Sítio Praça da Vila de Abrantes

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O Sítio Praça da Vila de Abrantes é um sítio arqueológico localizado no distrito de Abrantes, no município de Camaçari, estado da Bahia. Remonta ao século XVI e nela encontra-se a Igreja Matriz do Divino Espírito Santo.[1][2]

História[editar | editar código-fonte]

O distrito de Abrantes remonta ao século XVI, quando foi estabelecida a antiga aldeia do Espírito Santo de Ipitanga em 1558. Esta aldeia, fundada pelos jesuítas com o objetivo de catequizar os índios, foi uma das quatro primeiras povoações jesuíticas. Durante a Invasão Holandesa (1624), a aldeia foi utilizada como asilo ao bispo D. Marcos Teixeira e ao clero da Diocese de São Salvador da Bahia.[2]

A Igreja Divino Espírito Santo foi provavelmente fundada assim que os jesuítas fundaram a aldeia, pois era costume eles erguerem suas igrejas assim que formavam um vilarejo. Porém a edificação atual pode ser do século XVII, pois a aldeia foi reformulada em 1689 e em gravura de 1792 aparece a igreja atual. A gravura foi feita por Domingos Alves Branco Moniz Barreto, à época escriturário da contadoria geral da Junta da Real Fazenda da Capitania da Bahia. Pela gravura também se observa uma residência em anexo, que era onde os jesuítas moravam e que foi demolida em 1940.[2]

Sítio Arqueológico[editar | editar código-fonte]

O Sítio Arqueológico da Praça de Vila Abrantes é composto pelo adro (pátio em torno da igreja, usado antigamente como cemitério) e a igreja Matriz do Espírito Santo. Engloba uma área de 24.200 metros quadrados, 220 metros de comprimento e 110 metros de largura.[3]

Entre as peças encontradas estão fragmentos de louça de Macau, faiança portuguesa e faiança fina inglesa, grés, além de pedaços de cachimbo cerâmico, moedas, restos de ossos alimentares e estruturas funerárias. Também foram encontrados no local pratos de Veneza, pratos e tigelas da Índia e de Macau, que eram utensílios utilizados pelos jesuítas e inclusive constavam no inventário da Companhia de Jesus datado de 1758.[3]

Além das peças, também conserva no adro da igreja um cemitério que por cerca de duzentos anos foi predominantemente indígena (de 1559 a 1758), com o sepultamento de diversas etnias indígenas, como os tupinambás e guaianás, que eram predominantes no Aldeamento do Espírito Santo. É uma referência da primeira fase do período colonial, que além dos enterros indígenas, também foi o local de sepultamento dos primeiros padres missionários da Companhia de Jesus, como Fernão Cardim, que faleceu em 1625 durante as lutas para a expulsão dos holandeses da Bahia. Os sepultamentos ocorreram dentro e em torno da Igreja Matriz do Espírito Santo até 1883, quando o cemitério da Vila de Abrantes foi inaugurado.[3]

Entre 1968 e 1976, durante obras para reformar a igreja de Vila de Abrantes, foram encontradas mais ossadas humanas no interior da igreja e elas foram colocadas diante do altar.[3]

Referências

  1. Cultura, Mapa da (27 de agosto de 2018). «Praça da Matriz de Vila de Abrantes». Mapa da Cultura. Consultado em 28 de abril de 2021 
  2. a b c «Abrantes, Vila Histórica em Camaçari, Bahia». www.bahia-turismo.com. Consultado em 28 de abril de 2021 
  3. a b c d «Portal Camaçari Agora 2021». www.camacariagora.com.br. Consultado em 28 de abril de 2021