Língua comanche
Comanche N | ||
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Pronúncia: | [ˈnɨmɨ ˈrekʷapɨ ̥] | |
Falado(a) em: | Estados Unidos | |
Região: | Oklahoma (anteriormente, Texas, Novo México, Kansas, Colorado, Oklahoma) | |
Total de falantes: | mais de 200 (crescente) | |
Família: | Uto-asteca Númica Númica central Comanche | |
Códigos de língua | ||
ISO 639-1: | --
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ISO 639-2: | --- | |
ISO 639-3: | com
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Comanche é uma língua uto-asteca falada pelo povo comanche. Os comanches se separaram dos shoshones pouco depois de obterem cavalos, por volta de 1705. A língua comanche e a língua shoshone são, portanto, extremamente similares - embora algumas mudanças consonantais do comanche não permitam a inteligibilidade mútua.[1][2]
O nome "comanche" vem da palavra ute kɨmmantsi, que significa "inimigo", "estranho".[3] O nome usado pelos próprios comanches para se referir à sua língua é Nʉmʉ tekwapu, que significa "língua do povo".[4]
Embora esforços estejam sendo feitos para assegurar a sua sobrevivência, a maior parte dos falantes do idioma já são idosos, e menos de 1% dos comanches podem falá-lo. No fim do século XIX as crianças comanches foram colocadas em colégios internos, onde foram desencorajados de falar seu idioma nativo, e até mesmo eram punidos por fazê-lo. A segunda geração cresceu então falando o inglês, devido à crença de que seria melhor para eles não conhecer o comanche.
Durante a Segunda Guerra Mundial um grupo de dezessete jovens conhecidos como os code talkers comanches foram treinados e utilizados pelo exército americano para enviar mensagens que tivessem informações que não podiam ser interceptadas pelo inimigo.
Fonologia
[editar | editar código-fonte]Vogais
[editar | editar código-fonte]O comanche apresenta um inventório de vogais típicamente númico de seis vogais. Além disto, também apresenta com frequência o ditongo ai. Historicamente sempre houve uma certa liberdade na variação entre ai e e, porém esta variação deixou de ser comum com o tempo, e a maior parte dos morfemas se fixaram num ou no outro.[5]
anteriores | posteriores não-arrendondadas |
posteriores arredondadas | |
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Altas | i | ɨ | u |
Não-altas | e | a | o |
Ditongo | ai |
As vogais podem ser curtas ou longas; a devocalização é previsível.
Consoantes
[editar | editar código-fonte]O comanche tem um inventório consonantal tipicamente númico:[5]
Labial | Dental | Palatal | Velar | Glotal | ||
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normal | labial | |||||
Nasal | m | n | ||||
Plosiva | p | t | k | kʷ | ʔ | |
Africada | ts | |||||
Fricativa | s | h | ||||
Aproximante | j | w |
Sistema de escrita
[editar | editar código-fonte]O alfabeto comanche foi desenvolvido por Alice Anderton, uma antropóloga linguística, e foi adotado oficialmente pela Nação Comanche em 1994. O alfabeto não é inteiramente fonêmico, na medida em que existem fonemas representados por duas letras. Sua descrição é:
Alfabeto | Pronúncia | Alfabeto | Pronúncia |
---|---|---|---|
a | /a/ | p | [p] /p/ |
b | [β] /p/ | r | [ɾ] /t/ |
e | /e/ | s | /s/ |
h | /h/ | t | [t] /t/ |
i | /i/ | u | /u/ |
k | /k/ | ʉ | /ə/ |
m | /m/ | w | /w/ |
n | /n/ | y | /j/ |
o | /o/ | ʔ | /ʔ/ |
- Observação:
- Vogais longas são indicadas pela letra dobrada: <aa, ee, ii, oo, uu,
uu>. - Vogais surdas são grifadas: <a, e, i, o, u,
u>. - Quando a sílaba tônica não é a primeira sílaba da palavra, ela é indicada por um acento agudo <´>: k
utséena, "coiote". - A oclusiva glotal <ʔ> costuma ser escrita como <?>.
- Os fonemas /t͡s/ e /kʷ/ são escritos como <ts> e <kw>, respectivamente.
Referências
- ↑ McLaughlin, John (1992). «A Counter-Intuitive Solution in Central Numic Phonology». International Journal of American Linguistics. 58 (2): 158–181
- ↑ McLaughlin, John E. (2000). «Language Boundaries and Phonological Borrowing in the Central Numic Languages». In: Casad, Gene; Willett, Thomas. Uto-Aztecan: Structural, Temporal, and Geographical Perspectives. Salt Lake City: University of Utah Press. pp. 293–304. ISBN 9706890300
- ↑ Sapir, Edward. 1931. Southern Paiute Dictionary. Republicado em 1992 em The Collected Works of Edward Sapir, X, Southern Paiute and Ute Linguistics and Ethnography. William Bright (ed.). Berlim: Mouton deGruyter.
- ↑ Robinson, Lila Wistrand & Armagost, James (1990) Comanche Dictionary and Grammar. Summer Institute of Linguistics and The University of Texas at Arlington Publications in Linguistics Publication 92. Dallas, Texas: The Summer Institute of Linguistics and The University of Texas at Arlington.
- ↑ a b Charney, Jean O. (1993). A Grammar of Comanche. Col: Studies in the Anthropology of North American Indians. Lincoln, Nebraska: University of Nebraska Press. ISBN 0803214618
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Comanche Language and Cultural Preservation Committee» (N
umuTekwapuha Nomneekatu) - «Comanche alphabet» - Omniglot.com
- «Comanche»