Praça Portugal (Brasília)

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 Nota: Este artigo é sobre uma praça de Brasília. Para a praça com o mesmo nome em Fortaleza, veja Praça Portugal.
A Praça Portugal em 2007. Ao fundo, o Monumento em Homenagem ao Infante Dom Henrique
Monumento ao Infante D. Henrique
Placa comemorativa da Praça Portugal
Vista panorâmica do espaço

A Praça Portugal é um espaço público localizado no Setor de Embaixadas Sul, ao lado da Embaixada de Portugal em Brasília, Distrito Federal, no Brasil.[1][2] Foi projetada pelo arquiteto Raúl Chorão Ramalho (1914–2001) e construída ao redor do Monumento em Homenagem ao Infante Dom Henrique, de autoria do escultor português Salvador Barata Feyo (1899-1990), sendo ainda marcada pela presença de jardins e pela calçada de pedras portuguesas com desenho do pintor José Manuel Espiga Pinto (1940-2014).[3]

Histórico[editar | editar código-fonte]

A atual praça é parte da área originalmente destinada à construção da Representação Diplomática de Portugal na nova capital federal brasileira, e teve a sua construção iniciada com a inauguração, em 13 de novembro de 1960, do monumento em homenagem aos 500 anos do Infante Dom Henrique, em cerimônia que contou a presença do presidente da República do Brasil, Juscelino Kubitschek, e do embaixador de Portugal no Brasil, Manuel Rocheta.[2]

O monumento, obra do escultor Barata Feyo, era um presente dos portugueses à nova capital do Brasil e permaneceu como única edificação do local por quase uma década, em meio à vegetação alta que dominava a área sempre que não havia uma visita de autoridades, até que, em 8 de julho de 1969, o prefeito do Distrito Federal, Wadjô Gomide, em presença do presidente do Conselho de Ministros de Portugal, Marcello Caetano, inaugurou uma placa comemorativa celebrando a doação ao Governo Português do terreno destinado à Embaixada de Portugal no Brasil.[2]

O traçado atual da Praça Portugal somente começou a sair do papel com a aprovação do projeto do arquiteto Raul Chorão Ramalho, o qual previa, além da praça, a construção da Chancelaria e da Residência do Chefe da Missão Diplomática.[4]

Enquanto a Residência Oficial jamais saiu do papel, permanecem em funções, até aos dias de hoje, em mansão do Lago Sul, a Chancelaria, inaugurada a 23 de maio de 1978.[5] A Praça Portugal, único espaço público do projetado conjunto arquitetônico, foi reinaugurada pelo presidente de Portugal, Américo Thomaz, em 25 de abril de 1972, quase 12 anos após a inauguração do monumento.[6][7]

Na atualidade a praça figura como um dos monumentos menos conhecidos de Brasília, ainda que próximo a pontos importantes da capital federal, como a Catedral e a Esplanada dos Ministérios, sofrendo com o abandono denunciado pela pichação do monumento, a sujeira do espelho d'água, a vegetação alta e ausência de placas informativas, além da constante presença de usuários de drogas, mesmo à luz do dia.[8] Em 2020, o governo do Distrito Federal iniciou obras de revitalização da praça.[9]

Arquitetura[editar | editar código-fonte]

Palavras do arquiteto Chorão Ramalho sobre o projeto da Praça Portugal:

"Tratando-se de um espaço livre, público, que faz parte de uma cidade com características e escala peculiares, procuramos neste projeto respeitar essa escala e características nos seus aspectos essenciais. Esperamos ter atingido este objetivo e ter interpretado também as intenções do plano de Brasília, ao integrar os espaços exteriores e interior da Embaixada, assegurando assim a continuidade dos espaços livres e verdes. O lago (espelho d’água), que é um motivo muito utilizado pelos urbanistas e arquitetos de Brasília no arranjo de espaços exteriores, constitui também um elemento comum ao jardim tradicional português ou mediterrâneo, com as características de jardim alagado, evolução do jardim romano e árabe... A praça central será pavimentada com a tradicional calçada portuguesa, de pedra branca e preta, tão utilizada depois no Brasil. Os motivos empregados na composição deste tapete de calçada (desenho do pintor Espiga Pinto) relacionam-se com a ação do Infante Dom Henrique, sugerindo os oceanos e a ciência astronômica e náutica que apoiou seus planos."

Referências

  1. «Coronavírus inibe atividades de entidade portuguesa recém criada em Brasília». e-Global. 30 de maio de 2020. Consultado em 29 de julho de 2020 
  2. a b c Mendes 1995, p. 347.
  3. Mendes 1995, p. 347-353.
  4. Vasco Rosa (16 de outubro de 2019). «A nossa casa em Brasília: a história da construção de uma embaixada». Observador. Consultado em 29 de julho de 2020 
  5. Mendes 1995, p. 347-352.
  6. Roberto Gonçalves de Araújo (2010). «Cinquenta Anos do Mobiliário Urbano de Transporte Público em Brasília» (PDF). Universidade de Brasília. Consultado em 29 de julho de 2020 
  7. Mendes 1995, p. 348.
  8. «Praça Portugal é pouco frequentada e sofre com abandono e depredação». G1. 9 de outubro de 2017. Consultado em 29 de julho de 2020 
  9. «Começa nesta terça (10) projeto de revitalização da Praça Portugal». Governo do Distrito Federal. 7 de março de 2020. Consultado em 29 de julho de 2020 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Mendes, Manuel (1995). O cerrado de casaca. Brasília: Thesaurus. 479 páginas. ISBN 9788570620484 
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