O Porão das Condenadas

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O Porão das Condenadas
 Brasil
1979 •  cor •  110 min 
Género policial
Direção Francisco Cavalcanti
Roteiro Francisco Cavalcanti
Madalena Silva
Elenco Jean Garrett
Idioma português

O Porão das Condenadas é um filme brasileiro de 1979, sendo dirigido e estrelado por Francisco Cavalcanti. É um longa-metragem do gênero policial, produzido pelo polo cinematográfico da Boca do Lixo. Foi filmado no município de Avaré (SP), tendo uma ambientação rural. Teve mais de meio milhão de espectadores em sua exibição original.[1]

Sinopse[editar | editar código-fonte]

Marta deixa a casa dos pais para consumar um amor proibido e se casar com seu amante, um pequeno agricultor que é rejeitado pelos pais da moça. Determinados a trazer Marta de volta para casa, seus seis vingativos e perigosos irmãos saem no seu encalço, não parando de caçá-la até encontrarem a moça, cinco anos depois.

Marta não consegue proteger sua família e acreditando que até seu filho é morto na emboscada preparada por seus irmãos, não resiste à captura. Porém, Júlio, o filho, não morreu e jura vingança.

Produção[editar | editar código-fonte]

O longa foi feito em parceria com a prefeitura de Avaré, local ideal para um filme de ambiente rural.[1] Parcerias com prefeituras do interior eram comuns nas produções da Boca do Lixo, que garantiam hospedagem e alimentação das equipes, reduzindo os custos de produção.[1] O jornal Diário da Noite destaca que o filme é pioneiro no gênero policial rural.[2]

O Porão das Condenadas se destaca também pelo lado musical, com aparições de artistas ao longo da história. José Lopes interpreta as músicas Nem tudo é como a gente quer e Canção para um homem só. Orival Senna, irmão de Chico, interpreta Minha Boneca. Já a dupla sertaneja Abel & Caim aparece no filme interpretando O Sentinela.[1]

Estreia[editar | editar código-fonte]

Estreou no dia 29 de outubro de 1979, no Cine Windsor, em São Paulo. No Rio de Janeiro, o filme chegou em 1980.[1]

Recepção[editar | editar código-fonte]

O jornal O Estado de S. Paulo qualificou o longa como "mais um 'pornô' nacional" e que a história é parecida com Mulheres Violentadas, outro longa de Francisco Cavalcanti. Para o jornal, a equipe realizadora "não tinha escrúpulos em partir do mais desbragado dramalhão".[1]

Já o Jornal de Caxias, de Caxias do Sul, disse que o filme é "mais um pornodrama paulista ao pior estilo de Reformatório de Depravadas [filme de 1978 dirigido por Ody Fraga] e asneiras semelhantes".[3] Por sua vez, o jornal gaúcho O Pioneiro anunciou o longa como uma "pornochanchada produzida por Francisco Cavalcanti com uma equipe de atores da boca-do-lixo de São Paulo sem nenhuma expressão no cenário artístico nacional".[4]

Segundo dados oficiais da Ancine, o filme recebeu 544.463 espectadores.[1] Fabrício Cavalcanti, filho do diretor, afirma que o longa teve maior repercussão, com um grande faturamento em bilheteria - segundo ele, foi o maior dos filmes de Francisco Cavalcanti - e em direitos autorais por causa das músicas. Autor da trilha sonora, Orival Senna conseguiu comprar uma casa em Itaquera só com o dinheiro arrecadado.[1]

Elenco[5][editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g h TRUNK, Matheus Almeida (2017). Deus não perdoa os malditos: o cinema de Francisco Cavalcanti e a Boca do Lixo (PDF). São Paulo: Universidade Anhembi Morumbi 
  2. «Francisco Cavalcanti, o recordista de bilheteria, lança um novo filme». Diário da Noite. 25 de outubro de 1979 
  3. «Cinema». Jornal de Caxias. 15 de dezembro de 1979 
  4. «Guarany hoje e amanhã». O Pioneiro. 15 de dezembro de 1979 
  5. IMDb. «Porão das Condenadas (1979)». Consultado em 6 de maio de 2010. Arquivado do original em 24 de dezembro de 2011