Urânio natural

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Foto do minério de Urânio (Urânio Natural)

Urânio natural é uma das denominações para o Urânio encontrado na natureza, ou minério de Urânio, sem ter sido enriquecido, contendo cerca de 0,7% de Urânio-235 99,3% de urânio-238 e traços de urânio–234. Sendo o isótopo 235 o mais relevante à produção de energia em reatores nucleares, pesquisa e produção de armas nucleares. Todavia, é importante ressaltar que o isótopo 238 e 234 do Urânio não são físseis, portanto, não têm uso relevante à indústria nuclear e tem seu uso limitado à produção de produtos que precisam de metais alta densidade, como pesos de aviões e barcos e na indústria bélica, em projéteis balísticos de armas de fogo, já que sua densidade chega a ser superior ao chumbo.[1]

Origem e formação do Urânio natural[editar | editar código-fonte]

Como outros elementos com um número atômico maior que o ferro, o urânio se formou nas supernovas. Os principais isótopos de urânio eram 235-U, 238-U e 236-U, que, devido à meia-vida curta, haviam se transformado completamente em tório.

Quando o planeta Terra se formou, a concentração do isótopo 235-U era de aproximadamente 3% em comparação com os atuais 0,711%. Portanto, uma concentração inicial mais alta de 235 U foi capaz de desencadear uma reação em cadeia da fissão sob condições apropriadas.[2]

A Agência Internacional de Energia Atómica, estimou as reservas mundiais de urânio em 5,4 milhões de toneladas em todo mundo em 2009, sendo que 31% está na Austrália, 12% no Cazaquistão, 9% no Canadá e 9% na Rússia. A produção mundial subiu cerca de 50 000 toneladas em 2009 comparando com 2008, sendo os maiores produtores em 2009 o Cazaquistão (28%), o Canadá (20%), a Austrália (16%), a Namíbia (9%), a Rússia (7%), o Níger (6%) e Uzbequistão (5%).[3]

Aplicação[editar | editar código-fonte]

O Urânio natural é pouco eficiente para a aplicação direta para a maioria dos reatores nucleares, devido ao seu baixo teor de Urânio-235, embora alguns reatores ainda consigam operar com ele, como o RBMK – devido a usar grafite e água leve como moderador, muito presente na União Soviética e que depois teve seu uso reduzido devido a várias falhas de segurança apresentadas como o coeficiente de vazio positivo e a falta de uma contenção, além da catástrofe nuclear de Chernobyl que acabou por questionar muito a sua segurança — e o CANDU, presente no Canadá, são exemplos de reatores capazes de operar com Urânio natural. [4] [5]

Destarte, o enriquecimento do Urânio é o que o torna viável para a maior para das aplicações na indústria nuclear, sendo necessário aumentar a concentração do isótopo-235 para 3 a 5 % para conseguir usá-lo em reatores de água leve.

Contudo, Compete à Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) monitorizar e controlar a produção segura e o destino do urânio enriquecido para a geração de energia atômica, de modo a evitar a proliferação de armas nucleares, já que diferentes quantidades de concentrações Urânio-235 têm diferentes aplicações e concentrações mais altas, por exemplo, podem ser usadas para a produção de bombas atômicas.[6]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «O que é urânio natural?». INB - Indústrias Nucleares do Brasil. Consultado em 13 de julho de 2020 
  2. «Urânio natural | Urânio». pt.energia-nuclear.net. Consultado em 13 de julho de 2020 
  3. «Urânio». Wikipédia, a enciclopédia livre. 15 de abril de 2020 
  4. «RBMK». Wikipedia (em inglês). 25 de junho de 2020 
  5. «CANDU reactor». Wikipedia (em inglês). 10 de julho de 2020 
  6. «Urânio enriquecido». Wikipédia, a enciclopédia livre. 19 de novembro de 2019