The Lesson of the Master

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
The Lesson of the Master
A Lição do Mestre
A Lição do Mestre (BR)
Autor(es) Henry James
Idioma Língua inglesa
País  Estados Unidos
Gênero novela
Localização espacial Londres, Século XIX
Editora Universal Review
Lançamento 1888
Edição brasileira
Tradução Paulo Henriques Britto
Editora Companhia das Letras
Lançamento 1993
Cronologia
The Aspern Papers (1888)
The Pupil (1891)

The Lesson of the Master (em português A Lição do Mestre) é uma novela escrita por Henry James, publicada originalmente em 1888.

Enredo[editar | editar código-fonte]

A novela relata a história de um jovem escritor, Paul Overt, que encontra Henry St. George, um famoso novelista que admira. Durante esse período, Overt também conhece e se apaixona por Marian Fancourt, uma jovem mulher que admira o trabalho de ambos, St. George e Overt. Na época em que isso ocorre, St. George, que é casado, adverte Overt sobre o fato de que um casamento, ou a possibilidade da constituição de uma família, podem significar a morte da sua criatividade e da sua carreira. Overt então aceita a argumentação de St. George, a quem ele muito considera, e se afasta da jovem Marian por quem é apaixonado, retirando-se para escrever em completa solidão. Quando ele retorna, porém, descobre que a esposa de St. George falecera e que ele se casara com Marian Fancourt. Overt sente que St. George agira para ficar ele mesmo com a Senhorita Fancourt, mas St. George insiste que casou com ela apenas para salvar a carreira de Overt.

Traduções[editar | editar código-fonte]

A primeira tradução no Brasil foi realizada em 1993, por Paulo Henriques Britto, para o livro A morte do leão: histórias de artistas e escritores, pela Companhia das Letras. O livro apresentava 5 contos, A morte do leão, A lição do mestre, A coisa autêntica, Greville Fane e O desenho no tapete.

Em 1995, a Editora Nova Alexandria, São Paulo, publica A vida privada e outras histórias, com tradução de Onédia Célia Pereira de Queiroz, que contém A vida privada, A lição do mestre e O desenho no tapete. Houve uma reedição em 2001.

Em 1996, sai uma nova edição de A lição do mestre, pela Editora Paz e Terra, Seção Leitura, com tradução de Afonso Teixeira Filho e Rui Costa Pimenta. Houve uma reedição em 1997.

Em maio de 2014, a Grua Livros lança A Lição do Mestre, com tradução de Paulo Henriques Britto, na coleção A Arte da Novela.

Histórico[editar | editar código-fonte]

O conto foi composto em 1888 e publicado em dois episódios na Universal Review, revista mensal de Nova York, nas datas de 16 de julho e 15 de agosto de 1888. A ideia nasceu de Henry James, após uma conversa com seu amigo jornalista Theodore Child, sobre as consequências do casamento. Em 5 de janeiro de 1888, em anotações usadas para sua obra, James escreve a Child que atribuía a má qualidade literária de uma obra recente de Alphonse Daudet ao fato de que este autor tinha esposa e filhos e, portanto, seria obrigado a produzir de forma barata e indiscriminada[1].

A história foi posteriormente revisada e impressa no volume em 1892, sofreu uma revisão mais profunda e foi publicada por James em York Edition, isto é, em sua nova edição completa de suas obras. Naquela ocasião, James afirmou que não tinha verdadeiros modelos para os personagens Overt e Henry Paul St George.[2]

Referências culturais[editar | editar código-fonte]

Slavoj Žižek em A visão em paralaxe reflete:

Longe de demonstrar uma sabedoria cínica, St. George age como um verdadeiro analista: como quem não tem medo de lucrar com suas opções éticas, ou seja, como que é capaz de romper o círculo vicioso de ética e sacrifício.[3]

Gustavo Melo Czekster em O romance como questionamento estético defende:

Um artista que não almeja a perfeição absoluta da obra pode dar conta da sua noção de estética? Pode existir satisfação em uma arte feita sem o desejo de perfeição, ou existiria uma meia perfeição, uma obra que não tivesse tal secreto objetivo? Henry James apresenta as questões que afligem a sua noção do que seja uma obra de arte, mas deixa para o leitor tomar as suas decisões. Por mais que se faça objeções pessoais ao conceito de romance de ideias – afinal, todo romance tem ideias, e o que lhe dá ou retira qualidade é a forma de articulação destas ideias dentro de uma forma, não se pode deixar de lado que, em A lição do mestre, o mais importante não é a trama em si, mas a concepção de estética pessoal do seu autor.[4]

Referências

  1. F. O. Matthiessen, Kenneth B. Murdock, The Notebooks of Henry James, Chicago: University of Chicago Press, 1981, pp. 87-88, ISBN 0226511049, ISBN 9780226511047 ([1])
  2. Preface to volume 15 of the New York edition (containing : The lesson of the master; The death of the lion; The next time; The figure in the carpet; The Coxon fund) (1909)
  3. ŽIŽEK, Slavoj. A visão em paralaxe. Tradução Maria Beatriz de Medina. São Paulo: Boitempo Editorial, 2008. ISBN 978-85-7559-124-6
  4. CZEKSTER, Gustavo Melo. O romance como questionamento estético. Uma análise comparativa entre A morte em Veneza, de Thomas Mann, e A lição do mestre, de Henry James. PUCRS

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • JAMES, Henry (1993). A morte do leão: histórias de artistas e escritores. Traduzido por Paulo Henriques Britto. São Paulo: Companhia das Letras 
  • JAMES, Henry (1995). A vida privada e outras histórias. Traduzido por Onédia Célia Pereira de Queiroz. São Paulo: Companhia das Letras 
  • JAMES, Henry (1996). A Lição do Mestre. Traduzido por Afonso Teixeira Filho e Rui Costa Pimenta. São Paulo: Paz e Terra 
  • JAMES, Henry (2014). A Lição do Mestre. Traduzido por Paulo Henriques Britto. São Paulo: Grua Livros. ISBN 978-85-61578-34-3