Francisco Gotthilf

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Franz Hermann Gotthilf, conhecido como Francisco Gotthilf (Breslávia, 25 de julho de 1923São Paulo 27 de Maio de 2012), foi um radialista e apresentador de televisão brasileiro[1].

Seu pai foi o criador e apresentador de um programa radiofônico iniciado em 1942 e chamado de "Hora Israelita", mais tarde renomeado Mosaico, dirigido a coletividade judaica de São Paulo[1].

Após a morte do pai em 1952, Francisco Gotthilf passou a comandar a transmissão e, no início da década de 1960, percebendo o potencial da televisão como ferramenta de comunicação, resolveu trazer seu programa para esta nova mídia que ainda dava seus primeiros passos. O Mosaico estreou na televisão em 16 de julho de 1961, com o nome de "Mosaico na TV", na TV Excelsior de São Paulo então dirigida por Álvaro de Moya. Foi, portanto, o primeiro programa dirigido a uma coletividade etnorreligiosa específica do Brasil[1].

Depois da TV Excelsior, o programa foi exibido pela TV Cultura (então pertencente aos Diários Associados), TV Tupi [2] e pela TV Gazeta, para até hoje continuar sendo veiculado por emissoras a cabo abertas e fechadas. Pautado por uma linha editorial pluralista com forte direcionamento cultural, o programa sempre recebeu convidados de diferentes religiões, bem como de todos os setores da comunidade judaica, funcionando, segundo Francisco, como uma ponte pelo entendimento e contra o preconceito[3].

Entre as personalidades que participaram do programa, Gotthilf orgulha-se de citar nomes como David Ben Gurion, Jânio Quadros, Fernando Henrique Cardoso, Albert Sabin, Itzhak Rabin, Mikhail Gorbachev entre outros[3].

Francisco militou em diversas instituições filantrópicas, clubes e entidades da comunidade judaica brasileira, como secretário da Federação Israelita do Estado de São Paulo e presidente da B'nai B'rit[1].

Em 2008 a produtora Videcom lançou um documentário com a história do programa chamado de "Sr. Mosaico", como parte de um projeto maior que incluiu um livro (editado pela Narrativa Um) e a digitalização de todo o acervo audiovisual do programa, que foi doado para o Arquivo Histórico Judaico de São Paulo. O programa, hoje produzido por seu filho Ronaldo Gotthilf, é o que está há mais tempo no ar no Brasil ininterruptamente (Livro Guiness de Recordes)[4], com 57 anos (dados de 2018).

Em sua homenagem foi denominada uma passarela na cidade de São Paulo sobre a avenida São Gabriel[5].


Referências

  1. a b c d «Francisco Gotthilf - biografia no Museu da TV - Pró-TV». Consultado em 26 de julho de 2019 
  2. «Acervo Digital - - Pg 3». Edição Digital - Folha de S.Paulo. Consultado em 11 de setembro de 2019 
  3. a b MUSATTI CYTRYNOWICZ, Monica (2008). Senhor Mosaico - Francisco Gotthilf e o programa Mosaico na TV. [S.l.]: Narrativa Um. 96 páginas. ISBN 8588065207 
  4. Confederação Israelita do Brasil. «Comunidade lamenta morte de Francisco Gotthilf (z´l), criador do programa Mosaico». 2012-05-29. Consultado em 26 de julho de 2019 
  5. Mauricio Xavier e Vinicius Tamamoto, Veja SP. «Passarelas homenageiam personalidades que marcaram a cidade». 2017-06-01. Consultado em 26 de julho de 2019