou com cerca de 1 milhão de visitantes, tendo sido ornamentadas 104 ruas.[3].

A realização desta celebração contou sempre com grande irregularidade, quer por questões políticas, quer por meros caprichos da fortuna.

As comemorações em honra do Precursor de Cristo começaram-se a realizar no século XVIII. Tendo por base o agradecimento ao santo ter protegido e salvo Campo Maior nas aflições de um cerco por tropas invasoras, na eminência de invasão e assalto à povoação, em contexto da Guerra de Sucessão de Espanha.

Enquadramento[editar | editar código-fonte]

Esta celebração, por tradição, só acontece quando o povo assim o desejar, dado que a realização da mesma depende maioritariamente do voluntariado e da força de vontade dos habitantes de Campo Maior - Campomaiorenses. A preparação das festas é realizada autonomamente por cada rua, sendo mantido em segredo o trabalho desenvolvido em cada uma delas. Mesmo para amigos e familiares dos moradores, os enfeites só são dados a conhecer na noite da “enramação” – a noite em que se enfeitam as ruas.

O modelo das Festas que hoje podemos encontrar conta com 20 edições realizadas e o número de visitantes tem vindo a crescer substancialmente. Em 2011 (27 de Agosto a 4 de Setembro) as Festas do Povo contaram com a participação de 104 ruas, as anteriores edições, apesar da sua grandiosidade, contaram no máximo com 15-20 ruas engalanadas. Este feito demonstra claramente a vitalidade e importância que este evento tem para a população de Campo Maior.

A diversidade encontrada nas ruas “enramadas” é surpreendente, de beleza inigualável. É sem dúvida de vangloriar e enaltecer um trabalho que demora em média sete meses a ser realizado, para numa única noite ser aplicado a cada rua, correspondentemente. Na manhã que marca o início de mais uma edição das Festas, a vila raiana acorda transformada num autêntico jardim em flor.[4]

Cronograma das Edições [1989 - 2011][editar | editar código-fonte]

Mitos e Realidades[editar | editar código-fonte]

Tal como acontece com outros factos e acontecimentos históricos, as Festas do Povo de Campo Maior têm sido explicadas de diversas formas, contando sempre com alguma fantasia. Admite-se então que as Festas teriam nascido numa determinada rua da vila, a Rua Nova, e ligadas à actividade de um grupo das gentes da mesma - os contrabandistas. Embora nenhum documento ou facto conhecido possa confirmar semelhante afirmação, toma-se como dado adquirido que as Festas do Povo se começaram a realizar, replicando as ruas ornamentadas da Festa dos Tabuleiros em Tomar tal como as Festas do Divino Espírito Santo nos Açores tinham feito uns anos antes.

Referências

  1. publico.pt (15 de dezembro de 2021). «As Festas do Povo de Campo Maior já são Património da Humanidade» 
  2. Galego, F. (2004), Campo Maior, "As Festas do Povo, das Origens à Actualidade", Lisboa: Livros Horizonte
  3. «Acerca». Festas do Povo. Consultado em 9 de julho de 2015 
  4. Festasdopovo.pt http://www.festasdopovo.pt/. Consultado em 2 de setembro de 2011  Em falta ou vazio |título= (ajuda)