Usuário(a) Discussão:Mfianco/Phaneropterinae
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Phaneropterinae é a mais diversa subfamília de Tettigoniidae bem como de Orthoptera, compreendendo atualmente 375 gêneros e pouco mais de 2700 espécies. É a junção das palavras gregas phanero, que significa visível, e "ptera", que significa asa, e isso faz referência às asas posteriores sobressairem das asas anteriores (tégminas) quando em repouso, mesmo que tal característica seja secundariamente perdida em alguns táxons. As asas geralmente são de coloração verde muitas vezes se assemelhando à folhas, o verde também é a coloração predominante do corpo, porém existem espécies de coloração negra, amarela ou azulada.
Oviposição[editar código-fonte]
Esperanças desta subfamília podem ovipor centenas de ovos durante sua vida adulta. Os ovos podem ser depositados sozinhos ou em conjunto, porém não existe formação de massa cimentada que cobre totalmente os ovos como ocorre nos gafanhotos ou outros grupos como os louva-deus ou baratas. O substrato de oviposição são folhas, galhos e troncos de árvores, sendo poucas as espécies que ovipõe no solo. Quando a oviposição é feita em troncos de árvores geralmente ocorre entre as fendas das cascas de árvores. Quando a oviposição é em folhas ou galhos as fêmeas curvam o corpo e roem a superfície onde o ovo será depositado, de forma a facilitar a entrada do ovipositor e posterior oviposição.
Muitas vezes o ovo é depositado entre a superfície abaxial e adaxial das folhas, quando isso ocorre vários ovos são alocados desta maneira ao longo da borda das folhas ou de sua nervura central. Algumas espécies cimentam a superfície inferior dos ovos em ramos, especialmente as das tribos Microcentrini e Scudderini. A oviposição em solo é uma característica desenvolvida secundariamente, especialmente nas espécies de Odonturini, espécies de Poecilimon usam água para cimentar e fazer uma espécie de lama onde os ovos foram depositados, ao passo que Arethaea cobrem os ovos com planta mastigada e lama.
Hábito alimentar[editar código-fonte]
Diferentemente de outros grupos de Tettigoniidae, os faneropteríneos são quase que exclusivamente herbívoros, entretanto podem chegar a consumir outras fontes de alimento especialmente outros insetos mortos que encontram sobre a vegetação. Existe um ditado que diz que elas parecem exatamente o que elas comem, com exceção às espécies miméticas. Em condições de criação elas podem ser mantidas com dieta baseada quase que exclusivamente baseada em folhas (especialmente de dicotiledôneas), entretanto parecem preferir partes proteáceas das plantas, como flores e frutos.
Camuflagem[editar código-fonte]
Para o grupo a camuflagem é feito tanto via comportamental quanto via visual. O comportamento dos faneropteríneos relacionados à camuflagem estão principalmente no período que os mesmos estão ativos no ambiente, que em grande parte das vezes é no período noturno, passando o dia em repouso e movendo-se quando necessário porém de forma não-perceptível, isto é acentuado nas espécies florestais, que compreende uma massiva parte das espécies do grupo. A restrição do horário de atividade vale para todos os comportamentos realizados pelas espécies, como alimentação, cópula, oviposição. Quando em repouso muitos exibem o comportamento de imobilização reflexa, especialmente as espécies que se assemelham a folhas, nesse estado as pernas ficam junto ao corpo, as antenas ficam retas em direção a região anterior e muitas vezes o abdome e conjuntamente as asas podem permanecer levemente elevados.
Visualmente a camuflagem se dá pela coloração corpórea e das asas. Muitas espécies apresentam tégminas verdes que se assemelham a folhas de árvores dicotiledôneas, podendo apresentar manchas brancas, como em Phylloptera esalqueana, manchas necróticas, como em Pycnopalpa bicordata, ou manchas em distinto grau de desenvolvimento e coloração. A tribo Dysoniini merece ser destacada uma vez que as espécies possuem camuflagem com musgos e líquens que crescem sob as árvores do ambiente florestal e durante o dia permanecem nesse local, como uma camuflagem visual e comportamental.
Mimetismo[editar código-fonte]
Algumas espécies apresentam padrões de mimetismo mülleriano, assemelhando-se à vespas, tanto de forma visual quanto de comportamental. No comportamento apresentam movimentação de antenas semelhante ao que as vespas reproduzem, e quando perturbadas erguem as asas em posições semelhantes às das vespas. Cabe aqui mencionar as esperanças do gênero Scaphura, em especial Scaphura nigra, onde os indivíduos podem assemelhar-se à vespas dos gêneros Pepsis, Polistes e Entypus[1], e as espécies de Aganacris, onde as ninfas assemelhan-se com vespas da família Ichneumonidae e os adultos vespas da família Pompilidae. As ninfas de ínstares iniciais de algumas espécies de gêneros de tribos completamente distintas podem assemelhar-se à formigas, assim como ocorre em algumas espécies de grilos.
- ↑ Del Claro, K. (1991). Polimorfismo mimétido de Scaphura nigra Thumberg 1824. Dissertação de Mestrado em Ciências Biológicas (Ecologia). UNICAMP. Campinas - SP. 83pp.