Quirás

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Portugal Quirás 
  Freguesia portuguesa extinta  
Localização
Mapa
Mapa de Quirás
Coordenadas 41° 58' 11" N 7° 10' 30" O
Município primitivo Vinhais
História
Extinção 28 de janeiro de 2013
Características geográficas
Área total 27,19 km²
Outras informações
Orago São Pedro

Quirás ou Quiraz é uma antiga freguesia portuguesa do município de Vinhais, com 27,19 km² de área e 180 habitantes (2011). A sua densidade populacional era 6,6 hab/km².
A partir de 29 de Setembro de 2014, Quirás passou a fazer parte integrante da União de Freguesias de Quirás e Pinheiro Novo.

Dista 17 quilómetros da sede do município e está situada a Este da margem esquer­da do rio Mente e a Oeste da margem direi­ta do rio Rabaçal. Compreende as aldeias de Cisterna, Edroso, Quirás e Vilarinho. A superfície desta antiga freguesia tem uma área de 27,19 quilómetros quadrados.

De certos pontos da freguesia e seus arredores domina-se grande parte do vale do Rabaçal quase ale à sua confluência com o Tuela, em plena "terra quente". Para os lados da raia, espraia-se uma extensa região planáltica, agro-pastoril, de terrenos avermelhados e leríeis. São as chamadas "terras da Lomba", relativamente ricas de chãs de armentio e amplos afolhamentos de centeio. Não admira que o espírito do homem transmontano seja de natureza desafrontada. O desafogo dos horizontes assim o faz, logo à nascença. José Leite de Vasconcelos, atendendo à geografia e etnografia do concelho de Vinhais, dividiu-o em quatro territórios secundários: De-Além-Do-Rio, Terra Fria, Terra Quente e Lomba. Segundo o "pai" da Etnografia Portuguesa, a "Lomba é constituída pelo extremo ocidental do actual concelho, entre os rios Mente e Rabaçal, respetivamente ao poente e nascente, formando entre eles unia alongada lomba, onde ficam as freguesias de Quiraz. Vilar Seco, Edral, Vilar de Lomba e S. Jumil. formando parte da Terra Fria. A sua separação geográfica é nítida até porque não se nota a inclusão no termo antigo de Vinhais, o o que, com mais, leva a considerar a possibilidade de ter havido a Terra (administrativa) da Lomba entre as de Vinhais e de Monforte, determinando a existência como concelho ã parte de Vilar Seco de Lomba.

População[editar | editar código-fonte]

População da freguesia de Quirás [1]
1864 1878 1890 1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011
677 800 783 747 1 222 1 111 1 209 805 911 993 580 452 337 225 180

Nos anos de 1911 a 1930 tinha anexada a freguesia de Pinheiro Novo.

Património[editar | editar código-fonte]

  • Igreja Paroquial de Quirás.

História e toponímia[editar | editar código-fonte]

Em 1839, Quirás pertencia ainda ao concelho de Vilar Seco de Lomba: em 1852 ao concelho de Santalha. extinto em 31 de Dezembro de 1853. Passou então a integrar o de Vinhais, voltando em 1864 ao de Santalha, durante uma efémera restauração. Foi abadia da apresentação da mitra.

A origem do topónimo principal desta freguesia é antroponímica. Encontra-se no nome pessoal greco-latino Quiriacus, por intermédio do seu patronímico, segundo a série fonética documentada em vários do­cumentos do "Portugaliae Monumenta Histórica": Quiriaquici, Quiriaquici. Quiriazi. Quiraz. A origem da povoação estará numa propriedade rústica, uma "villa". de um filho de certo Quiriacus. A filiação, porém, greco-lalina do nome pessoal, não abona uma ascendência de tal "villa" à época romana, visto que cie era muito usado até ao século XII. e especialmente no X, pelo que, presumivelmente, a propriedade rural de que se originou o lugar remonta à época da reconquista e repovoamento, após a segunda metade do século IX.

Nesta região não faltavam vestígios arqueológicos, topónimos e lendas que revelam a presença de diversas populações ao longo dos séculos: o Castrilhão, os Fragões, os sítios do Couço, da Malhadinha e do Porto Antigo, na sede da freguesia, o Cabeço da Vela e a Fraga dos Mouros, em Edroso, a Lama da Porca no Alto do Facho, em Vilarinho e a Fonte da Moura no castro de Souane, em Cisterna. No castro de Souane, cujas origens remontam ao Período Neolítico, foi encontrado um machado de pedra polida que foi posteriormente depositado no Museu Abade de Baçal. Este local é de grande valor arqueológico. A muralha foi, parcialmente destruída por volta de 1970, para aproveitamento de pedra na construção da estrada de acesso à aldeia, é ainda visível em todo o seu perímetro. No centro do recinto castrejo existe uma cisterna com nascente própria que nunca chega a secar. Para além do próprio nome da povoação que nasceu a oeste do castro, a importância desta cisterna está patente na suposição alimentada desde tempos remotos de que no fundo do poço existiria um tesouro, deixado pêlos mouros na eminência da derrota infligida pelos cristãos do castro de Sania Rufina.

Há uma lenda contando que, sendo a vila de Souane habitada pelos mouros, se da­vam constantes recontros com os cristãos de Santa Rufina, do outro lado do Rabaçal. Não havendo um vencedor claro desses combates, os cristãos juntaram todo o gado da região e, alando archotes nos animais, simularam, de noite, um grande exército a marchar sobre Souane. Os árabes fugiram precipitadamente, abandonando para sempre o local, ficando apenas, nos fraguedos do Pendão, a formosa e lendária moura Souane. envolvida por um eterno encantamento. Mas não foi só a bela Souane que os mouros deixaram para trás, pois, como já se viu, deixaram também o fabuloso tesouro que ainda se encontra no fundo do poço.

Referências

  1. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
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