O Strip do Diabo

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O Strip do Diabo
Autor(es) Miguel M. Abrahão
Idioma Português
País  Brasil
Editora Agbook - 2 volumes
Lançamento 2009
Páginas 640

O Strip do Diabo é um romance de Miguel M. Abrahão escrito em 1996 e publicado em 2009 no Brasil em dois volumes.

Trama[editar | editar código-fonte]

' O Strip do Diabo,[1] continuação de A Pele do Ogro, pretende, a exemplo do romance anterior, ser um amplo panorama histórico que abrange todo o século XVI, passando em revista as ideias, as crenças, os homens e os conflitos que abalaram a Europa da época da Renascença.

Narrado em primeira pessoa, conta a história de Lídia Visconti Sforza, herdeira do Ducado de Milão, criada pela mãe como homem, sob o nome de Luigi, a fim de que pudesse sobreviver naquela selva masculina. Sua infância, tendo Leonardo da Vinci como preceptor, protetor e amigo, é revisitada. Ainda adolescente, na condição de homem que todos a imaginavam ser, após a morte da mãe, é dada pelo tio Ludovico Sforza como futuro marido de uma das filhas de Lourenço de Médici, poderoso senhor e mecenas de Florença. Assim sendo, Lídia parte para àquela cidade onde conhece o imberbe Michelangelo - que nutre por ele/ela uma grande paixão -, o rapaz Nicollo Maquiavel e os jovens Médici, entre eles o futuro Papa Leão X.

Devido a desentendimentos o noivado e a aliança entre Florença e Milão serão rompidos. Entram em cena às diabólicas armações de Catarina Sforza, a terrível Senhora de Forli, sua meia-irmã, mulher controlada por um homem misterioso o qual terá papel decisivo no que a personagem principal virá a ser futuramente. Por sugestão dela, Lídia/Luigi acaba ingressando no seminário e, já cônscia de sua identidade feminina, faz de tudo para que não seja descoberta mulher naquele ambiente de homens. Uma vez lá, conhece segredos que a fazem sonhar com o poder e a imortalidade. Já consagrada, anos depois, Cardeal da Igreja, Lídia/Luigi se aproxima da corte do Papa Rodrigo Bórgia (Alexandre VI). Um golpe do destino muda o rumo de sua vida, ao conhecer e se apaixonar pelo valente e temido César Bórgia, lugar-tenente do pai na Romagna. Não podendo revelar-se mulher, mantém amor platônico pelo vigoroso guerreiro e, com ele e por causa dele, engendra intrigas, assassinatos e guerras fortalecendo, assim, o poder da família do amante. Contudo, jamais desiste de procurar pela fórmula da imortalidade Sua ambição cega não permite que veja os horrores que, como portadora do mal, trará à Europa. Em sua ânsia de a tudo possuir, mesmo avisada pelo monge Savanarola e pelo enigmático Cartóphilus, o Judeu Errante das lendas dos primórdios do cristianismo, a intempestiva Lídia/Luigi persiste em sua jornada, passando sobre qualquer um que se interpusesse em seu caminho. Após a morte do amado, a obsessão se intensifica. Precisa agora da imortalidade mais do que nunca para poder esperar, segundo as profecias, o dia da reencarnação do amado. Ao consegui-la, graças a antigas lendas celtas, Lídia/Luigi começa assim o strip-tease do Diabo, onde se desnuda de qualquer pudor em favor de seus interesses mesquinhos, provocando guerras, incitando as reformas protestantes e levando o mundo à beira do apocalipse como preconizara o judeu Cartóphilus. Seria ela o quarto cavaleiro das escrituras segundo São João? Repleto de mistérios, o livro pretende ser um romance de suspense histórico investigando os fatos através de uma atmosfera mística, própria de uma época em transição.

Sob a ótica de Lídia Visconti Sforza, personagens históricos (como os renascentistas Da Vinci, Michelangelo, Rafael Sanzio, César Bórgia, Lourenço de Médicis, Ludovico Sforza, Maquiavel, Thomas Morus, Erasmo de Roterdã, os papas Alexandre VI, Júlio II, Leão X, os reformistas Lutero, Calvino, John Knox, os reis Henrique VIII, Francisco I de França, Filipe II de Espanha (além de outros que estão na imaginação popular como o judeu errante Cartóphilus e o médico Fausto) aparecem redivivos e biografados ano a ano de suas vidas de maneira imparcial e correta. Suas obras, guerras, atos e escritos são minuciosamente analisados e enfocados de maneira científica, a luz da modernidade histórica.[2]

Referências

  1. UFSC http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documentos/?id=212909  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  2. [MENDONÇA, Débora, "Literatura Avaliada" - [1]
  • COUTINHO, Afrânio; SOUSA, J. Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. São Paulo: Global; Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Academia Brasileira de Letras, 2001: 2v.
  • Fundação Biblioteca Nacional - Arquivos
  • Editora Agbook