Mametu Nangetu

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Mametu Nangetu
Mametu Nangetu
Residência Belém
Cidadania Brasil
Etnia Bantus
Ocupação ialorixá

Mametu Nangetu (nascida Oneide Monteiro Rodrigues), também conhecida como Mãe Nangetu, Mãe Mametu Nangetu e Mametu Nangetu Ua Nzambi, é uma mãe-de-santo paraense, fundadora do terreiro de candomblé Manso Massumbando Quem Quem Neta / Kekê Neta, de tradição bantu, a partir do qual se desdobrou o Instituto Nangetu.[1][2][3][4]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Mametu Nangetu foi iniciada na tradição do Candomblé Angola em 1985,[5][6] "sob a dijina de Ma’metu riá Nkisi Nangetu uá Nzambi (mãe de inquice Nangetu de Nzambi), sacerdotisa de minkisi. Confirmada por Tat’etu ria Nkisi Kiagussú (Jorlando de Oliveira Souza), de raiz do Bate Folha, e pelo Babálorixá Lídio Mascarenhas, do Terreiro Beiru, ambas casas baianas".[7] Em 1988, Mametu fundou o terreiro de candomblé Manso Massumbando, de tradição bantu, de culto à Nkisiame Nzumbarandá, em Belém, no Pará. "principal espaço sagrado de manutenção e preservação das manifestações ritualísticas, culturais, linguísticas e estéticas de origem banto na cidade".[7]

A partir do terreiro, foi criado também o Instituto Nangetu de Tradição Afro-religiosa e de Desenvolvimento Social, do qual é coordenadora.[8] O Instituto foi premiado pelo IPHAN no Edital do Programa Nacional do Patrimônio Imaterial (PNPI), em 2014, pelo projeto Azuelar que utiliza audiovisual e comunicação digital para difundir conhecimentos tradicionais de povos de terreiros de matriz africana.[6]

Mametu Nangetu fez parte da Comissão de Acompanhamento da Pesquisa "Mapeamento das Comunidades Tradicionais de Terreiro (Mapeando o Axé)" em Belém, realizada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em parceria com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e a Fundação Cultural Palmares (FCP).[9]

Em 2015, foi eleita como representante da Setorial de Patrimônio Imaterial do Pará (PA) para o Conselho Nacional de Política Cultural.[10] Em 2019, era membra do Comitê Inter-religioso do Estado do Pará, do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial,[11] e Conselheira Nacional de Diversidade Religiosa do Ministério dos Direitos Humanos.[12]

Em 2019, foi eleita "Mulher do Axé do Brasil".[8] No mesmo ano, o espetáculo Mukuiu, da Cia Lama de Teatro, homenageou a trajetória de Mametu Nangetu como símbolo da resistência negra no estado do Pará.[1]

Por sua atuação em diversos movimentos sociais para a garantia de direitos para mulheres, negros, fazedores de cultura e população afro-religiosa, ela é convidada frequente de projetos e eventos que debatem a intolerância religiosa e difundem a consciência negra.[1][2][3][4][8][13][14][15][16][17][18][19][20][21]

Referências

  1. a b c «Espetáculo homenageia a trajetória de Mametu Nangetu, mulher símbolo da resistência negra no Pará». G1. Consultado em 15 de maio de 2023 
  2. a b Olaia, Pedro; Romario, Wellington (1 de maio de 2017). «MAMETU NANGETU NA MATA». Nova Revista Amazônica (1): 215–216. ISSN 2318-1346. doi:10.18542/nra.v5i1.6388. Consultado em 15 de maio de 2023 
  3. a b «INSTITUTO NANGETU DE TRADIÇÃO AFRO-RELIGIOSA E DESENVOLVIMENTO SOCIAL: DIREITOS HUMANOS, ALEGRIA E BELEZA NA COMEMORAÇÃO DE TRINTA ANOS DE AFRO-RELIGIOSIDADE E RESISTÊNCIA | Nova Cartografia Social Da Amazônia». Consultado em 15 de maio de 2023 
  4. a b «Nangetu – Casa Preta - Comunidade em Cena». Fiocruz (em inglês). Consultado em 15 de maio de 2023 
  5. «Fórum Permanente». www.direitoereligiao.org. Consultado em 15 de maio de 2023 
  6. a b IPHAN. Programa Nacional do Patrimônio Imaterial: compêndio dos editais: 2005 a 2010. Brasília, DF: Iphan, 2016.
  7. a b VERA CRUZ, Carlos Eduardo Moreira. Procissão do tempo: performance procissional e drama social de um candomblé banto. 2017. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas do Centro de Letras e Artes da UNIRIO, Rio de Janeiro, 2017.
  8. a b c RedePará. «Prefeitura de Belém reforça o combate à intolerância religiosa». REDEPARÁ. Consultado em 15 de maio de 2023 
  9. «Institucional». www.mapeandoaxe.org.br. Consultado em 15 de maio de 2023 
  10. «PA – Patrimônio Imaterial». Eleições Conselho Nacional de Política Cultural. Consultado em 15 de maio de 2023 
  11. «Live: vacina, saúde e fé: É possível manter as três?». M A L U N G U. 22 de fevereiro de 2021. Consultado em 15 de maio de 2023 
  12. «Eventos discutem tolerância e respeito à diversidade religiosa | Universidade do Estado do Pará». www.uepa.pa.gov.br. Consultado em 15 de maio de 2023 
  13. «Pará vai ganhar Museu da Consciência Negra». Portal da Secretaria de Cultura do Pará (em inglês). Consultado em 15 de maio de 2023 
  14. «OAB PA». www.oabpa.org.br. Consultado em 15 de maio de 2023 
  15. Prefeitura Municipal de Belém. Prefeitura reafirma ações antirracistas e combate à intolerância religiosa. 11-04-2022.
  16. «Lideranças de diferentes comunidades de fé reivindicam respeito e união no Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa». Instituto de Estudos da Religião. Consultado em 15 de maio de 2023 
  17. «Cultura Viva para os povos tradicionais de Matriz Africana pelo Clima – Rede Afroambiental». Consultado em 15 de maio de 2023 
  18. mi.tv. «Guardiãs da Floresta (Séries): Mametu Nangetu - A Floresta e o Sagrado S02 E07 | Programação de TV | mi.tv». mi.tv (em portuguese). Consultado em 15 de maio de 2023 
  19. ComunicPlus.com.br. «Criado em Belém, Bando Mastodontes aborda cultura afro-amazônica no álbum 'Ciranda celestial'». Rádio Itay 88FM. Consultado em 15 de maio de 2023 
  20. «Exposição Reminiscências de Nzinga Maio/2015 by Galeria Theodoro Braga - Issuu». issuu.com (em inglês). Consultado em 15 de maio de 2023 
  21. Online, DOL-Diário (29 de setembro de 2021). «Peregrinações se intensificam às vésperas do Círio deste ano». DOL - Diário Online. Consultado em 15 de maio de 2023