Intencionalidade coletiva

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Na filosofia da mente, intencionalidade coletiva caracteriza o intencionalidade e isso ocorre quando dois ou mais indivíduos realizam uma tarefa juntos. Exemplos incluem dois indivíduos carregando uma mesa pesada para cima de um lance de escadas ou dançando um tango.[1]

Esse fenômeno é abordado a partir de perspectivas psicológicas e normativas, entre outras. Filósofos proeminentes que trabalham de maneira psicológica são Raimo Tuomela, Kaarlo Miller, John R. Searle e Michael E. Bratman. Margaret Gilbert adota uma abordagem normativa que trata especificamente da formação de grupos. David Velleman também se preocupa com a forma como os grupos são formados, mas seu relato carece do elemento normativo presente em Gilbert.[1]

A noção de que os coletivos são capazes de formar intenções pode ser encontrada, implícita ou explicitamente, na literatura que remonta a milhares de anos. Por exemplo, textos antigos como a República de Platão[2] discutem a determinação cooperativa das leis e da ordem social pelo grupo composto pela sociedade como um todo. Este tema foi posteriormente expandido para a teoria do contrato social por filósofos da era do Iluminismo, como Thomas Hobbes[3] e John Locke.[4] No século XX os gostos de Wilfrid Sellars[5] e Anthony Quinton[6] notaram a existência de "Nós-Intenções" em meio a uma discussão mais ampla do conceito de intencionalidade e, assim, estabeleceram as bases para a análise filosófica focada da intencionalidade coletiva que começou no final da década de 1980.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b «Collective intentionality». Google Arts & Culture. Consultado em 19 de junho de 2021 
  2. Allen, R.E. 2006. Plato, The Republic. New Haven: Yale University Press.
  3. Shapiro, Ian. 2010. Leviathan: Or the Matter, Forme, and Power of a Common-Wealth Ecclesiasticall and Civill. New Haven: Yale University Press.
  4. Laslett, Peter. 1988. Two Treatises of Government. Cambridge: Cambridge University Press.
  5. Sellars, Wilfrid. 1963. "Imperatives, Intentions, and the Logic of 'Ought," Morality and the Language of Conduct. Detroit: Wayne State University Press.
  6. Quinton, Anthony. 1975. "Social Objects." Proceedings of the Aristotelian Society, Vol. 75, 67–87.