Forte dos Andradas

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Forte dos Andradas
Forte dos Andradas
Forte dos Andradas
Construção Getúlio Vargas (1938)
Conservação Bom
Aberto ao público Sim

O Forte dos Andradas localiza-se na ponta de Munduba, ao sul da ilha de Santo Amaro, estado de São Paulo, Brasil. Territorialmente, faz parte do município de Guarujá, entre os bairros do Tombo e Jardim Guaiuba.

Inicialmente denominado Forte de Munduba, foi a última grande estrutura defensiva fixa erguida no país, formando sistema com o Forte de Itaipu, na defesa do acesso à barra do porto de Santos, à época o maior porto exportador do Brasil, superando inclusive o porto do Rio de Janeiro.

História[editar | editar código-fonte]

Embora o seu projeto datasse de 1934, quando era Ministro da Guerra o General-de-Exército Pedro Aurélio de Góis Monteiro, a sua construção teve início apenas em 1938, sob a direção do seu projetista, o Tenente-Coronel de Engenharia João Luiz Monteiro de Barros (BARRETTO, 1958:267).

O Capitão de Artilharia Campos de Assunção foi nomeado Comandante da 5ª Bateria Independente de Artilharia de Costa, subunidade que guarneceu o forte (6 de maio de 1942), criado pelo Decreto-Lei nº 4.248, de 10 de abril de 1942. Foi inaugurado em 10 de novembro de 1942, em plena Segunda Guerra Mundial (1939-1945), sendo denominado oficialmente como Forte dos Andradas pelo Decreto nº 5.002, de 27 de novembro de 1942 (BARRETTO, 1958:267), em homenagem aos irmãos José Bonifácio (1763-1838), Antônio Carlos e Martim Francisco de Andrada e Silva, importantes personagens do cenário político brasileiro, ao tempo do primeiro império e do Período Regencial.

Na década de 1950 estava guarnecido pela 3ª Bateria de Obuses de Costa.

Durante a ditadura civil-militar que teve início com o golpe de 1964, passou a abrigar presos políticos. Entre os detentos mais emblemáticos, destaca-se o Eduardo Collen Leite (codinome Bacuri) que foi assassinado nas dependências do Forte.[1]

Atualmente abriga a 1.ª Brigada de Artilharia Antiaérea, constituindo-se num dos mais belos pontos turísticos do Guarujá de onde podem ser descortinadas as praias do Guarujá e a baía de Santos.

Características[editar | editar código-fonte]

Totalmente embutido na rocha, compõe-se de um complexo sistema de túneis, câmaras e elevadores, com quatro obuseiros Krupp de 280 mm camuflados no topo pela Mata Atlântica, a trezentos metros acima do nível do mar. Enquanto o seu Quartel de Guerra se situa na ponta de Munduba, o Quartel de Paz situa-se na praia de mesmo nome.

É acedido por uma estrada pavimentada e bem conservada.

Referências

  1. «Lugares da Memória, Arqueologia da Repressão e da Resistência e Locais de Tortura» (PDF). Comissão da Verdade. Março de 2015. Consultado em 23 de junho de 2017 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • BARRETO, Aníbal (Cel.). Fortificações no Brasil (Resumo Histórico). Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1958. 368 p.
  • GARRIDO, Carlos Miguez. Fortificações do Brasil. Separata do Vol. III dos Subsídios para a História Marítima do Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Naval, 1940.
  • MORI, Victor Hugo; LEMOS, Carlos A. C.; ADLER, Homero F. de. Arquitetura Militar: um panorama histórico a partir do Porto de Santos. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2003. 231p.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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