Chimaericola leptogaster

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Chimaericola leptogaster
Chimaericola leptogaster.
Classificação científica
Reino:
Filo:
Classe:
Ordem:
Família:
Gênero:
Espécies:
C. leptogaster
Nome binomial
Chimaericola leptogaster
(Leuckart, 1830) Brinkmann, 1942
Sinónimos
A quimera Chimaera monstrosa é o hospedeiro de Chimaericola leptogaster.
O espermatozoide de Chimaericola leptogaster (ilustração).

Chimaericola leptogaster é uma espécie de vermes platelmintas da família Chimaericolidae da ordem Polyopisthocotylea da classe Monogenea. A espécie é um ectoparasita nas brânquias das quimeras da espécie Chimaera monstrosa.

Descrição[editar | editar código-fonte]

A primeira observação conhecida da espécie data de inícios de 1828,[1] quando foi descoberta sobre as guelras de quimeras capturadas ao largo da Noruega por Wilhelm von Rapp (1794-1868). Friedrich Sigismund Leuckart atribuiu à espécie em 1830 o nome científico de Octobothrium leptogaster, mas Leuckart não teve a possibilidade de observar o animal. A espécie foi então mencionada por Félix Dujardin[2] e por Karl Moriz Diesing,[3] que também não puderam observar qualquer espécime. Apesar de não ter observado directamente o organismo, Diesing transferiu a espécie para o género Discocotyle, considerando contudo a espécie como uma species inquirenda. Posteriormente, em 1858, Diesing transferiu de novo a espécie, desta feita para o género Placoplectanum. Peter Olsson (1838-1923) redescreveu o animal em 1876[4] voltando a utilizar o binome Octobothrium leptogaster.

A espécie foi também sumariamente redescrita em 1892 por Corrado Parona e A. Perugia. Finalmente, August Brinkmann redescreveu em detalhe a espécie em 1942 a partir de material recolhido ao largo da Noruega e Suécia.[1]

Chimaericola leptogaster é um verme monogeneano de grandes dimensões, atingindo 50 mm de comprimento. O haptor, na extremidade posterior do corpo, apresenta oito grampos dispostos em duas fileiras de quatro.

As primeiras sequências moleculares obtidas de Chimaericola leptogaster sugeriram que os Chimaericolidae eram um grupo basal dentro da Polyopisthocotylea.[5]

Chimaericola leptogaster foi estudado utilizando microscopia electrónica de transmissão. Vários órgãos foram investigados em detalhe: vagina,[6] grampos,[7] sistema digestivo,[8] e espermiogénese e espermatozoides.[9] Estes resultados ultra-estruturais confirmaram a posição basal da espécie em comparação com os Polyopisthocotylea marinhos.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b Brinkmann Jr, A. (1942). On Octobothrium leptogaster FS Leuckart. Goteborgs Kungliga Vetenskaps-och Vitterhets-Samhalles Handlingar. Series B, 2(3), 1-29.
  2. Dujardin, Félix (1845). Histoire naturelle des helminthes ou vers intestinaux. [S.l.: s.n.] doi:10.5962/bhl.title.10123  publicação de acesso livre - leitura gratuita
  3. Diesing, Karl Moritz (1850). Systema helminthum. [S.l.: s.n.] doi:10.5962/bhl.title.46846  publicação de acesso livre - leitura gratuita
  4. Olsson, P. (1876). Bidrag till skandinaviens helminthfauna. I. Kongl. Svenska Vetenskaps-Akademiens Handlingar 14(1), 1-41
  5. Jovelin, Richard; Justine, Jean-Lou (2001). «Phylogenetic relationships within the polyopisthocotylean monogeneans (Platyhelminthes) inferred from partial 28S rDNA sequences». International Journal for Parasitology. 31 (4): 393–401. ISSN 0020-7519. doi:10.1016/S0020-7519(01)00114-X 
  6. Poddubnaya, Larisa G.; Hemmingsen, Willy; Gibson, David I. (2013). «Ultrastructural characteristics of the vaginae of the basal monogenean Chimaericola leptogaster (Leuckart, 1830)». Parasitology Research. 112 (12): 4053–4064. ISSN 0932-0113. doi:10.1007/s00436-013-3596-8 
  7. Poddubnaya, Larisa G.; Hemmingsen, Willy; Gibson, David I. (2014). «Clamp ultrastructure of the basal monogenean Chimaericola leptogaster (Leuckart, 1830) (Polyopisthocotylea: Chimaericolidae)». Parasitology Research. 113 (11): 4023–4032. ISSN 0932-0113. doi:10.1007/s00436-014-4070-y 
  8. Poddubnaya, Larisa G.; Hemmingsen, Willy; Reed, Cecile; Gibson, David I. (2015). «Ultrastructural characteristics of the caeca of basal polyopisthocotylean monogeneans of the families Chimaericolidae and Hexabothriidae parasitic on cartilaginous fishes». Parasitology Research. 114 (7): 2599–2610. ISSN 0932-0113. doi:10.1007/s00436-015-4464-5 
  9. Justine, Jean-Lou; Poddubnaya, Larisa G. (2018). «Spermiogenesis and spermatozoon ultrastructure in basal polyopisthocotylean monogeneans, Hexabothriidae and Chimaericolidae, and their significance for the phylogeny of the Monogenea». Parasite. 25. 7 páginas. ISSN 1776-1042. doi:10.1051/parasite/2018007  publicação de acesso livre - leitura gratuita