Gurgel Supermini

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Gurgel Supermini
Visão geral
Produção 1992-1995
Fabricante Gurgel Motores S/A
Modelo
Classe Minicarro
Segmento A
Carroceria Hatchback, 2 portas
Designer João Gurgel
Ficha técnica
Motor Boxer de dois cilindros, refrigerado a água. Gurgel Enertron.
Potência 36 cv
Transmissão 4 Marchas, manual
Layout Motor dianteiro, tração traseira
Modelos relacionados Gurgel Motomachine
Gurgel BR-800
Gurgel SuperCross
Gurgel Delta
Gurgel Cena
Gurgel BR-Van
Dimensões
Comprimento 3.195 mm
Entre-eixos 2.000 mm
Largura 1.500 mm
Altura 1.468 mm
Peso 645 Kg
Tanque 40
Consumo 19 km/l (em estrada)
Cronologia
Gurgel BR-800
Gurgel Delta

O Supermini é a evolução do BR-800, ele foi a resposta da Gurgel aos novos 1.0 da concorrência. Seguindo a mesma proposta de seu antecessor, é um minicarro exclusivamente urbano compacto e econômico, as maiores diferenças estão no desenho mais moderno, acabamento e potência.

Em relação ao seu antecessor, ele ganhou algumas “curvas” que fizeram sua aparência melhorar, agora com um acabamento de melhor qualidade como o painel mais bem desenhado, bancos altos e melhores, interior todo acarpetado e o entreeixos 10 cm maior.

A versão SL (a mais comum) contava com equipamentos como conta-giros, relógio analógico, toca-fitas com antena no teto, brake-light, repetidores de pisca no teto, banco traseiro bi-partido e outros, enquanto seus concorrentes na faixa dos 1.0 sequer ofereciam retrovisor do lado direito ou encostos de cabeça.

Em relação à parte mecânica o motor continua praticamente o mesmo (Gurgel Enertron), só que evoluções mecânicas fizeram o consumo diminuir e a potência aumentar para 36 cv, mantendo a tração traseira mas utilizando um novo câmbio. Diferentemente do BR-800 o Supermini não é 100% brasileiro, o câmbio é argentino.

Porém, mesmo com todos estes avanços técnicos, a concorrência possuía veículos mais potentes, espaçosos, e confortáveis (mesmo com ausência de itens de requinte como os do Supermini). Não obteve o sucesso esperado, gerando grande queda nas vendas. Sua carroceria era em fibra, a parte frontal de seu chassi tem um sistema chamado de fusível, em caso de colisão ela se deforma para absorver o impacto. O Supermini se manteve em fabricação até o fim de 1994, chegando a ser vendidas algumas unidades em 1995 com denominação ano/modelo 1995/1995, após isso a Gurgel Motores S/A acabou por falir. Hoje, ainda existem muitos circulando pelo Brasil com motor original ou adaptado do Fusca, Gol BX, entre outros. O motor do Fusca é o mais comumente usado.

Ficha Técnica[editar | editar código-fonte]

Motor[editar | editar código-fonte]

Gurgel Enertron
  • Denominação: Gurgel Enertron
  • Tipo de construção: Combustão interna, dois cilindros, montado na dianteira do veículo
  • Disposição dos cilindros: opostos horizontalmente
  • Diâmetro: 85,5 mm
  • Curso do pistão: 69 mm
  • Cilindrada: 792 cm³
  • Taxa de compressão: 8,7:1
  • Válvulas: no cabeçote
  • Folga das válvulas: 0,15 mm admissão e 0,15 mm escapamento (regulagem a quente)
  • Potência máxima: 26,5 kW (36 cv) a 5500 rpm (ABNT NBR-5484)
  • Torque máximo: 66 Nm (6,6 kgf) a 2500 rpm (ABNT NBR-5484)
  • Lubrificação: sob pressão, com bomba toroidal
  • Alimentação: por bomba de gasolina mecânica
  • Carburador: de corpo simples e aspiração descendente
  • Filtro de ar: seco, com elemento filtrante de papel
  • Arrefecimento: a água com circulação forçada por bomba d'água integrada ao comando de válvulas. Radiador com depósito de compensação, ventilador elétrico, acionado por interruptor termostático
  • Ignição: controlada por micro-processador eletrônico, mas não elimina o distribuidor
  • Ângulo de avanço inicial: 16º AMPS
  • Velas: rosca (M 14 x 1,25 mm) - tipo: NGK BPR 5 EY / Bosch WR 8 AC
  • Afastamento dos eletrodos: 0,6 a 0,8 mm
  • Combustível: Gasolina tipo C

Embreagem[editar | editar código-fonte]

  • Tipo: monodisco a seco, acionamento mecânico
  • Folga do pedal: 10 a 20 mm

Transmissão[editar | editar código-fonte]

  • Tração traseira por eixo cardã e diferencial
  • Caixa de mudanças: 4 marchas sincronizadas à frente e uma à ré

Relação de transmissão:

  • 1ª: 3,65:1
  • 2ª: 2,14:1
  • 3ª: 1,37:1
  • 4ª: 1,00:1
  • ré: 3,66:1
  • Razão de transmissão do diferencial: 4,10:1

Carroceria[editar | editar código-fonte]

Estrutura espacial em aço com perfil tubular misto (quadrado e cilíndrico). Os tubos transversais que formam o lado inferior da carroceria são na verdade tubos de torque que, em caso de colisão lateral, se deformam amortecendo o impacto. A carroceria é formada também por painéis modulares em plástico de engenharia, um tipo de material que já era conhecido no meio automobilístico com matéria-prima na confecção de algumas peças, mas que foi reconhecido como material muito versátil devido à Gurgel, que utilizava largamente o material em seus veículos. O percentual de utilização da fibra de vidro no Supermini era de cerca de 65%, como exemplo, além da carroceria, o painel interior, as forrações de acabamento das portas e até mesmo algumas peças do motor são feitas de fibra de vidro. A parte frontal do chassi é provida de um sistema de segurança que utiliza barras de aço de torque, que se deformam no caso de uma eventual colisão, amortecendo o impacto.

Suspensão dianteira[editar | editar código-fonte]

  • Independente, com molas helicoidais e amortecedores telescópicos de dupla ação, geometricamente progressiva.

Suspensão traseira[editar | editar código-fonte]

  • Sistema "Leaf Coil" - conjuga a ação das lâminas paralelas à ação das molas helicoidais e amortecedores. As lâminas paralelas de aço, além de absorverem o torque do diferencial, trabalham também como um sistema estabilizador (Patente Gurgel).

Direção[editar | editar código-fonte]

  • Mecânica, tipo pinhão e cremalheira
  • Diâmetro mínimo de curva: 8,8 m

Rodas[editar | editar código-fonte]

  • Aro estampado em aço - 4,5 J x 13
  • Pneus radiais- 145 R x 13

Freios[editar | editar código-fonte]

  • De serviço: hidráulico, circuito duplo com ação nas quatro rodas
  • Dianteiros a disco
  • Traseiros a tambor
  • De estacionamento: mecânico, com ação sobre as rodas traseiras

Sistema elétrico[editar | editar código-fonte]

  • Bateria: 12V, 45Ah
  • Alternador: 12V, 32A

Peso[editar | editar código-fonte]

  • 645 Kg
  • Carga útil (4 ocupantes e bagagens): 350 Kg
  • Peso total admissível: 995 Kg

Abastecimento[editar | editar código-fonte]

  • Reservatório de combustível: 40 litros
  • Cárter do motor (com filtro): 2,5 litros
  • Caixa de mudanças: 1,1 litros
  • Diferencial: 0,8 litros
  • Radiador (sistema de arrefecimento): 3,4 litros
  • Fluido de freio: 0,34 litros

Dimensões[editar | editar código-fonte]

  • Comprimento: 3,195 m
  • Largura: 1,50 m
  • Altura: 1,468 m
  • Distância entre eixos: 2,00 m
  • Bitola dianteira: 1,285 m
  • Bitola traseira: 1,285 m
  • Altura livre do solo: 15 cm

Desempenho[editar | editar código-fonte]

  • Velocidade máxima: 120 km/h
  • Aceleração (0–100 km/h): 34,63 segundos

Produção[editar | editar código-fonte]

Ano Produção (unidades)
1992 500
1993 ?
1994 ?
1995 ?
Total 500

Referências

  • Revista Quatro Rodas, Novembro de 1992, Editora Abril
  • Revista Quatro Rodas, Outubro de 2003, Editora Abril

Ligações Externas[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]