Jaudas

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Não confundir com Jaldas.
Jaudas
Líder tribal mouro
Reinado fl. 535 - 548
Nascimento século VI
Morte século VI
Religião paganismo berbere

Jaudas foi um líder tribal berbere do monte Aurásio que desempenhou importante papel nas guerras do Império Bizantino do contra as tribos berberes na África.

Vida[editar | editar código-fonte]

Localização do monte Aurásio (atual Orés) na Argélia

As origens de Jaudas são incertas. Era genro de Mefânias, a quem assassinou, e cunhado de Massonas. No início de 535, enquanto o general Salomão lidava com a revolta dos mouros de Bizacena, invadiu a Numídia, saqueando e levando cativos. Pouco depois, o oficial Altias e seu pequeno exército federado de 70 hunos confrontou-o perto da fonte d'água em Tigisis; Jaudas queria ter acesso a água da fonte para seus homens, enquanto Altias queria recuperar o butim e cativos da Numídia. Lutaram em combate solo, quando foi aterrorizado pela destreza de Altias, que matou seu cavalo quando fugia com seu exército. Todo o butim foi recuperado.[1] Após a Batalha de Burgaão, na qual Salomão saiu vitorioso diante dos mouros, os berberes de Bizacena partiram para junto dele.[2][3]

Salomão, Massonas, que pretendia vingar seu pai, e Órteas, que foi vítima duma conspiração de Jaudas e Mastigas, avançou contra o monte Aurásio.[4] Salomão desafiou Jaudas à batalha, mas após três dias, desconfiado da lealdade de seus aliados mouros, partiu e não meteu-se em novos conflitos com os mouros até 537, devido à revolta do exército na primavera de 536.[2][3] Jaudas ressurgiu em 537 quando juntou-se ao rebelde Estotzas. Na Batalha das Escadas Ancestrais, desertou com os demais berberes e Estotzas foi derrotado.[5][6] No rescaldo, juntou-se a Germano para perseguir os rebeldes. Em 540, foi atacado e derrotado por Salomão em sua fortaleza no monte Aurásio e fugiu ferido à Mauritânia; suas esposas e tesouros foram capturados. No final de 545, em coalizão com Guntárico, marchou com Cusina para Cartago, enquanto Antalas atacou Bizacena. Depois, submeteu-se a João Troglita. Ainda eram aliados em 547/8 e 548.[4]

Referências

  1. Martindale 1992, p. 50.
  2. a b Martindale 1992, p. 1172.
  3. a b Bury 1958, p. 143.
  4. a b Martindale 1992, p. 610-611.
  5. Martindale 1992, p. 1199–1200.
  6. Martindale 1980, p. 506.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Bury, John Bagnell (1958). History of the Later Roman Empire: From the Death of Theodosius I to the Death of Justinian, Volume 2. Mineola, Nova Iorque: Dover Publicações, Incorporated. ISBN 0-486-20399-9 
  • Martindale, John Robert; Arnold Hugh Martin Jones; J. Morris (1980). The Prosopography of the Later Roman Empire. II: A.D. 395–527. Cambrígia e Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 978-0-521-20159-9 
  • Martindale, John R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambrígia e Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 0-521-20160-8