ABC da Greve

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
ABC da Greve
ABC da Greve
 Brasil
1990 •  cor •  75 min 
Género documentário
Direção Leon Hirszman
Roteiro Leon Hirszman
Idioma português

ABC da Greve é um documentário brasileiro de 1990, dirigido por Leon Hirszman, sobre as greves do movimento operário do ABC paulista no final de década de 1970.[1][2]

Sinopse[editar | editar código-fonte]

O documentário acompanha a efervescência do movimento sindical no ABC paulista no final dos anos setenta, que se mobilizaram para realizar as primeiras greves no Brasil desde 1968. Filmado em 16 mm, o filme traz registros dos operários metalúrgicos das grandes fábricas automobilísticas, multinacionais, locadas na região na luta por melhores salários e melhores condições de vida, tornando-se um registro essencial daquele movimento popular que precedeu a anistia política e a redemocratização do país.[carece de fontes?]

Produção[editar | editar código-fonte]

Em 1979, já livre do processo de falência, Leon Hirszman partiu para um novo projeto que alimentava havia muitos anos: a adaptação para o cinema da peça Eles não usam black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri.[2]

Enquanto se preparava em São Paulo para rodar o novo filme, contudo, surgiram as greves do movimento operário, no ABC paulista, que deram origem ao novo movimento sindical brasileiro e também ao Partido dos Trabalhadores.[2]

Documentarista sempre atento às grandes questões sociais de sua época, Hirszman saiu às ruas munido de equipamento portátil de 16 mm para observar o movimento operário na construção de sua identidade política.[3] Decidido a realizar um documentário sobre aquela mobilização, o cineasta reuniu uma pequena equipe, composta por Adrian Cooper, Uli Bruhn, Francisco Mou, Cláudio Kahns e Ivan Novais, que trabalhou com ele em sistema de cooperativa: para viabilizar o projeto, cada um deles abdicou de uma parte do salário e cedeu equipamentos para a produção, adquirindo em troca uma parcela dos direitos de comercialização do filme.[4][5]

Embora tenha começado a montar o filme, Hirszman não chegou a finalizá-lo antes de sua morte, em 1987. Além de ter se envolvido na conclusão dos filmes Eles não usam black-tie e Imagens do Inconsciente, o cineasta enfrentou dificuldades para viabilizar ABC da Greve como uma produção de circulação nacional, que implicaria, entre outras coisas, em custear a transformação da película de 16mm para 35mm.[4]

Inacabado na produtora Taba Filmes, o processo de pós-produção do documentário foi retomado entre 1989 e 1990, por iniciativa da Cinemateca Brasileira e liderado pelo diretor de fotografia Adrian Cooper, que seguiu as indicações deixadas por Hirszman.[3][4]

Lançamento[editar | editar código-fonte]

Após ser finalizado, ABC da Greve foi exibido pela primeira vez em uma mostra organizada pela própria Cinemateca, em 1991.[6]

O filme também participou do Festival de Brasília naquele mesmo ano.[1]

Referências

  1. a b «ABC da Greve». Base de Dados da Cinemateca Brasileira. Consultado em 26 de maio de 2020 
  2. a b c Salem, Helena (2004). «Leon Hirszman». Enciclopédia do Cinema Brasilero 2.ª ed. São Paulo, Brasil: Senac. pp. 293–295. ISBN 85-7359-093-9 
  3. a b «ABC da Greve». TV Brasil. 12 de outubro de 2016. Consultado em 27 de maio de 2020 
  4. a b c «ABC da Greve». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 26 de maio de 2020 
  5. Reinaldo Cardenuto. «ABC da greve, de Leon Hirszman: a escrita da História em confronto» (PDF). Consultado em 18 de março de 2013 
  6. Lúcia Nagib (9 de março de 1991). «Retrospectiva Leon Hirszman exibe ABC da Greve». Folha de S. Paulo 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

ABC da Greve. no IMDb.