Usuário(a):Luanaa Machado/Testes

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O potencial evocado auditivo (PEA) pode ser usado para rastrear uma atividade neuro-elétrica na via auditiva gerada através de um estímulo sonoro. O PEA é gerado na cóclea, atravessa o nervo coclear, passa pelo núcleo coclear, complexo olivar superior, lemnisco lateral, até o colículo inferior no mesencéfalo, o corpo geniculado medial e, finalmente, até o córtex.[23]

A captação dos Potenciais Evocados Auditivos (PEAs) pode ser realizada através de eletrodos fixados na superfície do couro cabeludo, fronte, lóbulos das orelhas e/ou mastoides. Os PEAs podem ser classificados e nomeados levando-se em conta determinadas características que melhor os definem, como por exemplo, a latência da resposta, o sítio gerador, características temporais e tipo de estímulo ou fatores subjetivos. Todavia, a classificação mais utilizada para os PEA são de acordo com a sua latência, ou seja, com o intervalo de tempo entre o estímulo dado e a resposta obtida, sendo dominados de precoces ou de curta latência aqueles que ocorrem de 1 a 10 milissegundos (ms); potenciais de média latência, entre 11 e 80  ms, e tardios ou de longa latência, os que ocorrem entre 80 e 750 ms.

O Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) é considerado o potencial de curta latência (ou precoce) mais utilizado na prática clínica. Este potencial avalia a atividade neuroelétrica da via auditiva desde o nervo auditivo até o tronco encefálico, ocorrendo durante os primeiros 10 milissegundos (ms) em resposta a uma estimulação acústica. Dentre as principais aplicações clínicas deste potencial tem-se a determinação do nível mínimo de resposta auditiva em neonatos e em crianças difíceis de serem avaliadas por meio de procedimentos audiológicos convencionais, além de auxiliar na caracterização do tipo de perda auditiva, na localização topográfica da lesão em nervo auditivo ou em tronco encefálico, na monitorização de cirurgias de fossa posterior e monitorização de pacientes em Centro de Terapia Intensiva (auxiliando na avaliação do grau do coma e morte encefálica).[24]

Os Potenciais Evocados Auditivos de Longa Latência (PEALL) ocorrem entre 80 e 750 ms após a estimulação acústica e refletem a atividade neuroelétrica da via auditiva nas regiões do tálamo e córtex auditivo, estruturas que envolvem as funções de discriminação, integração e atenção, fornecendo informações sobre o funcionamento do Sistema Nervoso Auditivo Central (SNAC). Dentre os componentes dos PEALL tem-se o P300, eliciado por tarefas com paradigma "oddball" (estímulo alvo) que envolve a discriminação de dois estímulos diferentes (o indivíduo deve prestar atenção ao estímulo raro que aparece aleatoriamente dentro de uma série de estímulos frequentes). Este potencial é utilizado na investigação de habilidades cognitivas como discriminação e atenção, sendo por este motivo também denominado Potencial Cognitivo.[25]