Corrida às compras
Designa-se por corrida às compras o açambarcamento feito pelos consumidores de um ou mais produtos através da sua compra em quantidades invulgarmente grandes, antecipando-se à sua eventual escassez, frequentemente causada por um desastre em perspetiva ou pelo esperado aumento de preço ou dificuldade de produção ou fornecimento.
Este fenómeno é de grande interesse na teoria do comportamento do consumidor, um amplo campo de estudo económico que procura estudar as razões para a "ação coletiva como fads e modas, movimentos de mercados de valores, aumento nas compras de bens de consumo, compras excessivas, açambarcamento e pânicos bancários."[1]
As corridas às compras podem ter como alvo escassezes verdadeiras ou motivadas por ondas de pânico.[2]
Exemplos
[editar | editar código-fonte]A lista seguinte exemplifica alguns fenómenos de corrida às compras ocorridos em ondas de pânico:
- Fome de 1943 em Bengala[3]
- Crise dos mísseis de Cuba de 1962, com a compra de comida enlatada nos Estados Unidos[4]
- A crise do petróleo de 1979, que conduziu a um pânico com a compra de combustíveis.[5]
- Problema do ano 2000[6][7]
- Em janeiro e fevereiro de 2003, durante o surto de SARS, vários episódios de corridas às compras de diversos produtos (incluindo sal, arroz, vinagre, azeite, antibióticos, máscaras, e artigos de medicinas tradicionais) ocorreram na província chinesa de Cantão e em regiões vizinhas como Hainan e Hong Kong.[8]
- Protestos por aumentos dos combustíveis em 2000 e 2005 no Reino Unido, que levaram ao açambarcamento de combustíveis e outros bens, como lâmpadas[9][10]
- Explosões na fábrica petroquímica de Jilin de 2005 na China: os bens comprados foram água e comida[11]
- Desastre de Buncefield em 2005[12][13]
- Pandemia do coronavírus de 2019-2020: máscaras médicas, desinfetante com álcool em gel, comida e papel higiénico.[14][15]
Notas
[editar | editar código-fonte]- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Panic buying».
Referências
- ↑ William M. Strahle & E. H. Bonfield. Understanding Consumer Panic: a Sociological Perspective, Advances in Consumer Research, Volume 16, 1989, eds. Thomas K. Srull, Provo, UT: Association for Consumer Research, pp. 567-573.
- ↑ «Toxic leak threat to Chinese city». 8 de março de 2020
- ↑ Archibald Percival Wavell (1973). Wavell: The Viceroy's Journal. [S.l.]: Oxford University Press. p. 34
- ↑ Alice L. George (2003). Awaiting Armageddon: How Americans Faced the Cuban Missile Crisis. [S.l.]: The University of North Carolina Press. p. 78. ISBN 0807828289
- ↑ Mamdouch G. Salameh, "Oil Crises, Historical Perspective" in Concise Encyclopedia of the History of Energy (ed. Cutler J. Cleveland: Elsevier, 2009), p. 196.
- ↑ Lohr, Steve (1 de janeiro de 2000). «Technology and 2000 – Momentous Relief; Computers Prevail in First Hours of '00»
- ↑ FAO (19 de abril de 1999). «The Millenium Bug threatens food supply systems – developing countries are also vulnerable, FAO warns»
- ↑ Huiling Ding, Rhetoric of a Global Epidemic: Transcultural Communication about SARS (Southern Illinois University Press, 2014), pp. 70, 72, 83, 103, 111.
- ↑ Nick Collins (25 de agosto de 2009). «EU ban on traditional lightbulbs prompts panic buying»
- ↑ «UK fuel blockades tumble». BBC News. 14 de setembro de 2000. Consultado em 12 de janeiro de 2008
- ↑ BBC News (23 de novembro de 2005). «Toxic leak threat to Chinese city»
- ↑ «Massive blaze rages at fuel depot». BBC News. 12 de dezembro de 2005. Consultado em 19 de outubro de 2009
- ↑ «Fire Rages After Blasts At Oil Depot». 11 de dezembro de 2005. Consultado em 19 de outubro de 2009
- ↑ Sirletti, Sonia (24 de fevereiro de 2020). «Virus Outbreak Drives Italians to Panic-Buying of Masks and Food». Consultado em 29 de fevereiro de 2020
- ↑ Sydney Morning Herald (8 de março de 2020). «Coles and Woolworths further limit toilet paper purchases as supply sells out in an hour». Consultado em 11 de março de 2020