Oscar Horta

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Oscar Horta
Oscar Horta
Óscar Horta en Colombia (2012).
Nascimento 7 de maio de 1974 (49 anos)
Vigo
Cidadania Espanha
Alma mater
Ocupação filósofo, professor, professor universitário
Empregador(a) Universidade de Santiago de Compostela

Oscar Horta é um ativista pela defesa dos animais e filósofo moral galego que atualmente é professor do Departamento de Filosofia e Antropologia da Universidade de Santiago de Compostela (USC) e membro da fundação Ética Animal. Anteriormente foi pesquisador na Fundação Espanhola para a Ciência e a Tecnologia e pesquisador visitante na Universidade Rutgers. É conhecido pelo seu trabalho em ética animal, especialmente em torno da questão do sofrimento dos animais selvagens, assim como sobre o conceito de especismo e no esclarecimento dos argumentos para a consideração moral dos animais não humanos.[1][2]

Especismo[editar | editar código-fonte]

Horta definiu o especismo como discriminação contra aqueles que não pertencem a uma ou mais espécies, entendendo por discriminação uma consideração ou tratamento desigual injustificado.[3] Esta é uma explicação normativa do especismo. Segundo Horta, se tratar animais de diferentes espécies de maneira desigual tivesse justificativa, então não poderia ser considerado discriminatório, e não seria um caso de especismo.[4] Horta também nega que o especismo possa se resumir à discriminação com base exclusiva no pertencimento à espécie. Considera como especista todas as formas de discriminação contra aqueles que não são membros de uma determinada espécie, independentemente de a razão ser o mero pertencimento a esta ou outras razões (como a posse de habilidades cognitivas complexas).[5] Ele argumenta a favor disso alegando que isso é similar ao sexismo ou racismo, que tipicamente inclui discriminação contra mulheres ou pessoas racializadas baseadas em critérios como suas supostas capacidades (não apenas gênero, sexo, ancestralidade ou características físicas). [6] A definição de Horta  de especismo também é semelhante à de Joan Dunayer, mas contrária a de Paul Waldau, pois Horta argumenta que a discriminação contra animais não humanos é apenas um exemplo do especismo, que pode ser chamado de especismo antropocêntrico, porque também é possível discriminar alguns animais não humanos em comparação com outros de maneira especista.[7][8][9]

Sofrimento dos animais selvagens[editar | editar código-fonte]

Horta argumenta que contra o que chama de visão "idílica" da natureza, e sustenta que os animais sofrem significativamente na natureza por doenças, fome, condições climáticas hostis, parasitas e outros fatores. Horta argumenta que temos boas razões para dar assistência a estes animais quando é possível fazê-lo sem causar mais danos.[10][11][12][13] As formas atuais de ajudar incluem resgates de animais durante desastres naturais, centros para animais órfãos, doentes e feridos e programas de vacinação e alimentação. Horta afirma que tais iniciativas poderiam ser ampliadas e que, para evitar controvérsias com ambientalistas que se opõem a essas iniciativas, os programas-piloto poderiam começar por se concentrar nos animais selvagens que vivem em ambientes urbanos, suburbanos ou agrícolas.[14] Ele também argumentou que os cursos de ação mais promissores agora podem consistir em obter mais conhecimento sobre as condições que causam o sofrimento dos animais selvagens e sobre como melhor executar medidas que possam melhorar a situação dos animais no mundo selvagem do ponto de vista do seu sofrimento.[15] O trabalho de Horta sobre o sofrimento dos animais selvagens tem sido influente, com Jeff McMahan, cujo trabalho sobre o sofrimento dos animais selvagens apareceu no New York Times, atribuindo o seu interesse na questão a Horta.[16]

Bibliografia selecionada[editar | editar código-fonte]

Horta publicou trabalhos filosóficos em espanhol, galego, português, inglês, italiano, francês e alemão

Livros[editar | editar código-fonte]

  • 2019. Na defensa dos animais, Rianxo: Axóuxere Editora, {{ISBN 978-8494855306}}.
  • 2017. Un paso adelante en defensa de los animales, Madrid: Plaza y Valdés, ISBN 978-8417121044.
  • 2014. Una morale per tutti gli animali: al di là dell’ecologia, Milano: Mimesis, ISBN 978-8857521381.

Artigos em revistas acadêmicas[editar | editar código-fonte]

Capítulos de livros[editar | editar código-fonte]

  • 2017. "Population Dynamics Meets Animal Ethics", en Garmendia, Gabriel & Woodhall, Andrew (eds.) Ethical and Political Approaches to Nonhuman Animal Issues: Towards an Undivided Future. Basingstoke: Palgrave Macmillan, 365-389.
  • 2015. "Speziesismus", en Ferrari, Arianna & Petrus, Klaus (eds.) Lexikon der Mensch/Tier-Beziehungen. Bielefeld: Transcript, 318-320.
  • 2017. "The Idea of Moral Personhood under Fire", en Miguens, Sofia; Morando, Clara & Vieira da Cunha, Rui (eds.) From Minds to Persons. Porto: FLUP, 2014, 223-238.
  • 2013. "Animals, Moral Status of", en LaFollette, Hugh (ed.), International Encyclopedia of Ethics, Hoboken: Wiley Blackwell, 2013, 292-302.

Referências

  1. Horta, Oscar. 2019. "CV". Academia.edu. Accessed 21 April 2019.
  2. [Ética Animal]. 2019.
  3. Horta, Oscar. 2010. "What is speciesism?" Journal of Agricultural and Environmental Ethics 23 (3): 243-66. doi:10.1007/s10806-009-9205-2
  4. Horta, Oscar. 2018. "Moral considerability and the argument from relevance" Journal of Agricultural and Environmental Ethics 31 (3): 369-88, p. 370. doi:10.1007/s10806-018-9730-y
  5. Uma posição alternativa é defendida em Jaquet, François. 2019. "Is speciesism wrong by definition?. Journal of Agricultural and Environmental Ethics, 1-12.
  6. Horta, Oscar. 2010. "What is speciesism?" Journal of Agricultural and Environmental Ethics 23 (3): 243-66, pp. 244-27. doi:10.1007/s10806-009-9205-2
  7. Horta, Oscar. 2013. "Animals, Moral Status of", in LaFollette, Hugh, International Encyclopedia of Ethics. Hoboken: Wiley, 292-302 doi:10.1002/9781444367072.wbiee156
  8. Dunayer, Joan. 2004. Speciesism, Derwood: Ryce
  9. Waldau, Paul. 2001. The Specter of Speciesism: Buddhist and Christian Views of Animals. Oxford: Oxford University Press.
  10. Horta, Oscar. 2017. "[ https://periodicos.ufsc.br/index.php/ethic/article/view/1677-2954.2017v16n1p165/34752 Contra a ética da ecologia do medo: por uma mudança nos objetivos de intervenção na natureza]", Ethic@, 16, 165-188. doi:10.5007/1677-2954.2017v16n1p165.
  11. Horta, Oscar. 2015. "O problema do mal natural: bases evolutivas da prevalência do desvalor". Revista Brasileira de Direito Animal, 10, 111-135 doi:10.9771/rbda.v10i20.15299.
  12. Horta, Oscar. 2013. "Zoopolis, Intervention and the State of Nature". Law, Ethics and Philosophy 1: 113-125.
  13. Dorado, Daniel. 2015. "Ethical Interventions in the Wild. An Annotated Bibliography". Relations. Beyond Anthropocentrism 3 (2): 219-38. doi:10.7358/rela-2015-002-dora.
  14. Horta, Oscar. 2017. "Animal Suffering in Nature: The Case for Intervention". Environmental Ethics 39 (3): 261-79 doi:10.5840/enviroethics201739320.
  15. Horta, Oscar. 2018. "Concern for Wild Animal Suffering and Environmental Ethics: What Are the Limits of the Disagreement?". Les Ateliers de l’Éthique / The Ethical Forum 13 (1): 85-100 doi:10.7202/1055119ar.
  16. Faria, Catia. 2015. "Making a Difference on Behalf of Animals Living in the Wild: Interview with Jeff McMahan". Relations. Beyond Anthropocentrism 3 (1): 82-4. doi:10.7358/rela-2015-001-fari.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Perfis[editar | editar código-fonte]

Entrevistas[editar | editar código-fonte]