Manuel Cantacuzeno (usurpador)

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Manuel Cantacuzeno foi o líder duma revolta da Moreia contra os déspotas moreotas da dinastia paleóloga. O povo grego e os imigrantes albaneses aclamaram-o déspota (governante).

Vida[editar | editar código-fonte]

Manuel era neto de Demétrio I Cantacuzeno que serviu como déspota da Moreia em 1383, o último desta família a governar aquela província do Império Bizantino. Pouco depois da morte do imperador Constantino XI Paleólogo e da Queda de Constantinopla nas mãos do Império Otomano, Manuel reuniu um exército de 30 000 albaneses e revoltou-se contra Tomás Paleólogo e Demétrio Paleólogo, os déspotas da Moreia, à época uma província otomana.[1][2]

Era de conhecimento geral que os irmãos Paleólogos estavam com problemas de governabilidade devido ao desentendimento mútuo, e Manuel utilizou-se disso para pregar entre a população sobre a inconveniência de ser governado por dois irmãos em desacordo contínuo. O estopim para a eclosão da revolta deu-se devido a alta tributação exigida por eles para que pudessem pagar o tributo devido aos otomanos.[3] Os albaneses também revoltam-se, sob liderança de Pedro Bua, que estavam descontentes com os altos impostos. Em 1453, encabeçou uma revolta e os albaneses proclamaram-o déspota. A fim de atender os interesses albaneses, Manuel alterou seu nome para "Gim" e o nome de sua esposa para "Cuchia".[1]

Os eventos foram favoráveis a Manuel no início, mas rapidamente mudaram o seu destino. Os irmãos Paleólogo, vendo-se incapazes de controlar a situação, pediram ajuda externa para derrubar o usurpador: Tomás viajou para a República de Veneza e Demétrio pediu ajuda do Império Otomano.[1] Durante o ano seguinte um exército otomano chegou para sufocar a revolta e retornar à situação anterior, mas os soldados deram um aviso aos irmãos para que aprendessem a trabalhar em conjunto se não queriam perder a confiança do sultão otomano.[4] A tributação anterior foi restabelecida, bem como a vassalagem dos déspotas aos otomanos. Quando aos líderes rebeldes, Pedro Bua foi perdoado por Maomé II e tornou-se representante designado do povo albanês, João Asen Zaccaria conseguiu fugir para a fortaleza veneziana de Modon e Manuel conseguiu escapar, embora seu paradeiro é desconhecido.[2]

Referências

  1. a b c Miller 1908, p. 426-427.
  2. a b Cheetham 1981, p. 218.
  3. Ostrogorsky 1969, p. 567.
  4. Treadgold 1997, p. 802.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Miller, William (1908). The Latins in the Levant, a History of Frankish Greece (1204–1566). Nova Iorque: E.P. Dutton and Company 
  • Ostrogorsky, George (1969). History of the Byzantine State (em inglês). Nova Brunsvique, Nova Jérsei: Rutgers University Press. ISBN 0-8135-1198-4 
  • Treadgold, Warren (1997). A History of the Byzantine State and Society (em inglês). Stanford, Califórnia: Stanford University Press. ISBN 0-8047-2630-2