Posidonia oceanica

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Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Alismatales
Família: Posidoniaceae
Género: Posidonia
Espécie: P. oceanica
Nome binomial
Posidonia oceanica
(L.) Delile
Distribuição geográfica
Distribuição da Posidonia oceanica
Distribuição da Posidonia oceanica
Sinónimos
  • Aegle fragilis Dulac
  • Alga oceanica (L.) Kuntze
  • Caulinia oceanica (L.) DC.
  • Kernera oceanica (L.) Willd.
  • Posidonia caulini K.D.Koenig
  • Taenidium acuminatum Targ.Tozz.
  • Taenidium oceanicum (L.) Targ.Tozz.
  • Zostera oceanica L.

A Posidonia oceanica é uma espécie de angiosperma marinha endêmica do Mar Mediterrâneo. Forma grandes tapetes em zonas pouco profundas do mar, e é considerada de grande importância para a conservação ambiental da região. O fruto é livre e flutuante, conhecido na Itália como “azeitona-do-mar” (l’oliva di mare). Bolas de material fibroso da folhagem e raízes da planta, conhecidas em italiano como egagropili, são usados para limpezas gerais.

Morfologia[editar | editar código-fonte]

P. oceânica possui raízes que servem principalmente para ancorar a planta ao substrato, rizoma e folhas em foto de fita.

Os rizomas, com até 1 cm de espessura, crescem tanto horizontalmente (rizomas plagiotrópicos) quanto verticalmente (rizomas ortotrópicos). As primeiras, graças á presença na parte inferior de raízes lignificadas de até 15 cm de comprimento, ancoram a planta ao substrato. Estas últimas, que aumentam a altura, tem a função de combater o lixamento devido à sedimentação contínua.

Os dois tipos de crescimento dão origem á chamada “mata”, uma formação em terraço constituída por uma rede de estratos de rizoma, raízes e sedimentos presos. Dessa forma, a possidônia coloniza um ambiente onde as algas dificilmente poderiam ocupar devido à falta de raízes.

As folhas surgem dos rizomas ortótropicos, são onduladas e de cor verde brilhante que vão ficando castanhas com o passar do tempo. Elas podem atingir um comprimento de até aproximadamente 1,5 metros de altura. Em média,, tem 1 cm de largura e 13 a 17 costelas paralelas. Os ápices são arredondados e muitas vezes perdidos pela ação das ondas e correntes.

Estão organizados em grupos de 6 ou 7 folhas, sendo a mais velha do lado de fora e a mais nova do lado de dentro. As folhas são divididas e, três categorias:

• Folhas adultas, que possuem lâmina com função fotossintética e base separada da borda da folha por uma estrutura côncava denominada ‘ígula”;

• Folhas intermediarias, que não tem base;

• Folhas jovens, normalmente com menos de 50 mm de comprimento

No outono, a planta perde as folhas adultas mais externas, que ficam marrons e são fotossinteticamente inativas. Durante o inverno, novas folhas são produzidas.

Reprodução[editar | editar código-fonte]

P. oceânica se reproduz sexualmente e assexuadamente (por estolões)

A reprodução sexual ocorre por meio da produção de flores e frutos. As flores são hermafroditas e estão agrupadas em inflorescências espigadas, de cor verde e contidas estre brácteas florais. O pedúnculo se junta ao rizoma no centro do cacho. O gineceu é formado por um ovário unilocular que continua estilizado e termina em estigma. O androceu consiste em três estames com anteras curtas. A floração depende de fatores ambientais (luz e temperatura) e de fatores endógenos (idade e tamanho da planta) e ocorre em setembro e outubro nos campos mais próximos da superfície do mar, enquanto nos mais profundos é adiado dois meses. O pólen dentro das anteras tem forma esférica, mas torna-se filamentoso assim que é liberado na água.

Não há mecanismos de reconhecimento entre o pólen e o estigma que impeçam a autofecundação. Folhas de p. oceanica

A polinização é hidrofílica e pode dar origem à formação de frutos, embora alguns deles não atinjam a maturidade, o que ocorre após seis meses. Depois de maduros, os frutos se separam e flutuam para a superfície.

O fruto, ligeiramente carnudo e em alguns locais denominado “azeitona do mar” assemelha-se a uma drupa e possui um pericarpo poroso rico numa substancia oleosa que permite a flutuação. Ao apodrecer, libera uma semente que cai no fundo e, se encontrar as condições adequadas de profundidade, estabilidade e tipo de sedimento, germina e dá origem a uma nova planta.

Para que ele se fixe, ele precisa encontrar um substrato umidificado. A humidificação consiste na degradação de restos vegetais, de forma que a planta possa ser implantada em “solos” previamente colonizados por outras plantas, como macroalgas ou outros fanerógamas. Gerando assim, uma verdadeira sucessão ecológica na qual posidônia representa o último estagio.

A germinação começa com a liberação de uma pequena raiz branca do polo radical e uma pequena folha do polo apical. Com a reprodução sexuada, a planta coloniza novas áreas, espalha os campos em outras áreas e garante a variabilidade genética. Com a reprodução assexuada (por estalões que permitem a expansão dos prados) é feita por rizomas plagiotrópicos, que crescem cerca de 7 cm por ano e colonizam novos espaços. O alto acúmulo de sedimentos e a redução do espaço disponível para o crescimento horizontal estimula o crescimento vertical dos rizomas, formando assim os tufos.

Evolução[editar | editar código-fonte]

Como todas as ervas marinhas, P. oceânica evoluiu de angiospermas que viviam na zona entre marés, na fronteira entre a terra e o mar e, portanto, eram capazes de suportar breves períodos de imersão na água. Quando a polinização mudou de anemofílica para hidrofílica, as plantas deixaram o continente completamente . os primeiros fosseis de posidônia (P. cretácea) datam do Cretáceo, cerca de 120 milhões de anos atrás, enquanto Eoceno, 30 milhões de anos atrás, P. parisienses apareceu. A Prado de P. oceanica crise do sal messiniana, que ocorreu há cerca de seis milhões de anos no Mediterrâneo, causou uma redução na variabilidade genética da possidônia.[1][2]

Embora antes houvesse ambas as variedades capazes de viver em condições locais de alta salinidade e variedaddes capazes de viver em bacias de baixa salinidade foram selecionadas. Na lagoa Marsala, os prados estavam em uma área que poderia atingir valores de salinidade de 46-48%.

Referências[editar | editar código-fonte]

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