12.º Batalhão de Infantaria Leve de Montanha
12.º Batalhão de Infantaria Leve de Montanha | |
---|---|
País | Brasil |
Estado | Minas Gerais |
Subordinação | 4ª Brigada de Infantaria Leve - Montanha |
Tipo de unidade | Infantaria de montanha |
Denominação | Batalhão Lomas Valentinas |
Sigla | 12º BIL Mth |
Sede | |
Guarnição | Belo Horizonte |
Página oficial | http://www.12bilmth.eb.mil.br/ |
O 12.º Batalhão de Infantaria Leve de Montanha (12º BIL Mth) é uma unidade do Exército Brasileiro sediada em Belo Horizonte, Minas Gerais e subordinada à 4.ª Brigada de Infantaria Leve (Montanha).[1][2]
História
[editar | editar código-fonte]Seu ancestral é o Corpo de Guarnição Fixa da Bahia, de 1851. Participou da Guerra do Paraguai como o 16º Batalhão de Caçadores, com sua denominação histórica lembrando sua participação na batalha de Lomas Valentinas. Em 1919 seus descendentes, o 58º e 59º Batalhões de Caçadores de Niterói e Salvador, foram unidos no 12º Regimento de Infantaria em Belo Horizonte.[3][4]
Na Revolução de 1924 estava entre as forças legalistas empenhadas contra os rebeldes na cidade de São Paulo.[5] Em 1930 o regimento foi também legalista, enquanto o Estado e sua Força Pública eram revolucionários. Isolado, rendeu-se após um violento cerco com baixas em ambos os lados e de civis.[6][7] O coronel mineiro Paulo René de Andrade, escrevendo do ponto de vista da Força Pública, elogiou a tenacidade de seus inimigos, que resistiram mesmo cortados do abastecimento. Os quatro dias e cinco noites do cerco atrasaram o progresso da revolução em Minas Gerais, deram tempo para a preparação de resistência legalista em outros pontos e fixaram 1.200 dos 4.416 homens da Força Pública na capital mineira, só após a vitória liberados para lutar em outras frentes.[8]
Esteve em Juiz de Fora de 1932 a 1956. Seu terceiro batalhão foi deixado sem efetivo em 1945.[9] Nas operações militares no golpe de 1964 o primeiro batalhão marchou a Brasília, e o segundo, ao Rio de Janeiro.[10] Com o fim dos Regimentos de Infantaria nos anos 70,[11] em 1973 o primeiro batalhão tornou-se 12º Batalhão de Infantaria, e o segundo, 55º Batalhão de Infantaria, agora transferido a Montes Claros.[3] O regimento continuou a existir num estado de transição, controlando esses dois batalhões com nova designação, até sua liquidação em dezembro de 1974. Os batalhões prosseguiram na sua existência independente.[12]
Na atualidade
[editar | editar código-fonte]Atuou externamente em missões de paz em Angola e no Haiti e internamente na segurança pública em Minas Gerais e no Rio de Janeiro.[4]
Em abril de 2019 recebeu a designação de Montanha e foi transferido à 4.ª Brigada de Infantaria Leve (Montanha), mas desde 1981 já treinava para o ambiente montanhoso. O efetivo, inteiramente composto de Escaladores Militares, é dividido em:
- 1ª Companhia de Fuzileiros Leves de Montanha "INTRÉPIDA", especializada em combate de montanha;
- 2ª Companhia de Fuzileiros Leves de Montanha "IMPOLUTA", especializada em combate urbano;
- 3ª Companhia de Fuzileiros Leves de Montanha "INVICTA", especializada em Garantia da Lei e da Ordem;
- Pelotão de Reconhecimento e Guia;
- Companhia de Comando e Apoio.
O batalhão emprega o IMBEL AGLC 7,62 mm e em 2019 estava a subtituir o Para-FAL e MD-1 pelo IMBEL IA2 5,56 mm.[3]
Referências
[editar | editar código-fonte]Citações
[editar | editar código-fonte]- ↑ 1ª Divisão de Exército – Organograma. Consultado em 28 de dezembro de 2020.
- ↑ Portal Brasileiro de Dados Abertos – Organizações Militares(OM). Relação das Organizações Militares do Exército. Consultado em 28 de dezembro de 2020.
- ↑ a b c Bastos Jr., Paulo Roberto (14 de dezembro de 2019). «A história do 12º BIL de MONTANHA que comemora seu centenário em Belo Horizonte (Com vídeo)». Tecnologia & Defesa. Consultado em 28 de dezembro de 2020
- ↑ a b 12º BIL Mth – Histórico do 12 BIL Mth. Consultado em 28 de dezembro de 2020.
- ↑ Savian 2020, p. 95.
- ↑ Fróis 2014.
- ↑ Werneck, Gustavo (8 de outubro de 2011). «Seis dias que abalaram Belo Horizonte». Estado de Minas. Consultado em 28 de dezembro de 2020
- ↑ Andrade 1976, pp. 388, 391, 396, 405, 411-412.
- ↑ BRASIL. Arquivo Histórico do Exército (AHEx). Catálogo de destino dos acervos das Organizações Militares do Exército Brasileiro. Rio de Janeiro, 2020, 2ª ed, p. 586.
- ↑ Motta 2003, p. 320, Tomo 3.
- ↑ Pedrosa 2018, p. 170.
- ↑ Pedrosa 2018, pp. 178-179.
Fontes
[editar | editar código-fonte]- Andrade, Paulo René de (1976). Três Revoluções: 24/30/32 (Primeira parte). Belo Horizonte: Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais
- Fróis, Jonas Rodrigues (2014). Revolução de 1930 em Belo Horizonte: Violência, exclusão social e silêncio (PDF) (Monografia). Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais. Consultado em 28 de dezembro de 2020
- Motta, Aricildes de Morais (coord.) (2003). 1964-31 de março: O movimento revolucionário e sua história. Col: História Oral do Exército. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora
- Pedrosa, Fernado Velôzo Gomes (2018). Modernização e reestruturação do Exército brasileiro (1960-1980) (Tese). Rio de Janeiro: UFRJ. Consultado em 28 de dezembro de 2020
- Savian, Elonir José (2020). Legalidade e Revolução: Rondon combate tenentistas nos sertões do Paraná (1924/1925). Curitiba: edição do autor