Fluxo de caixa descontado

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O fluxo de caixa descontado é um método para avaliar a riqueza econômica de uma empresa dimensionada pelos benefícios de caixa a serem agregados no futuro e descontados por uma taxa de atratividade que reflete o custo de oportunidade dos provedores de capital.

Investir significa aplicar o capital em um ativo com a expectativa de que ele gere lucros futuros que superem o investimento. Para isso, é necessário, primeiramente, distinguir-se os conceitos de valor de preço. O escritor irlandês Oscar Wilde escreveu: "Vivemos em uma época o­nde sabemos o preço de tudo e o valor de nada!"

Valor de um ativo representa o seu montante justo hoje, enquanto preço significa por quanto o mercado o está negociando nessa mesma data. Logo, se o preço praticado é inferior ao valor, tem-se um investimento potencial a ser adquirido. Conforme Hilsdorf[1]"preço é o que se paga e valor o que se leva".

Mas como conhecer o valor de um ativo? Segundo Damodaran,[2] há dezenas de modelos de avaliação, mas apenas duas abordagens: intrínsica e relativa. Ainda segundo Damodaran, o valor intrínseco de um ativo é determinado pelos fluxos de caixa que se espera sejam gerados pelo bem durante sua vida útil e pelo grau de incerteza por eles gerados.

Para Póvoa[3] o valor justo de uma empresa para os acionistas representa o que ela pode gerar de retorno no futuro expresso em valores de hoje.

Matematicamente[editar | editar código-fonte]

A formula simplificada do DCF para um período é:

Onde

  • FV = o valor nominal do montante de Fluxo de Caixa num período futuro;
  • d = é a taxa de desconto, determinada pelo custo de capital e riscos do investimento,
  • n = é o número de períodos.

Ou

em que n é o período e x o fim do número de períodos

O Fluxo de Caixa Descontado pode ser calculado de duas maneiras;

a) para obter o fluxo de caixa dos acionistas(gerado após computados os efeitos de todas as dívidas para complementar o financiamento da empresa) e a segunda

b) é através do uso do FCL-fluxo de caixa livre (gerado após a dedução dos impostos, investimentos permanentes e variações esperadas no capital circulante líquido)

Taxa de Desconto[editar | editar código-fonte]

A taxa de desconto não é única ou uniforme. Ela é formada a partir do custo de oportunidade somado a uma taxa de risco e ambos são definidos por cada investidor em função de sua realidade financeira e avaliação de risco.

Uma forma simplificada, porém não menos viável, de se identificar o custo de oportunidade é lançar um olhar sobre a renda fixa, onde podemos avaliar o retorno (juros a receber) com o baixo risco (possibilidade de não recebermos o capital investido). Logo, no caso brasileiro, o investidor poderia utilizar como custo de oportunidade a taxa de juros pagos pelos títulos do tesouro direto atrelados à taxa Selic (Tesouro Selic - antiga LFT).

A taxa de risco ou prêmio pelo risco, será determinada pelo investidor e considerará as características do mercado como um todo e, principalmente, do ativo a que se quer avaliar.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Carlos Hilsdorf (15 de outubro de 2013). «A diferença entre Preço e Valor». Carlos Hilsdorf. Consultado em 18 de outubro de 2015 
  2. DAMODARAN, Aswath (2012). Valuation - Como Avaliar Empresas e Escolher as Melhores Ações. [S.l.: s.n.] ISBN 978-85-216-2049-5 
  3. PÓVOA, Alexandre (2009). Valuation, Como Precificar Ações. [S.l.: s.n.] ISBN 978-85-250-4293-4